A língua portuguesa, um dos constituintes unificadores e fundamentais da cultura nacional, nasceu oficialmente há 806 anos. O primeiro documento escrito em português, o testamento d’el-Rei D. Afonso II foi escrito a 27 de Junho de 1214, afirmando uma língua que já era utilizada oralmente há muito tempo. O português falado já por D. Afonso Henriques era, não um latim clássico, mas sim um latim popular enriquecido com vocábulos suevos, uma língua latina própria do território da antiga Galécia romana.
Antes da redacção do testamento d'el-Rei Dom Afonso II, toda a documentação era escrita em latim clássico.
Apesar da inovação linguística neste testamento, só quase 50 anos depois, a partir do reinado de Dinis, é que o Português foi instituída como língua oficial do reino: com o avanço para sul do Reino, antigo Condado Portucalense, até ao rio Mondego, também o galaico (latim popular/suevo) se impôs como língua dominante, substituindo aí, aos poucos, o moçárabe, língua que então se falava no meio da população cristã e mourisca do sul.
Assim com a aurora do reino independente de Portugal, o galaico-português começa a evoluir e a assumir características próprias através da assimilação de muitas palavras e expressões dos territórios recém-conquistados do Tejo e além-Tejo.
O primeiro documento oficial conhecido e escrito em português é,assim, o testamento do neto do Rei fundador Dom Afonso Henriques, o Rei Afonso II, e, é datado de 1214: nele aparece a novel sintaxe e grafias com palavras como ‘Rei’, ‘filho’, ‘paz’, entre outras, que permanecem no nosso léxico até aos dias de hoje.
MVB | Plataforma de Cidadania Monárquica
Enviado por Antonio Soares Borges
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