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Andreia Campos, e o Ateliê Dama do Barro: moldando sentimentos em formas eternas |
Une-os a argila viva, esse pó de eternidade que guarda em si o mistério da criação: o barro de que somos feitos, o barro a que retornaremos.
O Mestre Daniel, em sua sabedoria, moldou no barro uma metáfora da vida: frágeis e divinos, transitórios e eternos. Fundou os Filhos do Barro como quem ergue um altar de poesia e esperança. Ali, com mãos generosas, não formou apenas peças, mas seres: filhos e filhas da argila, filhos do sonho, filhos da delicadeza.
E, entre esses filhos, estava Andréia. Aprendiz aplicada, bebeu da fonte do barro e transformou a matéria em canção. Hoje, já não apenas filha, tornou-se Dama do Barro: águia que abre as asas para além da oficina, para além da terra, alcançando os céus do mundo.
No bairro Cantagalo, em Rio das Ostras, cidade de mares e ventos, onde a poesia do litoral se mistura ao silêncio das ondas, Andréia ergueu seu ateliê. Ali, cada peça que nasce de suas mãos é poema concreto: pedaço de si mesma, fragmento de dor e de recomeço, gesto de amor transformado em forma.
Andréia conta sobre si: "me perco quando trabalho o barro, esse momento é lúdico pra mim... Me encontro e me perco... a peça nasce, nasce como um poema... Tudo de mim está ali, meus momentos, sentimentos... O fruir... Influir... Nasce o poema concreto... Um pedaço de mim...
Entre tantas dores, recomeços, sonhos... Surge então Dama do Barro... esse ateliê que me realiza plenamente..."
O barro que, em Daniel, era origem, em Andréia tornou-se voo. E como todo Mestre que se orgulha dos passos dos discípulos, Daniel reconhece na águia que parte a beleza de sua própria semente.
Ambos permanecem ligados pelo mesmo barro, pela mesma lição: do pó nascem flores, da argila se erguem sonhos. A Dama do Barro voa, mas leva consigo a marca do Mestre. E o Mestre sorri, porque sabe: sua obra é mais que barro. É vida.
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