Filho do português Adriano Antônio Ferreira Martins, oriundo de Santa Comba, e da carioca Dulce Gonçalves Moraes Martins, Valdieri nasceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro de 1941, e, com três anos de idade, foi residir em Santos (SP), com os dois irmãos: Ivan e Luís, hoje, respectivamente, engenheiro civil e engenheiro químico.
Com 5 anos de idade, já manifestava o dom para a escultura. Quando tinha 12, seu pai estabeleceu um bar e mercearia e, ao preparar o balcão, chegou até ele uma peça do precioso mármore carrara, que tinha pertencido a um antigo bar demolido. Usando um prego, Valdieri transformou parte da peça em um livro. A partir daí, entusiasmou-se e passou a fazer peças em madeira, não parando mais na arte da escultura. "Todos os presentes dados à minha namorada foram feitos por mim. Jamais comprei um", salienta.
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Livro de mármore foi feito com prego, aos 12 anos de idade |
Posteriormente, mudou-se para a cidade de São Paulo. Certo dia, aceitou o convite de um empresário para conhecer o mármore de Cachoeiro de Itapemirim (ES). Dirigiu-se, então, para a cidade capixaba e, impressionado, resolveu elaborar um projeto para que o município pudesse desenvolver a arte da escultura,
Para sua satisfação, o projeto foi aprovado e a prefeitura inaugurou, em 1996, uma Fundação Municipal, onde Valdieri passou a lecionar, chegando a atingir a marca de 128 alunos. Ele construiu todos os instrumentos utilizados pela entidade.
Ocorre que, após três anos, e com a mudança de prefeito, o projeto foi cancelado. Valdieri fundou, então o Instituto Arte Total, que durou um ano. Resolveu, então, manter suas atividades em sua residência, localizada em Monte Belo. onde atua com idealismo e determinação, desde então.
No dia 23 de junho de 2005, recebeu o título de Cidadão Cachoeirense.
Valdieri possui uma filha: Fabiana, residente em Santos, e 4 netos: Giovana, Mariana, Murilo e Guilherme.
A ligação do consagrado escultor com Bom Jesus do Itabapoana se iniciou neste ano, a partir da história do Padre João Mendes Ribeiro, que era negro e foi nomeado, em 1867, para atuar no distrito de Calheiros, sendo alvo de discriminação racial.
Segundo a história, o pároco, por ser negro, não foi aceito por moradores que, certa vez, colocaram-no em um bote, sem remos, e lançaram-no no rio Itabapoana para que atingisse a Cachoeira da Fumaça e morresse. Padre João Mendes, sem perturbar-se, sentou-se e abriu seu livro de orações, e pôs-se a rezar. A partir de então, milagrosamente, a canoa seguiu tranquilamente para o outro lado e retornou ao local de origem.
Segundo Valdieri, "fui consultado sobre a possibilidade de realizar um monumento em sua memória. Li, então, sua história e tive a ideia de materializá-la em uma escultura. A ideia foi aceita e já dei início à obra, que deve ficar pronta no mês de abril", salienta,
Bom Jesus do Itabapoana terá, portanto, no mês de agosto, por ocasião do 9º Circuito Cultural Arte Entre Povos, motivo para se regozijar, pois terá, a partir de então, em seu solo, uma importante obra do festejado escultor carioca.
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