Maria Apparecida Dutra: neta do primeiro prefeito de nosso município |
Completou 86 anos de idade, no dia 9 de setembro passado, a professora Maria Apparecida Dutra. Neta de Pedro Gonçalves da Silva, primeiro prefeito de Bom Jesus do Itabapoana que tomou posse no dia 25/12/1890, foi graças a seu pai, o historiador Antonio de Sousa Dutra, que os originais das edições do primeiro jornal de Bom Jesus, o "Itabapoana", de 1906, e outras relíquias, foram preservadas. Pedro Dutra, irmão de Maria Apparecida, foi quem doou essas preciosidades a Luciano Bastos, e que, hoje, integram o Museu da Imprensa do Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB).
Exímia mestra de história e da vida, Dona Maria Apparecida Dutra é fonte permanente sobre fatos históricos de nosso município.
Reproduzimos entrevista realizada com mestra.
Exímia mestra de história e da vida, Dona Maria Apparecida Dutra é fonte permanente sobre fatos históricos de nosso município.
Reproduzimos entrevista realizada com mestra.
Gino Bastos gravou vídeos sobre episódios importantes da história de Bom Jesus do Itabapoana com Maria Apparecida Dutra
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MARIA APPARECIDA POR ELA MESMA
Se tenho algum mérito, devo aos meus antepassados e a inúmeras pessoas desta terra.
ORIGENS
Pelo lado materno, descendo do meu avô Pedro Gonçalves da Silva, que foi o 1º. Intendente de Bom Jesus do Itabapoana. Minha avó, Isabel de Figueiredo, era descendente do alferes Silva Pinto, que foi um dos colonizadores de Bom Jesus.
Pelo lado paterno, meu avô, Joaquim Dutra, era proprietário de uma das primeiras fazendas de Bom Jesus, localizada na zona rural de Quebrados.
Meus pais, Alice Gonçalves da Silva e Antonio de Sousa Dutra, deixaram como herança para mim e para meus irmãos Pedrinho e Lúcia, os ensinamentos para vivermos uma vida de dignidade e de serviço ao próximo.
A PAIXÃO PELOS LIVROS E OS ESTUDOS
Do meu pai, tanto eu como meus irmãos, herdamos também o amor pela leitura: desde a infância, nossa principal diversão nas férias eram os livros de Monteiro Lobato e de Malba Tahan.
Eu e meu irmão Pedrinho fizemos o curso primário na Escola da grande educadora Amália Teixeira, nos idos de 1930. Recordo-me dos professores Alice Moreira e Nenci Castro, filha de Abílio Castro. Na época, havia também a Escola da dona Nair Melo, que funcionava no bairro Volta d’Areia. Na década de 1940, enfrentamos o rigoroso exame de admissão no Colégio Rio Branco, cujas provas tinham como modelo aquelas que eram aplicadas no Colégio Pedro II do Rio de Janeiro. O inspetor era o dr. Abelardo Vasconcelos, médico que clinicava em Bom Jesus e o diretor era o sr. Olívio Bastos.
Na adolescência, tive grande influência das "Leituras Católicas de São João Bosco". Eram livros e revistas que recebíamos de Colégio Salesiano de Niterói, onde meu irmão Pedrinho estudava; por isso, mais tarde, ele dizia que eu devia a ele minha predileção pelas leituras religiosas; esta dívida tenho também pela grande educadora Adélia Bifano, que foi, além de professora, quem preparava os jovens para ingressar nas associações da Igreja. Adélia chegou a passar para o vestibular de Medicina no Rio de Janeiro, em 1930. Ocorre que o marido de sua irmã, Bárbara, falecera, e ela preferiu ficar em Bom Jesus para apoiar a irmã. Por outro lado, com tábuas cedidas por seu irmão, o pai de Adélia, que era pedreiro, construiu alguns bancos e Adélia acabou criando sua escola. Este é um exemplo de vida para quem começa do nada.
Homenageados: Rozendo M. de Azevedo, Dr. Francisco Baptista, Halley Jansen, Lenita São José, José de Oliveira Borges, Dr. Colombino Siqueira (Inspetor), Stella Aguiar, Dr. Benjamin Haman, Humberto Cappai, Alfredo Silva
Formandos: Maria da Penha da Silva, Maria Apparecida Gonçalves Dutra, Maria Alves Pereira, D. Maria do Carmo Baptista de Oliveira (Diretora) Dr. Deusdedit de Rezende (Paraninfo), Olívio Bastos (Diretor), Pedro Gonçalves Dutra, Nilton Matos da Silva, Ediberto Rezendo Dutra
Maria Sylvia Maia Costa, Maria da Coneição Fragoso de Oliveira, Teresinha Moreira Megre, Wilma Nacif, Maria da Penha, Lair Junger, Walter Oliveira, Adeil Pedrosa Leandro, Carlos Borges Garcia, Washington C. de Oliveira
Cristina T. Pontes, Josette Helena Costa, Alíria Tinoco Matias, Nair Borges Barbosa, Georgina Mello Teixeira, Aliozete Batista Poubel, Geraldo Batista, Antonio Carlos Menezes, Gabriiel da Fonseca, José Nahim.
Em 1945, terminamos o curso ginasial no Colégio Rio Branco, com uma solene formatura, da qual foi paraninfo o Dr. Deusdedit Tinoco de Rezende, insigne professor de Geografia Geral e do Brasil. O orador foi o aluno Pedro Gonçalves Dutra.
Em 1953, terminamos, eu e minha irmã, Lúcia Gonçalves Dutra, o curso de formação de professores no Colégio Rio Branco, onde era diretora Dona Maria do Carmo Batista de Oliveira, mais conhecida como Dona Carmita. Os métodos por ela adotados, tanto na direção com em sala de aula, na disciplina e aprendizagem de História, que ela lecionava, hoje seriam desaprovados, no entanto, deixaram bons resultados.
TURMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO COLÉGIO RIO BRANCO em 1953.Terezinha Mansur, Maria Apparecida, Maria Stela, Maria José Borges, Célia Machado, Neusa Siqueira, Luísa Seródio, Dulce Pedrosa, Arieth Taliuli, Mariazinha Ferolla, Juracy de Aguiar-sobrinha de Octacílio de Aquino- Laura Silveira, Amélia Salim, Lúcia Gonçalves Dutra, Terezinha Chalhoub, Aline Borges Campos, Maria da Penha Freitas, Otália Boechat e Sirley Loureiro. Sentada: Dona Carmita
Como prova destes resultados, foi a preferência que tivemos, eu e Pedrinho, ao escolhermos, na Faculdade, o curso de Estudos Sociais.
O MAGISTÉRIO, OS FILHOS E OS NETOS
Durante 4 décadas exerci o magistério, procurando transmitir aos alunos não só os ensinamentos curriculares, mas também os princípios para uma vida digna.
É gratificante quando encontro com um ex-aluno e ele se recorda principalmente dos conselhos para agir corretamente. Estes mesmo exemplos alegro-me de ter passado aos filhos, aos sobrinhos e aos netos, que procuram cumpri-los, cada um em sua vocação.
Meus filhos são: Miguel Ângelo, bancário aposentado, é professor de Biologia. Maria Alice é professora de Educação Musical e Artística. Maria Adelaide é farmacêutica e divulga a cultura brasileira na Dinamarca. Marco Antônio exerce a profissão de bancário no Centro Cultural do Banco do brasil. Maria Angélica é veterinária da UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense).
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