Na terra onde a poesia brota dos versos de Casimiro, também floresce a poesia moldada no barro.
Na Tenda Cultural, dentro da Festa dos 166 anos de Emancipação Político-administrativa de Casimiro de Abreu, todas as peças da Exposição Entre Barros e Histórias, da consagrada artesã Vera das Artes, encontraram mãos que as acolheram, corações que as reconheceram.
Alegria e orgulho espalharam-se como perfume no ar: no Ateliê da Vera Sítio das Artes, no Ateliê Estrelinha, da doce Dona Antonieta, nas mãos criativas de Tatiana, Dona Ivonilda, Branca e no talento ancestral do Mestre Daniel de Lima. A festa que se iniciou no dia 12 chega hoje ao seu encerramento, mas deixa gravado, na memória coletiva, o brilho da união entre arte e vida.
Casimiro é terra de poesia. Do poeta que exaltou a infância e a natureza, que vestiu de saudade a pátria e a terra natal. É terra de "Meus oito anos", poema que se fez eternidade:
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Saudades que não se apagam, porque fazem parte da alma brasileira.
Mas Casimiro de Abreu não é apenas o berço do poeta dos versos, é também o chão fértil dos poetas de barro. Eles celebram o alimento do corpo e o alimento da alma. Celebram a arte coletiva, o encontro das mãos que criam e das mãos que cultivam, transformando trabalho em beleza, memória em esperança.
E assim, cada jarro, cada peça, cada história moldada em argila torna-se chama. Os artesãos e artesãs de Casimiro de Abreu são um farol que ilumina, não apenas sua cidade, mas o mundo inteiro, lembrando-nos de que a arte é, sempre, semente de futuro.
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