S ú p l i c a C e a r e n s e
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Joel Boechat - Cantinho
Da esperança . Tributo a
Raimundo Fagner
Óh ! Deus , perdoa esse
Pobre Coitado de joelhos
Rezou um bocado
Pedindo para chuva cair
Sem parar
A Mão Divina com Seu Amor Desenterra
Tudo que há de melhor No solo da generosa mãe Terra
Minhas mãos tão trêmulas enrugadas , calejadas e tão Molhadas de suor , unidas
Em prece agradecem
A bondade do Noss Senhor
Choro...quando vejo o Meu Sertão
Sob um Sol tão escaldante
E inclemente
Secando, rachando a terra
Da qual depende tanta e
Tanta gente
Faço uma súplica ao Nosso
Senhor !
Senhor dos céus infinitos
Somos pobres filhos teus
Tão cansados e aflitos
Pedimos-Te que , o pêso
Da nossa divida
Seja menor que o pêso
Da luta desesperada
Que travamos pela vida
Meu Senhor !
Quando ferimos a terra
Com rudes golpes de
Nossas enxadas
Sentimos o Teu Amor.
Quanto mais enxadadas
Elas todas ficam menos
Enferrujadas
Dispostas à novas duras
Jornadas.
Quem não conhece o
Nosso Sertão e nem
Sabe que as chuvas
São tão raras no nosso
Torrão...
Pode até imaginar, que
Somos indolentes
Não sabe a dificuldade
Que ele não enfrenta
Felizmente
Para saciar a sua sede
E para ganhar o Pão
Mas , resta em mim a
Esperança
De que , um dia , há de
Chover bastante
No solo do meu Sertão
Sufocaremos com amor
As sementes
Debaixo de Sóis ardentes
No duro e sêco chão
Se tivermos sorte , das
Sementes enterradas
Haverá fartura de grãos
Para sustentar e dar vida
Ao nosso querido irmão
Seja do Sul , do Sudeste
Seja do Centro Sul ou do
Nosso Nordeste...
As bênçãos da chuva na
Terra , a quem planta
Diz com amor...
Você que tem esperança
A dura enxada não erra
A mão Divina desenterra
Aquilo que tu semeias e
Te devolve à mancheias
Com todo amor e muita
Bonança
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