domingo, 28 de setembro de 2025

O Palacete que Ainda Mora em Nós

 


Havia um tempo em que Bom Jesus do Itabapoana se erguia mais altiva. Entre ruas e sonhos, um palacete de 1918 guardava não apenas paredes, mas a memória viva de uma cidade que aprendia a crescer. Era o Palacete do Malvino Rangel, obra eclética com sopros de art nouveau, testemunha de julgamentos, encontros e visitas ilustres.

Ali, Getúlio Vargas Filho foi recebido. Ali, o primeiro júri se desenrolou sob a defesa de Boanerges Borges da Silveira, pai dos ex-governadores Roberto e Badger Silveira. 

O edifício não era apenas pedra e cal, era gente, era história, era pertencimento.

Quando chegou o dia do adeus, antes da demolição, a despedida foi solene. Servidores, juiz, promotor e cidadãos se reuniram como quem segura a respiração diante do inevitável. Não se chorava apenas a perda de um prédio, mas de uma parte de nós mesmos.

Estiveram presentes no adeus ao Palacete do Malvino Rangel e estão eternizados em nossas história: José Borges Filho, Dr. Elcy de Souza, Ronaldo Almeida, Yolle Mello Teixeira, Helvio Almeida, Ronei Almeida, Elói, Filhinho Barreto Loretti, Dr. Sebastião Freire Rodrigues, Dr. Geraldo Batista, Carlos Quintino, Dr. Francisco Batista de Oliveira, Braz Cyrillo (trabalhou na empresa que construiu o novo prédio), Leonides Catharina, Dr Guth Gallo, Dr. Nivaldo Valinho, João Batista Vieira (Bulaia), Dr. Luiz Alberto e Paulinho Lupinha.

Quando o novo prédio deixou de funcionar como Fórum, o salão do júri virou biblioteca, e as salas se abriram a tantas vozes de interesse comum. 

Por isso, é justo desejar que sua fachada retorne, como um espelho onde possamos nos rever. Que ali se erga um Centro de Memórias, para que as novas gerações saibam que o futuro só floresce quando tem raízes.

A arquitetura clássica não é capricho de estilo. É respiro, é permanência, é beleza que resiste à pressa do mundo. Ela nos devolve harmonia, nos ensina proporção, nos convida à contemplação. Diante dela, a alma se eleva e a vida parece mais justa, mais plena, mais digna de ser sonhada.

O Palacete do Malvino Rangel pode ter sido demolido, mas ainda habita a memória e o desejo de quem não aceita ver a história se apagar. Que sua presença seja restabelecida, não apenas em pedra, mas em espírito. Porque todo desenvolvimento econômico precisa caminhar de mãos dadas com o desenvolvimento cultural. E porque uma cidade que esquece seu passado arrisca perder o brilho do próprio futuro.


O adeus ao Palacete do Malvino Rangel: José Borges Filho, Dr. Elcy de Souza, Ronaldo Almeida, Yolle Mello Teixeira, Helvio Almeida, Ronei Almeida, Elói, Filhinho Barreto Loretti, Dr. Sebastião Freire Rodrigues, Dr. Geraldo Batista, Carlos Quintino, Dr. Francisco Batista de Oliveira, Braz Cyrillo (trabalhou na empresa que construiu o novo prédio), Leonides Catharina, Dr Guth Gallo, Dr. Nivaldo Valinho, João Batista Vieira (Bulaia), Dr. Luiz Alberto e Paulinho Lupinha


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