sábado, 3 de outubro de 2015

O DRAMA DOS IMIGRANTES



Lenice Xavier




     Tentei abster-me de escrever sobre este assunto, porque não costuma ser meu estilo de redação e, ainda, por não ser jornalista, mas a comoção vai tomando conta de nós, por meio dos noticiários em todas as suas formas, e fica difícil nos conter em verbalizar algo a respeito, especialmente pela emoção e a tristeza em ver imagens tão aterrorizantes.

     As cenas que temos assistido acerca dos imigrantes, onde a maioria tem sido de sírios, com famílias inteiras desesperadas diante dos estragos que a guerra civil de sua pátria tem causado ao seu povo, que já não suporta viver em meio aos horrores que têm acontecido na Síria, em razão  uma guerra civil que parece interminável.

     É uma quantidade imensa de imigrantes, que tenta escapar por meio de qualquer tipo de travessia, sendo a mais constante ultimamente, através do Mediterrâneo, onde traficantes de pessoas têm atuado e muitos sido abandonados à própria sorte em alto mar,  sem condições de encontrar um rumo. Algumas tentativas de resgate têm sido feitas, mas a quantidade de fugitivos, inclusive de outros países, como a Nigéria e outras regiões da África, não para de crescer, e o mais triste, o fato de alguns países europeus não os aceitarem, e, nessa luta pela sobrevivência, pela tentativa de dar continuidade às suas famílias e oferecer o mínimo de liberdade onde seus filhos possam viver, muitos têm se deparado com o inevitável, a morte de famílias inteiras.

     Se não bastasse os horrores que ocorrem em Jerusalém e arredores há tantos anos, agora, essa quantidade absurda de terroristas, de grandes exércitos de monstros que matam em  nome de Alah, já disseminado em várias regiões do Oriente Médio, parte da Europa e, mais acintosamente em alguns países da África, têm tido como foco o maior número de baixas em um único ato de terror e a destruição do patrimônio público, inclusive de órgãos oficiais e prédios tombados pelo patrimônio histórico.

      Que me desculpem as pessoas que se julgam religiosas, não vai aqui nenhuma crítica a nenhum tipo de religião professada, mas a religiosidade, desde sempre, desde os tempos que antecederam a vinda de Jesus, assim como no seu tempo, quando os cristãos eram perseguidos e mortos, tem sido um elemento de dissenção, de atitudes de segregação sem limites, praticada por elementos, que de fato não são religiosos, mas fanáticos desenfreados. Como exemplo, pode-se tomar o apóstolo Paulo, que antes de converter-se ao cristianismo e seguir a Jesus, também foi um caçador de cristãos e algoz de muitos, passando, depois de convertido a protetor e defensor daqueles cristãos como ele.

     Passa da hora de nós, os que nos consideramos cristãos, nos juntarmos em orações por esse povo despatriado, esse povo que luta apenas por um lugar ao sol, consiga sobreviver a tanta adversidade e encontrem a paz, que o bem maior que um cidadão, um povo pode ter.

      Dilacera o coração ver crianças de todas as idades, algumas bem pequeninas, naquela corrida desumana de quem é fugitivo mesmo, chorarem agarradas aos seus pais e algumas morrendo afogadas em meio a um desespero sem precedentes, onde pai e mãe desconhecem seu real paradeiro e até mesmo se conseguirão chegar a algum lugar.

    Em meio a tanto infortúnio, além de nossas orações por eles, precisamos agradecer a Deus por não termos nenhum dos nossos passando por algo assim e pela segurança que nossos filhos e netos podem ter, sem nenhum risco que lembre uma guerra e desesperos dessa natureza.



Lenice Xavier – 07/09/2015

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