domingo, 18 de maio de 2014

CASARÃO DO FINAL DO SÉCULO XIX É PRESERVADO EM BOM JESUS DO ITABAPOANA



Um prédio histórico construído no final do século XIX, e que foi residência de Waldemar Sigismundo Xavier e Elvira Cerqueira Xavier, pais de Elcio Xavier, o maior poeta bonjesuense de todos os tempos, e um dos grandes vates brasileiros, está sendo preservado pelo atual proprietário Paschoal Boniolo.




Márcia alugou o imóvel e o decorou com objetos que pertenceram aos avós, como o moedor de café que pertenceu à avó Valentina


Localizado na rua Tenente José Teixeira, o prédio foi alugado pela paisagista calçadense Márcia Maria de Sousa Santiago, formada em Artes Plásticas pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e casada com o empresário bonjesuense Sérgio Garcia Santiago.





Márcia diz que ela realizou um sonho:  "Eu sempre passava em frente ao prédio e falava para mim mesma: um dia eu ainda vou conseguir alugar este imóvel. Ele é tudo de bom. É exatamente como a casa onde morou minha avó, Valentina Basílio de Souza,  no Sítio São Pedro, zona rural de São José do Calçado (ES). Minha avó faleceu com 102 anos de idade. Na época de minha infância, a vida era difícil, andávamos a pé, mas éramos felizes", lembra Márcia, emocionada.

Torrador de café, bules e canecas da casa da avó Valentina

Por conta disso, vários objetos que pertenceram a sua avó fazem parte da decoração da loja " Ô de casa!", como os bules, canecas e a torradora de café: "O nome da loja foi inspirado no fato de que, na roça, quando uma pessoa vai chamar por alguém, em uma casa onde não há campainha, sempre acaba gritando: 'Ô de casa!' ".


Maria Eduarda de Souza Santiago, 13 anos, filha de Márcia e Sérgio, produz artesanatos de qualidade

A loja, que foi inaugurada no dia 6 de maio passado, foi instalada inicialmente com artesanato mineiro, mas pouco a pouco irá acrescentar o artesanato local e regional: "em Minas Gerais é comum utilizarem prédios históricos para estabelecerem lojas com ambiente rural. Pretendo, em breve, expor artesanato de Bom Jesus do Itabapoana e da região", assinala.



Márcia criou um ambiente aprazível de zona rural, dentro da cidade

Segundo Márcia, a receptividade à abertura do negócio está sendo excelente: "As pessoas estão vindo para conhecerem o local, e acabam ficando encantadas. Uma dessas pessoas se emocionou e chegou a chorar. Ela disse que ao ver a simplicidade das coisas da roça, se emocionou". 




"Quarta, o único objeto que restou da fábrica de farinha de meu avô Pedro Silvino, e que servia para medir a farinha"


A loja é decorada também pela "quarta", único objeto que restou da fábrica de farinha de seu avô Pedro Silvino: "A quarta era utilizada para medir a quantidade de farinha na hora de ser vendida", explica.

Tacho para fazer doces... 

 
... gamelas do avô Deoclécio José Dias, peneira da avó Valentina...
 
...carneiro hidráulico, que não necessita energia elétrica, utilizado para jogar água no morro, com base na gravidade...


 
...e latão de leite utilizado pelos avós

 Um tacho para fazer doce, de sua avó Valentina, duas gamelas, onde o avô Deoclécio José Dias temperava linguiça e torresmo, um carneiro hidráulico, utilizado para levar água para o morro, e o latão de leite utilizado pelos avós, são outras relíquias trazidas por Márcia para ornamentar a loja.




Márcia e Maria Eduarda, na recepção da loja: fé, recordações e sonhos


5 comentários:

  1. Excelente matéria! E agora que o casarão encontra-se novamente desocupado, poderá ser reutilizado com uma atividade que tudo tem a ver com a construção do prédio e sua idade...

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. esta casa moraram meus avós. Ana Boniolo Magalhães e Domiciano Magalhães onde meu pai, José C. Magalhães e meus tios Geraldo e Lourdes foram criados. Meu pai ia todos anos com a família, passar o férias em Bom Jesus. Temos fotos da casa antiga. Tinha uma varandinha na lateral. Espero um dia voltar e relembrar os meus tempos de infância nesta casa. Maria Glaucia Magalhães

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  4. Através deste blog, reconheci a casa de meus avós. Gostaria e reencontrar meu primo Paschoal e o restante da família, mas não tenho o contato dele depois que saiu de Niterói - Meus contatos 21-99609-7438) Poderia me ajudar? Agradeceria muito. Maria Glaucia

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