sexta-feira, 14 de abril de 2017

PROCISSÃO DO ENCONTRO E LITURGIA DO OFÍCIO DE TREVAS

                                                Foto: Leonardo Ranquini



Nesta quarta-feira (12), a Matriz Nossa Senhora da Piedade e a Capela Nossa Senhora do Bom Sucesso celebraram a Procissão do Encontro, marcada pela união das imagens de Nossa Senhora das Dores e de Nosso Senhor dos Passos, centenas de fiéis acompanharam a tradicional procissão, momento em que é lembrado o encontro de Maria com Jesus durante o caminho do Calvário. Após a procissão, ocorreu na Matriz, à liturgia do Ofício de Trevas.


OFÍCIO DE TREVAS

O ofício de trevas (matutina tenebrarum) é o ofício das matinas e laudes dos três últimos dias da semana santa (quarta, quinta e sexta-feira).

O nome deriva-se de três situações de trevas:

1 – As trevas naturais de meia-noite ao anoitecer, ou seja, as horas destinadas à recitação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso nas trevas da noite: “Haec est hora vestra et potestas tenebrarum” (Esta é a vossa hora e do poder das trevas.) (Lc 22, 53).
2 – As trevas litúrgicas, quando durante as cerimônias da paixão apagam-se todas as luzes na igreja, exceto uma.
3 – As trevas simbólicas da paixão.

Quinze velas

Canta-se este ofício ao cair da noite. Por este motivo o auxílio das luzes de velas torna-se indispensável.
No coro é colocado um candelabro de quinze velas. Uma delas é de cor branca e todas as outras são feitas de cera amarela e comum, como sinal de luto e pesar.
No final de cada um dos Salmos que vão sendo cantados, o cerimoniário apaga uma das velas. Ao mesmo tempo, as luzes da igreja vão sendo apagadas também. As velas vão sendo apagadas sucessivamente, até restar apenas uma, a branca. Esta vela não será apagada. Continuará acesa e será levada para trás do altar.
Ao término do ofício, o oficiante e os que o seguem, fecham o livro com estrépito.

Explicação

As velas que vão se apagando representam os discípulos, que pouco a pouco abandonaram Nosso Senhor Jesus Cristo durante a Paixão.
A vela branca escondida atrás do altar e, mais tarde, outra vez visível, significa Nosso Senhor que, por breve tempo, se retira do meio dos homens e baixa ao túmulo, para reaparecer, pouco depois, fulgurante de luz e de glória.
No fim, apagam-se as luzes para simbolizar o luto da Igreja e a escuridão que baixou sobre a terra quando Nosso Senhor morreu.
O ruído no fim do ofício de trevas significa o terremoto e a perturbação dos inimigos e recordam a desordem que sucedeu na natureza, com a morte de Nosso Senhor.

A razão histórica do rito de apagar pouco a pouco as velas do tenebrário provavelmente é uma lembrança. Semelhantemente se apagava uma vela depois de cada salmo, para constar quantos foram recitados. Este rito remonta, portanto, ao tempo em que ainda não havia ofícios metodicamente organizados ou quando havia, conforme a estação do ano, mudança no número de salmos.

Arauto do Evangelho - Por Emílio Portugal Coutinho

(Informação do CCMB – Centro Cultural Maria Beatriz)




Um comentário:

  1. TODA SOLENIDADE RELIGIOSA INDEPENDENTE DE CRENÇA TEM O SEU VALOR ESPIRITUAL. SAÚDE E PAZ.

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