Pode-se dizer que a luta pelo restabelecimento do Teatro Cinema Conchita de Moraes, localizado na Usina Santa Maria, tornou-se uma autêntica novela a, quiçá, ser interpretada futuramente em peça teatral.
Por ocasião da última reunião da Comissão Organizadora, ocorrida no dia 22 de novembro, o presidente da Associação de Moradores da Usina Santa Maria, Jarbas Marcoli, repassara a informação que teria recebido de técnicos que foram vistoriar o prédio, e que teriam concluído que o mesmo não poderia ser aproveitado e teria de ser demolido.
Na mesma reunião, contudo, o vice-prefeito, Jarbas Borges, assinalara, diversamente, que recebera informação de que apenas a fachada do prédio poderia ser aproveitada.
Em decorrência desse conflito de informações, a empresária Rosane Brandão, dos Supermercados MR, que é a idealizadora do projeto para restabelecer o Teatro Cinema, articulou a ida do engenheiro Márcio Luiz Piedade Fonseca ao local, para realizar uma vistoria no prédio.
O resultado foi surpreendente: o laudo atesta que, caso sejam feitas medidas emergenciais, o prédio do Teatro Cinema poderá ser recuperado, sem necessitar ser demolido.
Em reunião extraordinária ocorrida na manhã do dia 13 de dezembro, na Usina Santa Maria, a empresária divulgou o documento e informou que o sonho não acabou e que as tratativas para a recuperação do prédio continuarão com mais vigor, diante dessa alvissareira notícia.
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O
casal Jacira Coelho Pereira e Evaldo Luiz de Souza Pereira acolheu em
sua residência, na Usina Santa Maria, Alejandro e seus pais, os cineasta Rocio e Phillip
Johnston |
Por outro lado, os cineastas Phillip Johnston e Rocio Salazar, radicados no Rio de Janeiro, retornaram à Usina Santa Maria nos dias 12 e 13 de dezembro para darem continuidade às filmagens que constarão do documentário que relatará a luta dos moradores das Usinas Santa Maria e Isabel em defesa de seu patrimônio cultural.
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O médico dr. Antônio Carlos Pereira Pinto Jr., neto do usineiro Jorge Pereira Pinto, foi um dos entrevistados para o documentário sobre as Usinas Santa Maria e Santa Isabel |
O casal de cineastas retornará pela última vez a Bom Jesus no mês de março de 2017, para finalizar as filmagens. O documentário será exibido no dia 06 de agosto.
Vejam algumas fotos tiradas na tarde do dia 13 de dezembro na Usina Santa Isabel.
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Casarão da Usina Santa Isabel onde morou o usineiro Jorge Pereira Pinto, na década de 1950, residência atual do dr. Antônio Carlos Pereira Pinto Jr. |
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Imagem interna de uma das salas do casarão |
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Dr. Antônio Carlos Pereira Pinto se emocionou ao ler uma carta
de seu avô, Jorge Pereira Pinto, enviada por ocasião de sua
formatura |
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Maria Creuza Gomes foi telefonista e agente administrativo das Usinas |
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Jailton da Penha foi um dos entrevistados |
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Dr. Antônio Carlos Pereira Pinto e Gino Martins Borges Bastos |
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Dr. Antônio Carlos, sua esposa Regina, André, Leninha, Jailton da Penha, Rocio, Phillip e Gino
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Relógio de 1865 doado pelo Reino Unido, como reconhecimento a antepassado da família Pereira Pinto |
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Moeda utilizada internamente na Usina Santa Maria na década de 1910 |
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Antônio Carlos Pereira Pinto, pai do médico, foi deputado estadual e deputado federal cassado pela golpe de 1964 |
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Antiga casa onde residiu Carlos Alberto Magalhães, um dos dirigentes das Usinas, e sua esposa Moema |
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Usina Santa Isabel |
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Phillip Johnston e as filmagens na antiga sede social do Usina Isabel F.C. |
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Os cineastas Rocio e Phillip realizaram a 2ª rodada de filmagens para o documentário |
FRANCÊS IMPULSIONOU A USINA SANTA MARIA NO FINAL DO SÉCULO XIX
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Usina Santa Maria, em 1939 |
Foi o francês André Richer quem impulsionou a Usina Santa Maria no final do século XIX.
A
área, de cerca de 625 alqueires, pertencia a Virgílio Basílio dos
Santos e Leônidas de Abreu Lima e contava, em 1895, com um engenho de
açúcar. Nessa época, André Richer assumiu a função de auxiliar da
propriedade e, cinco anos depois, instituiu a firma Santos & Richer,
ocasião em que Leônidas de Abreu Lima se retirou da parceria com o
antigo sócio.
Posteriormente,
capital francês foi investido na região e Richer fundou a Societé
Sucrerie Santo Eduardo, fazendo com que a Usina Santa Maria se
desenvolvesse com a importação de máquinas modernas.
Uma
crise no setor fez com que a empresa Farah & Irmãos se
estabelecessem na Usina, se tornando os principais fornecedores e
credores da firma francesa.
Cinco anos mais tarde, uma disputa judicial fez com que a Usina passasse às mãos de Farah & Irmãos.
Em 1915, a empresa foi adquirida por Coelho Fernandes & Cia.
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José Carlos Pereira Pinto |
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Jorge Pereira Pinto |
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Nelson Rezende Chaves |
Em
1917, José Carlos Pereira Pinto assume a empresa e dá-lhe
extraordinário desenvolvimento, fazendo com que a mesma produzisse, além
de açúcar, álcool, café, arroz, milho e feijão.
Paralelo
a isso, foi estabelecida uma escola, uma instituição hospitalar, um
gabinete dentário, um cinema, uma banda de música e uma praça de
esportes.
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Escola da Usina Santa Maria |
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Instituição hospitalar na Usina Santa Maria |
Quando
Bom Jesus do Itabapoana emancipou-se no dia 1º de janeiro de 1939, José
Carlos Pereira Pinto era o Diretor-presidente, Jorge Pereira Pinto era o
Diretor-gerente, enquanto Nelson Rezende Chaves era o
Diretor-secretário.
O lema da Usina era "labor omnia vincit", máxima do poeta romano Virgílio, segundo o qual, "o trabalho vence tudo".
(Fotos e informações extraídas da publicação Libertas, de Porphirio Henriques Filho, em março de 1939, em comemoração à 2ª emancipação de Bom Jesus ocorrida no dia 1º daquele ano)
Folgo em saber da reversão do caso da sede do Teatro Cinema Conchita de Moraes. Tive o prazer de conhecer a Usina Sta. Isabel em pleno funcionamento, assim como o casarão-sede e demais casas dos integrantes da família.
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