segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

REVIRAVOLTA NO CASO DO TEATRO CINEMA CONCHITA DE MORAES





Pode-se dizer que a luta pelo restabelecimento do Teatro Cinema Conchita de Moraes, localizado na Usina Santa Maria, tornou-se uma autêntica novela a, quiçá, ser interpretada futuramente em peça teatral.


Por ocasião da última reunião da Comissão Organizadora, ocorrida no dia 22 de novembro, o presidente da Associação de Moradores da Usina Santa Maria, Jarbas Marcoli, repassara a informação que teria recebido de técnicos que foram vistoriar o prédio, e que teriam concluído que o mesmo não poderia ser aproveitado e teria de ser demolido.

Na mesma reunião, contudo, o vice-prefeito, Jarbas Borges, assinalara, diversamente, que recebera informação de que apenas a fachada do prédio poderia ser aproveitada.


Em decorrência desse conflito de informações, a empresária Rosane Brandão, dos Supermercados MR,  que é a idealizadora do projeto para restabelecer o Teatro Cinema, articulou a ida do engenheiro Márcio Luiz  Piedade Fonseca ao local, para realizar uma vistoria no prédio.
O resultado foi surpreendente: o laudo atesta que, caso sejam feitas medidas emergenciais, o prédio do Teatro Cinema poderá ser recuperado, sem necessitar ser demolido.
Em reunião extraordinária ocorrida na manhã do dia 13 de dezembro, na Usina Santa Maria, a empresária divulgou o documento e informou que o sonho não acabou e que as tratativas para a recuperação do prédio continuarão com mais vigor, diante dessa alvissareira notícia. 

O casal Jacira Coelho Pereira e Evaldo Luiz de Souza Pereira acolheu em sua residência, na Usina Santa Maria, Alejandro e seus pais, os cineasta Rocio e Phillip Johnston

Por outro lado, os cineastas Phillip Johnston e Rocio Salazar, radicados no Rio de Janeiro, retornaram à Usina Santa Maria nos dias 12 e 13 de dezembro para darem continuidade às filmagens que constarão do documentário que relatará a luta dos moradores das Usinas Santa Maria e Isabel em defesa de seu patrimônio cultural.  

O médico dr. Antônio Carlos Pereira Pinto Jr., neto do usineiro Jorge Pereira Pinto, foi um dos entrevistados para o documentário sobre as Usinas Santa Maria e Santa Isabel
 
O casal de cineastas retornará pela última vez a Bom Jesus no mês de março de 2017, para finalizar as filmagens. O documentário será exibido no dia 06 de agosto.

Vejam algumas fotos tiradas na tarde do dia 13 de dezembro na Usina Santa Isabel.


Casarão da Usina Santa Isabel onde morou o usineiro Jorge Pereira Pinto, na década de 1950, residência atual do dr. Antônio Carlos Pereira Pinto Jr.
Imagem interna de uma das salas do casarão

Dr. Antônio Carlos Pereira Pinto se emocionou ao ler uma carta de seu avô, Jorge Pereira Pinto, enviada por ocasião de sua formatura

Maria Creuza Gomes foi telefonista e agente administrativo das Usinas


Jailton da Penha foi um dos entrevistados




Dr. Antônio Carlos Pereira Pinto e Gino Martins Borges Bastos

Dr. Antônio Carlos, sua esposa Regina, André, Leninha, Jailton da Penha, Rocio, Phillip e Gino



Relógio de 1865 doado pelo Reino Unido, como reconhecimento a antepassado da família Pereira Pinto
Moeda utilizada internamente na Usina Santa Maria na década de 1910

Antônio Carlos Pereira Pinto, pai do médico, foi deputado estadual e deputado federal cassado pela golpe de 1964


Antiga casa onde residiu Carlos Alberto Magalhães, um dos dirigentes das Usinas, e sua esposa Moema


Usina Santa Isabel







Phillip Johnston e as filmagens na antiga sede social do Usina  Isabel F.C.




Os cineastas Rocio e Phillip realizaram a 2ª rodada de filmagens para o documentário



FRANCÊS IMPULSIONOU A USINA SANTA MARIA NO FINAL DO SÉCULO XIX



Usina Santa Maria, em 1939



Foi o francês André Richer quem impulsionou a Usina Santa Maria no final do século XIX.

A área, de cerca de 625 alqueires, pertencia a Virgílio Basílio dos Santos e Leônidas de Abreu Lima e contava, em 1895, com um engenho de açúcar. Nessa época, André Richer assumiu a função de auxiliar da propriedade e, cinco anos depois, instituiu a firma Santos & Richer, ocasião em que Leônidas de Abreu Lima se retirou da parceria com o antigo sócio.

Posteriormente, capital francês foi investido na região e Richer fundou a Societé Sucrerie Santo Eduardo, fazendo com que a Usina Santa Maria se desenvolvesse com a importação de máquinas modernas.

Uma crise no setor fez com que a empresa Farah & Irmãos se estabelecessem na Usina, se tornando os principais fornecedores e credores da firma francesa.

Cinco anos mais tarde, uma disputa judicial  fez com que a Usina passasse às mãos de Farah & Irmãos.

Em 1915, a empresa foi adquirida por Coelho Fernandes & Cia.

José Carlos Pereira Pinto


Jorge Pereira Pinto

Nelson Rezende Chaves
 
Em 1917, José Carlos Pereira Pinto assume a empresa e dá-lhe extraordinário desenvolvimento, fazendo com que a mesma produzisse, além de açúcar, álcool,  café, arroz, milho e feijão.


Paralelo a isso, foi estabelecida uma escola, uma instituição hospitalar, um gabinete dentário, um cinema, uma banda de música e uma praça de esportes.

Escola da Usina Santa Maria


Instituição hospitalar na Usina Santa Maria



Quando Bom Jesus do Itabapoana emancipou-se no dia 1º de janeiro de 1939, José Carlos Pereira Pinto era o Diretor-presidente, Jorge Pereira Pinto era o Diretor-gerente, enquanto Nelson Rezende Chaves era o Diretor-secretário.

O lema da Usina era "labor omnia vincit", máxima do poeta romano Virgílio, segundo o qual, "o trabalho vence tudo". 


 (Fotos e informações extraídas da publicação Libertas, de Porphirio Henriques Filho, em março de 1939, em comemoração à 2ª emancipação de Bom Jesus ocorrida no dia 1º daquele ano)


Um comentário:

  1. Folgo em saber da reversão do caso da sede do Teatro Cinema Conchita de Moraes. Tive o prazer de conhecer a Usina Sta. Isabel em pleno funcionamento, assim como o casarão-sede e demais casas dos integrantes da família.

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