Há cento e trinta anos, no dia 11 de setembro de 1895, o jovem Padre Antônio Francisco de Mello, filho de camponeses da ilha de São Miguel, nos Açores, embarcava, no porto da ilha Terceira rumo ao desconhecido. No navio alemão Argentina, acompanhado de sua irmã Mariquinha Mello e de Dona Cândida Correia, partia para o Brasil. Era um adeus sem promessa de retorno: deixavam atrás de si o solo natal e atravessavam ondas em busca de um mundo novo a ser construído.
Deixavam atrás o cheiro do pão da terra natal, as campinas verdes e a saudade ainda por nascer.
À frente, o Atlântico, largo, insondável, promissor.
As ondas embalavam não apenas corpos, mas um sonho: construir no Brasil uma nova vida, uma nova história.
Do Rio de Janeiro, o sacerdote foi enviado a servir em cidade distante. Seguiu para a cidade de Sapucaia, onde começou seu pastoreio. Em 18 de junho de 1899, foi enviado a Bom Jesus do Itabapoana, terra que adotaria como sua até o fim dos dias, em 13 de agosto de 1947.
Seu nome ecoa nas ruas, nas memórias, nas preces, um estrangeiro que se fez filho da terra.
Ali floresceu como sacerdote e homem de cultura. Ali lançou raízes mais fundas que as da terra açoriana, ali se fez pastor, educador, guia e luz.
E ali permaneceu até 13 de agosto de 1947, quando entregou à eternidade o fôlego derradeiro. Foi reconhecido como um gênio da civilização e da fé, venerado por muitos como Santo Antônio Mello de Bom Jesus.
Sua presença dignificou o município, que hoje o guarda na memória como herança viva. Também a pátria açoriana se orgulha de seu filho, que deixou ao Brasil uma história, um presente e um futuro.
Viva Padre Mello!👏👏
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