segunda-feira, 25 de maio de 2020

CARTA GRATULATÓRIA


Bom Jesus, Rio de Janeiro, 25 de maio de 2020.

Hoje, ao receber a matéria sobre o centenário do Colégio Rio Branco, após leitura, veio, então, o ímpeto da gratidão. Antes, porém, é preciso dizer que, como aluno ou professor do ensino regular, não tive a felicidade de passar pelos umbrais desta casa de nobre missão. Não obstante, ouso me incluir, já às vésperas deste momento glorioso, na história deste lugar; foi pela música que me aproximei desta instituição a que com muito respeito, gratidão e carinho, chamo de casa! Registre-se, ainda, a grandiosa missão de permanecer no ideal da educação da gente bonjesuense; o tradicional e longevo Colégio Rio Branco converte-se no Espaço Cultural Luciano Bastos, o nosso querido ECLB! Espaço dedicado aos mais nobres ideais das artes, do pensamento, dos debates filosóficos e, naturalmente, aos deleites dos apaixonados pelo conhecimento e sua difusão. Impregnado por uma aura quase mística, ou por outra, totalmente mística, aquele espaço exala energias de conhecimento, de culturas e saberes. É como o espargir da luz na escuridão. Quem já esteve ali como aluno, ouvinte, professor ou realizador, já teve e pode atestar a experiência a que me refiro acima e a seguir. E explico: aqui, neste chão que me criei, anos depois de já ter experimentado outros espaços, pude encontrar um que me é caro, pois, ali e só ali, colhi e colhemos experiências de crescimento, de aprendizado, de sensações, de memória, de carinho e toda a sorte de emoções que se pode ter diante das mais variadas plateias. A neurociência nos fala que o aprendizado comunga com a memória, que a memória nos garante o registro das experiências e a partir disto aprendemos! Então chego à conclusão que, para mim, sob uma nova configuração, este local continua sendo, também, minha escola. Registro, com muito carinho e gratidão, que foi no palco do auditório Dna. Carmita que nasceu o 3piano, um marco na minha vida musical. Que naquele chão também nasceu o movimento Polyanthéa, que de tempos em tempos homenageia uma série de músicos e obras, o Brasileiríssimo, uma série que contempla autores e compositores brasileiros, entre outros concertos e histórias... Por fim, nesta celebração seja a gratidão o mote de nossas expressões. Roguemos, pois, a Deus as mais ricas bênçãos para que sigamos no ideal da difusão artística, científica, filosófica e humanística, a fim de nos melhorarmos para a construção de uma sociedade mais esclarecida e melhor. Em tempo, rendamos graças pelas memórias de todos aqueles que, ao longo destes 100 anos, contribuíram com nossa sociedade, tendo como ferramenta as salas, quadros e tribunas do Colégio Rio Branco e, agora, ECLB. Parabéns, Colégio Rio Branco! Parabéns família Bastos, Parabéns, Bom Jesus do Itabapoana! Salve, salve, Colégio Rio Branco! 

Luis Otavio Barreto 


(...) Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje (...). Temos de saber o que fomos, para saber o que seremos
Paulo Freire

Luiz Otávio Barreto e  a avó Leda de Azevedo, no ECLB, em 2014 


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