sábado, 20 de junho de 2020

A Arte da Datilografia – Profissão Perdida?, por Rogério Loureiro Xavier

Olá pessoa amiga e do bem.

A Arte da Datilografia – Profissão Perdida?

 “Teoria sobre a arte de conversar por meio de sinais feitos com os dedos, ação de escrever à máquina. É a técnica de digitar sem olhar muito para as teclas e com certa velocidade”

O computador que me desculpe, mas a grande revolução nos escritórios do mundo todo foi a máquina de escrever. Até o final do século XIX toda a papelada era manuscrita, consumia-se um tempo absurdo com canetas, mata-borrão, rasuras etc.

A máquina de escrever mudou tudo isso. Com o advento das fitas corretoras até errar se tornou aceitável. A velocidade de escrita era incomparável. Um datilógrafo treinado conseguia a média de 100 palavras por minuto.

Datilógrafo

O datilógrafo utilizava a máquina de escrever imprimindo o texto escrito diretamente sob a folha de papel. Utilizava para isto o sistema de “tipos”. Em um processo unicamente mecânico, os “tipos” eram acionados por uma espécie de alavanca toda a vez que pressionada a letra correspondente no teclado. Esta letra então “batia” em uma fita coberta de tinta posicionada sobre a folha de papel. E então a letra era impressa imediatamente na folha mais ou menos como um carimbo. O texto era impresso em tempo real. Caso errasse uma letra era necessário inutilizar a folha e reescrever todo o texto ou apagar a letra errada com uma borracha para então rebater a letra correta.

Na minha infância lembro que era comum o chamado “Curso de Datilografia”. Saber escrever à máquina era um diferencial. Na verdade, datilógrafo era uma profissão para a qual estudavam milhares de jovens, em sua maioria mulheres. Era estranho passar por aquelas lojas, abertas para a rua com fileiras e fileiras de máquinas e o pessoal escrevendo maniacamente.

Nunca fiz um curso desses, mas escrevi muita coisa com minha fiel Remington portátil. Nem de longe chegou aos poderes das trevas dos grandes datilógrafos, mas me assustei quando algo que é natural para mim pareceu magia negra para uma amiga: Eu digito sem olhar para o teclado.

A primeira coisa que a gente aprende em datilografia é a oposição das teclas. Com o tempo é tão natural quando usar o polegar para apertar a barra de espaço. Mesmo assim algo tão simples foi visto como encanto de Mago Nível 60.

Percebi então que a datilografia não existia mais, havia morrido, como a sua filha mais nova, a “Digitação”. Hoje escrever com teclado não é considerado mais do que obrigação. Mesmo quem chega sem “entender de computação” tem a lição inicial focado no mouse. Ninguém mais explica o funcionamento do teclado.

O chato disso é que ao ignorar as técnicas de digitação, cria-se toda uma geração regida pelo menor denominador comum. A regra é todo mundo catar milho, olhar para o teclado, ficar procurando onde está o acento da vez e – como já vi – sequer entender a função do CAPS LOCK. Se há uma recomendação que posso fazer é que você escreva, bastante, aprenda a usar os dedinhos. Você tem 10, então não faz sentido deixar 8 ociosos podendo terminar seu trabalho muito mais cedo.

Máquina de Escrever

A máquina de escrever, máquina datilográfica ou máquina de datilografia é um equipamento mecânico, eletromecânico ou eletrônico equipado com teclas que, quando acionadas, movimentam tipos, que imprimem letras, números e símbolos no papel, facilitando e dando maior agilidade ao processo de escrita. As primeiras máquinas de escrever produzidas foram as manuais, com acionamento mecânico das teclas. Posteriormente, surgiram as eletromecânicas, com base de funcionamento mecânico, auxiliado por um motor elétrico para diminuir o esforço e dar maior agilidade na escrita. Finalmente, surgiram as eletrônicas, com acionamento dos tipos em margaridas ou esferas, capazes de alcançar melhor velocidade e qualidade de impressão, além da possibilidade de correção dos erros, com fitas corretivas.
Os modelos mais recentes para escritórios possuíam memória interna e pequenos monitores, com uma forma próxima dos primeiros computadores pessoais.

Indústria da Máquina de Escrever no Brasil

No Brasil, as máquinas de escrever foram importadas até que passassem a existir as condições de instalação das primeiras indústrias metalúrgicas, a partir da criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1941.
Primeiro, a americana Remington se instalou no Rio de Janeiro, em 1948, depois, a sueca Facit chegou em Minas Gerais, em 1955, e, finalmente, a italiana Olivetti passou a produzir em São Paulo, em 1959. Outras fábricas também surgiram mais tarde, como a Precisa S/A, de origem Suíça, em São Paulo, ou a IBM, especializada em máquinas eletrônicas para os escritórios.
Essas empresas focadas em máquinas de escrever entraram em decadência a partir do início da década de 1990, com a redução da demanda, porque o mercado passou a adotar os computadores e impressoras como alternativa mais eficiente para a produção de textos. A fábrica da Olivetti em Guarulhos, por exemplo, foi desativada em 1996 e a produção de máquinas de escrever mecânicas foram alocadas nas fábricas da empresa no México, que deveria ser suficiente para atender a baixa na demanda do equipamento.[4] A Facit S/A foi a última a continuar produzindo no Brasil, até o final da década de 1990, após ter a administração assumida pelos empregados, em um modelo de autogestão.

Técnica

A técnica básica de datilografia consiste em manter os pulsos erguidos, ao invés de apoiá-los sobre a mesa, pois isso pode causar síndrome do túnel carpal. O datilógrafo deve manter os cotovelos ao lado do corpo, levantar ligeiramente as mãos sobre o teclado. A maneira mais eficiente de datilografar é manter os olhos na tela do dispositivo, corrigindo possíveis erros mais rapidamente. Essa técnica se chama datilografia por toque. Quando não a utiliza, disque a pessoa está "catando milho". Atualmente, quase todo teclado possui marcas sobre as letras F e J, que servem para o datilógrafo encontrar a posição inicial de digitação apenas com o tato. Para pôr os dedos na posição inicial, basta colocar os dedos indicadores sobre as teclas marcadas, e os outros dedos sobre as teclas imediatamente vizinhas.

Estrutura Básica

Os teclados são essencialmente formados por um arranjo de botões retangulares, ou quase retangulares, denominados teclas. Cada tecla tem um ou mais caracteres impressos ou gravados em baixo relevo em sua face superior, sendo que, aproximadamente, cinquenta por cento das teclas produzem letras, números ou sinais (denominados caracteres). Entretanto, em alguns casos, o ato de produzir determinados símbolos requer que duas ou mais teclas sejam pressionadas simultaneamente ou em sequência. Outras teclas não produzem símbolo algum; todavia, afetam o modo como o microcomputador opera ou agem sobre o próprio teclado.

Modelos

O teclado usado pela grande maioria dos computadores brasileiros, conhecido como Teclado ABNT 101/102 Teclas. Ele é também chamado ABNT padrão. Ele se destaca por apresentar o cê-cedilha (ç) à direita da letra "L". Esta configuração foi usada pelas máquinas de escrever e os primeiros teclados de computador no Brasil.
Para uma melhor adaptação da digitação em computadores a ABNT atualizou o padrão, trocando a posição de alguns caracteres como o colchete e interrogação. Este teclado alterado passou a ser identificado como ABNT2, e é a configuração padrão oficial.

Fonte Internet

Roger LX


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