sábado, 23 de maio de 2020

Portugal: Reino independente, há 841 anos

JP | EFEMÉRIDE


Há exatos 841 anos, a 23 de maio de 1179, o Papa Alexandre III emitia a Bula Manifestis Probatum, em que reconhecia Portugal como Reino independente.
Em 1128, na famosa Batalha de S. Mamede, junto ao Castelo de Guimarães, D. Afonso Henriques venceu as tropas de D. Teresa, sua mãe. Em 1139, com a vitória na batalha de Ourique, o prestígio de D. Afonso Henriques aumentou e passou a intitular-se rei de Portugal. A 5 de Outubro de 1143, D. Afonso Henriques assinava, com seu primo, D. Afonso VII, Rei de Leão e Castela, o Tratado de Zamora. Nascia, então, Portugal. Ainda neste mesmo ano, D. Afonso Henriques fez juramento de vassalagem ao papa, e no ano seguinte, em carta Claves regni celorum renovou o juramento e comprometeu-se a pagar o censo anual de 4 onças de ouro, pedindo como contrapartida a proteção pontifícia e a garantia de que nenhum poder espiritual ou temporal interferiria no seu território. O portador da carta foi o arcebispo de Braga, D. João Peculiar, mas a iniciativa não teve sucesso por contrariar a política de Roma: a Santa Sé entendia que se impunha a união dos reinos cristãos da Península Ibérica, sob a dependência de Afonso VII, para se conseguir uma vitória sobre os muçulmanos.
O passo seguinte de D. Afonso Henriques foi a reconquista cristã aos mouros. Assim, Lúcio II, pela bula Devotionem tuam, de 1 de Maio de 1144, aceitou a vassalagem, o censo e a doação do território, mas deu ao rei simplesmente o título de "dux Portugallensis", e ignorou as contrapartidas pedidas pelo Rei português. Sem desistir, D. Afonso Henriques informou o papa de que alargara as fronteiras até ao Baixo-Alentejo, valorizando assim o território que doara à Santa Sé. Durante a canonização de S. Rosendo, em 1173, o Cardeal-Legado, D. Jacinto, já incluiu D. Afonso Henriques entre os reis peninsulares. Em 1179, o Papa Alexandre III, com a Bula Manifestis Probatum, reconheceu, formalmente a realeza de D. Afonso Henriques e a independência de Portugal. O Papa concedeu-lhe o título de rei de Portugal, não a título de graça, mas por ter ficado provado, "manifestis probatum", que os seus feitos amplamente o mereciam.
A Bula Manifestis Probatum é a Magna Carta de Portugal como país livre e independente.
Francisco Miguel Nogueira

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Enviado por Antonio Soares Borges

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