sábado, 9 de fevereiro de 2019

Academia Bonjesuense de Letras ressurge com "sangue novo"

     Julio César de Paula Ribeiro pertence à nova geração de poetas bonjesuenses, incumbida de restabelecer a Academia Bonjesuense de Letras


No dia 20 de dezembro do ano passado, através de uma importante iniciativa do Secretário de Cultura, Turismo e Urbanismo, Bob Flávio, reuniram-se, na sede da Secretaria, escritores e poetas interessados em resgatarem a gloriosa Academia Bonjesuense de Letras.

Na oportunidade, criou-se uma Comissão que diligenciará para tomar as medidas necessárias para o restabelecimento da arcádia. Este colegiado está formado por Julio Cesar de Paula Ribeiro, Yelmo de Carvalho Toledo Papa, Jailton da Penha, Julia Gonçalves Giacomini Bartholazzi e André Luiz de Oliveira.

O Norte Fluminense entrevista, agora, uma das novidades de nosso meio literário, o jovem psicólogo Julio Cesar de Paula Ribeiro, que integra a Comissão e representa um "sangue novo" em nossas Letras .


1. Você é um dos membros da Comissão para o restabelecimento da Academia Bonjesuense de Letras. O que o levou a se interessar para integrar a entidade?
 Recebi o convite para participar de uma reunião sobre o restabelecimento da Academia, e não poderia deixar de participar. Uma cidade como a nossa, com tantos poetas,escritores e mestres dedicados à língua portuguesa, merece ter de volta uma instituição que reúna estes nomes, que promova a literatura, as artes, e que zele por nosso patrimônio local.

2. Quando você passou a se interessar por Literatura?
  Desde cedo, ouvia histórias literárias que me eram narradas. Contos e poesia de grande escritores. Com o passar do tempo, em minha juventude, na escola, tive acesso a esses livros e acesso, também, à história dos seus autores, personalidades que marcam e despertam curiosidade.

3. Quais as atividades que poderão ser desenvolvidas pela Academia para estimular os jovens à leitura?
 O contato com os jovens, ouvir o que os jovens têm a dizer é o primeiro passo; depois, promover círculos literários, concurso de poesia, palestras sobre a literatura brasileira e divulgar a  importância da leitura,etc.

4. Bom Jesus tem tradição de grandes escritores e poetas. Quais você destacaria?
 Padre Mello tem enorme destaque por conta de suas poesias. Ao entrar em contato com sua obra, podemos ver que ele era, entre outras coisas, um grande observador do cotidiano e da vida humana.

5. A próxima Tenda Cultural, por ocasião da Festa de Agosto, levará o nome de Élcio Xavier, que  completará 99 anos no dia 3 de maio, e continua em plena atividade literária. Como você avalia a importância dele para as nossas letras?
 Sua obra dá vida à cidade, inspira as novas gerações bonjesuenses e, portanto, merece ser divulgada e homenageada.

6. O secretário de Cultura, Turismo e Urbanismo, Bob Flávio, além de capitanear o resgate da Academia, quer levá-la para o prédio do Monte Líbano. Qual a importância da sede ficar estabelecida ali?
 É um local histórico. Um marco na vida de uma geração. Nós, jovens, não tivemos a oportunidade de vivenciar a importância daquele local. A abertura daquele espaço, para alguns, relembrará uma época, para outros, será um nova e grande experiência.

7. Quais as contribuições que a Academia Bonjesuense de Letras poderá dar à nossa sociedade, somando forças com o ILA (Instituto de Letras e Artes Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo)?
O ILA já faz um trabalho singular, de grande proporção, com muito zelo e excelência no que promove. A Academia poderia somar na  descoberta de novos nomes da literatura, no estímulo para o surgimento de novos autores, com publicação de livros, além de cuidar da memória e homenagear os escritores de nossa cidade, enfim, zelar pela cultura.

8. Dr Ayrton Borges Seródio foi o fundador de nossa Academia e era um apaixonado pelo sonetos alexandrinos. Você considera que essa forma de poesia ainda tem espaço nos dias de hoje?
Com certeza. A poesia sempre tem seu espaço. E quando apresentada, sempre encanta e torna a encantar gerações, que por inúmeros motivos não tiveram ou perderam contato com ela.

9. Vera Viana compôs o hino da Academia, mas que é desconhecido. Você teria alguma ideia para torná-lo conhecido?
 Toda a obra de Vera Viana merece ser propagada e promovida. Faz muito bem para nós. Quem teve contato com ela, sabe.  O hino poderia ser executado por músicos de nossa terra. É mais um nosso patrimônio.

10. Considerações finais.
A ideia de retomar a academia veio em boa hora. É um pedaço da história de Bom Jesus. Esta comissão que integramos, foi formada para ajudar nos trabalhos necessários para a tão esperada reabertura da academia. Nosso trabalho é em prol da cultura, dos escritores de nossa cidade, dos nossos poetas e de toda a população. Trabalhamos para todos eles. Por isso, acho importante deixar o convite a todos que têm interesse em ajudar neste projeto, sendo produtor de literatura ou apreciador da arte. Esse projeto é de todos, para todos e conta com todos.

Segue uma poesia de sua autoria.


Terra de Santa Cruz

Terra amada, terra esperada,
Terra feliz, terra sem fim,
Terra que ri, terra que faz sorrir.
És para mim, assim, assim.

De ti esperamos força e vitória,
De ti aguardamos alcançar a glória.
És mãe de um povo que ama,
És mãe de filho que não te abandona.

Dificuldades é certo que encontras,
Sofrimentos sabemos que tens.
Mas tem também a esperança,
E grita um brado de amém.

Teu povo tem fé desde sempre,
Nasceu Terra de Santa Cruz.
A cruz te acompanha desde o início,
A fé está junta também.

Sabemos que sairás com vitória,
E contas conosco também.
Com fé em Deus e na Padroeira,
Vitórias, vitórias, amém!


     Julio Cesar de Paula Ribeiro e uma obra de Aleijadinho


2 comentários:

  1. Parabéns. Quando houver concurso de poesias com participação de outros Estados, gostaria de me inscrever. Abraços. Fanny (mfzereman@yahoo.com.br)

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