Flor do cafezal, branquinha e serena,
Que anuncia a colheita com ternura amena,
E enche os campos de uma doce paz,
Como um sorriso da terra que nos satisfaz.
Flor da jabuticabeira, tímida e singela,
Que logo se veste de fruta tão bela,
Doce promessa que o tempo tece
Em vinho e memória que o povo aquece.
Orquídeas, olhos de boneca encantada
Pendendo dos galhos, na luz orvalhada,
Mistério silente, beleza discreta,
Que o vento embala em dança secreta.
Bromélias que brotam em cores tão vivas,
Guardando nas folhas as águas cativas,
Flores de bandarras, vermelhas ao vento,
Enfeitam o campo neste doce momento.
Ipês dourando as estradas da serra,
Paineiras rosando os céus desta terra,
Explosões de vida que o tempo consente
Para lembrar-nos: tudo renasce, sempre.
Flores de Varre-Sai, encanto e fervor.
Terra do café, do vinho e do vigor,
Que nos inspiram, com sua primavera,
A sermos mais leves, de alma sincera.
Pois mesmo entre falsos aromas que ferem,
Somente as flores verdadeiras permanecem:
As que perfumam de bem os morros e terreiros,
Os nossos olhares e os nossos desejos.
(Isabel Menezes – professora e historiadora)
Ao vivo é lindo demais, o cheiro da flor, o zunido das abelhas, são sensações únicas.
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