ENCONTRO DE DESCENDENTES DA FAMÍLIA DO INTENDENTE MANOEL ANTÔNIO DE AZEVEDO MATTOS
O NORTE FLUMINENSE publica, a seguir, texto de Ruth Fragoso de Azevedo Silveira. As fotos e legendas são do jornal
por Ruth Fragoso de Azevedo Silveira
Foto dos descendentes do intendente Manoel Antônio de Azevedo Mattos no pátio do ECLB |
No
último feriado, com os meus 90 anos de vida, tive o privilégio de promover um
encontro entre os descendentes do meu Avô – o baluarte Manoel Antônio de
Azevedo Mattos. Foi um momento de renovação e de felicidade compatíveis com a
época: a Páscoa.
Intendente Manoel Antônio de Azevedo Mattos, em foto de 1890 |
Da
cidade do Rio de Janeiro, vieram os netos de Mercês Maria, irmã de meu pai José
de Azevedo Mattos. Foi um feriado intenso, recheado de momentos de
retrospectiva com muitos álbuns para revivermos um passado que une em renovação
as duas famílias.
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Manoel Antônio de Azevedo Mattos, Tereza de Azevedo Mattos e a filha Inhá |
Os
momentos foram abençoados e saudosos de lembranças do casal Manoel e Tereza, da
Inhá (Tereza Maria de Azevedo Mattos) – filha que teve a mocidade interrompida
-, do tio Janjão (João de Azevedo Mattos), de meu pai, José de Azevedo Mattos,
e de Mercês Maria de Azevedo Mattos.
João de Azevedo Mattos foi secretário do antigo Colégio Rio Branco |
Nesse
retrospecto, em meio a muitas fotos, os descendentes de Mercês Maria ficaram
encantados pelo meu acervo ou pelo acervo da Ruth, da tia Ruth, da Dindinha ou
apenas da Ruth com fotos de meus pais José de Azevedo Mattos e Hermínia Fragoso
Mattos. Eu, juntamente com a memória de meu saudoso esposo, Acyr Rodrigues
Silveira, e meus filhos, genro e nora, netos e bisneto: Luzia Maria e esposo
Paulo; Amintas e esposa Verônica, com seus filhos Victor e Bruno; Silênia e
esposo Rubens com sua filha mais velha Rafaela e seu filho Guilherme; Nereida;
e Adriano com seus filhos Adriano Jr., Isabella e Gustavo. Além de minha amada
irmã Yolanda, que está sempre ao meu lado mantendo os laços fraternais
apertados, com seus filhos Ângela e Antônio Carlos; e de minha sobrinha Maria Carmem,
- com seu filho e neto: Tércio e Lucas, e sua filha Renata e o noivo Ciro; de
Paulo Sérgio; e de Luiz Alberto e Júlia, com sua filha Juliana e o esposo
Alexandre; de minhas primas Maria Isabel, Maria Cristina e Lucília, recebemos
os descendentes de minha tia Mercês Maria: Thereza Cristina e Beto, com seus
filhos Ana Carolina e Rafael; Ivan com suas filhas Talita e Beatriz; e Graça,
com seu encanto, registrou todos os nossos momentos.
Ruth e a emoção com o encontro dos familiares do Rio de Janeiro |
Nosso
encontro iniciou em minha residência com almoços, com lanches, com garimpagens
de fotografias e muitas risadas; culminando com um coquetel que ofereci no Rio
Branco, hoje espaço Cultural Luciano A. Bastos (ECLB), local que guarda em suas
paredes histórias de vidas que marcaram a sociedade bonjesuense, em especial a
minha família, preservado pelos sucessores de Dr. Luciano: Gino e Cláudia.
Agradecemos aos dois por terem nos proporcionado momentos ímpares de felicidade
nesse encontro tão acolhedor.
As dependências do ECLB foram visitadas pelos participantes do encontro |
Ressalvarei,
aqui, duas homenagens que nos emocionam muito: a primeira perpassa o tempo,
produzida pelo saudoso Padre Melo para a irmã de meu pai, Inhá; a segunda,
escrita pelo meu sobrinho Luiz Alberto, filho de minha saudosa irmã Maria José
(Zefa) e do saudoso cunhado Ademar (Filhinho), para o dia do nosso encontro no
ECLB.
Relíquia trazida pelos familiares do Rio de Janeiro: poesia de Padre Mello, após o falecimento de Inhá, em janeiro de 1902 |
Homenagem
de Padre Melo, em janeiro de 1902, aos meus avós pela mote prematura de minha
querida tia Inhá:
“Gotas de Balsamo”
Lagrimas...
Lagrimas... Porque?
Se acaso nasce
entre espinhos cândida açucena
Deveremos ficar
inda com pena
Se alguém
plantal-a em crystallyno caso?
Açucena Ella foi cuja
pureza,
Peregrino primor e
graça rara,
E hoje recende de celestial devesa.
Que mão colheu à
flor da primavera?
Quem nos risos lhe
deu linda sorte?
Paes que gemeis,
não condemneis à morte,
Ella vive no céo,
por vós espera.”
A seguir, a homenagem, que considero um presente, do meu sobrinho Luiz
Alberto para o dia do encontro:
Dr. Luiz Alberto Nunes da Silva no banco escolar do antigo Colégio Rio Branco, onde estudou: pronunciamento histórico |
“ Senhoras e Senhores, Boa Noite!
Falar, sobretudo falar em publico, é uma espécie de riacho, cheio de
pedras e desvios, por onde a ideia corre em com dificuldade. Razão pela qual
trago aos Senhores e Senhoras, não um discurso, mas anotações e pequenas
lembranças que recentemente me vieram à memória, para a noite de hoje. Isto é,
as que considero mais apropriadas a essa noite.
Até porque, diz uma máxima do meio jurídico, a tribuna do juiz são os
autos.
Portanto, todo cuidado é pouco, para não entrar em águas cheias de
pedras e desvios. Se as energias originarias e os elementos primeiros não
fossem regidos por um sutilíssimo cuidado para que tudo mantivesse sua devida
proporção, o universo não teria surgido e nos não estaríamos aqui. Nós mesmos,
somos filhos e filhas do cuidado. Se nossas mães não tivessem acolhido com
infinito cuidado, não teríamos como descer do berço e ir buscar o nosso
alimento. O cuidado e aquela condição previa que permite um ser vir à
existência. É o orientador antecipado de nossas ações para que sejam
construtivas (Segundo Leonardo Boff).
Em tudo o que fazemos, entra o cuidado, cuidamos do que amamos, amamos o
que cuidamos.
Creio, assim, que nesse momento estamos cuidando do que amamos; e amando
o que cuidamos. Como assim? Vejamos a resposta: Estamos, a princípio, cuidando da história de uma família e amando, com
zelo, essa trajetória familiar.
De outro, não tenho o menor receio em afirmar que essa historia passa
pela historia de nossa cidade; pela historia de outras cidades deste País. Com
contribuição em varias parcelas desenvolvimentistas e culturais. Estamos,
assim, escrevendo na nossa verdadeira história.
No entanto, a maior responsável por esse acontecimento vem de Dona Ruth,
carinhosamente, Tia Ruth.
Ruth relembrou os tempos de pianista |
Falar da Tia Ruth seria, no meu pensar, um lugar comum. Porque sendo
guerreira e mãe, e porque não acrescentar: uma verdadeira historiadora e
contadora de casos. Sempre nos deu o exemplo de como a vida deve ser vivida.
Gabriel Garcia Marques, consagrado escritor colombiano, gostava de dizer
que a vida é a coisa mais importante que já foi inventada.
E viver e viver bem. O homem vive preocupado em viver muito e não em
viver bem, quando na realidade não depende dele o viver muito, mas sim o viver
bem (Sêneca).
Tia Ruth é dessas poucas pessoas que vive e vive bem. Por que também é
idealista e sonhadora. Nos seus sonhos entram, com certeza: as borboletas –
representando a beleza da vida bem vivida e apresentada; os elefantes, que nos
dá a força para levar adiante esses sonhos. E, assim, ter condição plena, e
elogiável, de reunir aqui neste lugar, neste recanto da cultura de nossa cidade
(Espaço Cultural Luciano Bastos), um tronco de tradicional família brasileira,
cujos integrantes ora vêm do Rio de Janeiro (lá de Engenho de Dentro), ora de
Brasília, Ora de Vitória, ora de Belo Horizonte, enfim de vários rincões desse
Brasil, para confirmarem o que acabo de dizer.
Se não registro nomes é porque tenho medo de esquecer de alguém muito
querido. Mas, meus queridos parentes, sintam, todos, por mim lembrados,
inclusive do fundo do meu coração.
Senhoras e Senhores, continuar falando de Ruth, sem mencionar o Acyr,
outro intelectual, professor e humanista, não seria justo, e minha breve fala
seria incompleta. Fica assim esse registro: Ruth se completa em Acyr, numa
verdadeira metamorfose, no sentido de transformação: de duas vidas NUMA SÓ.
Ao terminar, desejo passar aos presentes a ideia de que Dona Ruth, minha
carinhosa Tia Ruth, é exemplo ímpar de como a vida deve ser vivida.
Obrigado!”
Ruth e o magistrado dr. Luiz Alberto Nunes da Silva: prosseguindo os ideais do intendente Manoel Antônio de Azevedo Mattos |
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