Lenice Xavier |
Tentei abster-me de escrever sobre este assunto, porque não costuma
ser meu estilo de redação e, ainda, por não ser jornalista, mas a comoção vai
tomando conta de nós, por meio dos noticiários em todas as suas formas, e fica
difícil nos conter em verbalizar algo a respeito, especialmente pela emoção e a
tristeza em ver imagens tão aterrorizantes.
As cenas que temos assistido acerca dos imigrantes, onde a maioria tem
sido de sírios, com famílias inteiras desesperadas diante dos estragos que a
guerra civil de sua pátria tem causado ao seu povo, que já não suporta viver em
meio aos horrores que têm acontecido na Síria, em razão uma guerra civil que parece interminável.
É uma quantidade imensa de imigrantes, que tenta escapar por meio de
qualquer tipo de travessia, sendo a mais constante ultimamente, através do
Mediterrâneo, onde traficantes de pessoas têm atuado e muitos sido abandonados à
própria sorte em alto mar, sem condições
de encontrar um rumo. Algumas tentativas de resgate têm sido feitas, mas a
quantidade de fugitivos, inclusive de outros países, como a Nigéria e outras
regiões da África, não para de crescer, e o mais triste, o fato de alguns
países europeus não os aceitarem, e, nessa luta pela sobrevivência, pela tentativa
de dar continuidade às suas famílias e oferecer o mínimo de liberdade onde seus
filhos possam viver, muitos têm se deparado com o inevitável, a morte de
famílias inteiras.
Se não bastasse os horrores que ocorrem em Jerusalém e arredores há
tantos anos, agora, essa quantidade absurda de terroristas, de grandes
exércitos de monstros que matam em nome
de Alah, já disseminado em várias regiões do Oriente Médio, parte da Europa e,
mais acintosamente em alguns países da África, têm tido como foco o maior
número de baixas em um único ato de terror e a destruição do patrimônio
público, inclusive de órgãos oficiais e prédios tombados pelo patrimônio
histórico.
Que me desculpem as pessoas que se julgam religiosas, não vai aqui
nenhuma crítica a nenhum tipo de religião professada, mas a religiosidade,
desde sempre, desde os tempos que antecederam a vinda de Jesus, assim como no
seu tempo, quando os cristãos eram perseguidos e mortos, tem sido um elemento
de dissenção, de atitudes de segregação sem limites, praticada por elementos,
que de fato não são religiosos, mas fanáticos desenfreados. Como exemplo,
pode-se tomar o apóstolo Paulo, que antes de converter-se ao cristianismo e
seguir a Jesus, também foi um caçador de cristãos e algoz de muitos, passando,
depois de convertido a protetor e defensor daqueles cristãos como ele.
Passa da hora de nós, os que nos consideramos cristãos, nos juntarmos
em orações por esse povo despatriado, esse povo que luta apenas por um lugar ao
sol, consiga sobreviver a tanta adversidade e encontrem a paz, que o bem maior que um cidadão,
um povo pode ter.
Dilacera o coração ver crianças de todas as idades, algumas bem
pequeninas, naquela corrida desumana de quem é fugitivo mesmo, chorarem
agarradas aos seus pais e algumas morrendo afogadas em meio a um desespero sem
precedentes, onde pai e mãe desconhecem seu real paradeiro e até mesmo se
conseguirão chegar a algum lugar.
Em meio a tanto infortúnio, além de nossas orações por eles,
precisamos agradecer a Deus por não termos nenhum dos nossos
passando por algo assim e pela segurança que nossos filhos e netos podem ter,
sem nenhum risco que lembre uma guerra e desesperos dessa natureza.
Lenice Xavier – 07/09/2015
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