Cresce apoio ao Museu do Poder Judiciário em Bom Jesus do Itabapoana

João Del''Fiume

João del Fiume, conhecido como João Vermelho, nasceu em Santiago, zona rural de Guaçuí (ES) no dia 18 de novembro de 1928.

Filho do italiano Américo del Fiume com Diolinda del Fiume, nascida em Porciúncula (RJ), integra um time de 11 irmãos: Altália, Tereza. Francisco, Maria da Penha, Bárbara, Maria Aparecida, América, Ativila, José Atílio e Maria José.

Aprendeu com o pai o ofício de pedreiro, mas foi se aperfeiçoando no trabalho com madeira. Fez curso de obras de arte e se especializou em "círculo ordem romana".

Segundo ele, o círculo ordem romana constitui "um artefato de obra de arte, como estátuas, leão e peixe, normalmente utilizados em peças de arquitetura".

Salientou, ainda, que "sempre sou chamado para realizar obras em Igrejas. Fui licenciado pelo CREA, por 35 anos, numa época em que não haviam arquitetos. Realizei obras, inclusive para a Caixa Econômica Federal". 

João Vermelho é reconhecido como realizador de grandes obras em Guaçuí. "A Escola Estadual conhecida como Polivalente, o prédio da Cooperativa, a antiga Delegacia e a Rodoviária possuem obras minhas", assinalou.

De acordo com João Vermelho, "é possível restaurar a fachada do prédio onde está situado o antigo Fórum de Bom Jesus do Itabapoana. Coloco-me à disposição dos bonjesuenses para apoiar na restauração".

Croqui para a recuperação da fachada do antigo Fórum de Bom Jesus do Itabapoana,  realizado por João del Fiume

Descrição de itens do croqui elaborado por João Vermelho

Em uma das páginas do jornal A Voz do Povo da década de 1930, sob o comando de Osório Carneiro, encontramos uma matéria sob o título “BOM JESUS E AS SUAS COUSAS”,  que se refere a um palacete construído por Malvino de Souza Rangel. Diz o texto:

“O presente clichê mostra o bello palacete de propriedade do sr. Malvino de Souza Rangel, onde o mesmo reside, com sua família. Está situado á praça Governador Portella, annexo a esta redação, e é um dos melhores prédios de Bom Jesus, construído que foi dentro dos moldes da architetura moderna”.

Jornal  A Voz do Povo da década de 1930

Na década de 1940, referido palacete já integrava o patrimônio do Estado, tendo se tornado a sede do Fórum no município. Foi ali, consoante notícia do jornal A Voz do Povo do mencionado ano, que Getúlio Vargas Filho foi recepcionado quando visitou a nossa terra. Foi neste prédio, também, onde ocorreu o 1º Júri de nossa comarca, onde atuou como advogado de defesa Boanerges Borges da Silveira, pai dos governadores Roberto e Badger Silveira. Trata-se, portanto, de prédio histórico que, lamentavelmente, restou demolido para a construção de novo prédio do fórum.

Palacete foi demolido para a construção do novo fórum,  já desativado

O movimento pelo resgate de nossa história impõe a luta pelo restabelecimento da fachada do antigo fórum, com a implementação do Museu do Poder Judiciário em nosso município. O prédio, que pertence ao estado, foi cedido para que a prefeitura e a Justiça Eleitoral ocupassem suas salas.

Ocorre que o espaço destinado à Biblioteca Municipal não cumpre sua finalidade. Tal biblioteca não tem espaço para receber qualquer livro. As prateleiras estão lotadas e as caixas de livros recebidas ficam lacradas, impossibilitando a consulta das obras remetidas.

Este espaço destinado à Biblioteca serviria perfeitamente para a implementação do Museu, nada impedindo que as outras salas continuassem a ser cedidas ao poder público municipal e à Justiça Eleitoral.

João Vermelho: vida de idealismo em Guaçuí