quinta-feira, 4 de julho de 2019

Judicialização do acesso à internação em UTI no SUS: análise concreta de pacientes do Estado do Espírito Santo


O Norte Fluminense apresenta o Resumo de um importante estudo feito sobre o acesso à internação em UTI no SUS, de autoria da nossa conterrânea, Dra Stephanie Rezende Alvarenga Moulin, 1º Tenente Médica Cardiologista da Marinha do Brasil, e outros colegas.


Dra Stephanie Rezende Alvarenga Moulin é 1º Tenente Médica Cardiologista da Marinha do Brasil, desde 15 de dezembro de 2018


Judicialização do acesso à internação em UTI no SUS: análise concreta de pacientes do Estado do Espírito Santo


Stephanie Rezende Alvarenga Moulin1,2,3, Jordana Baldan de Almeida Mendes1, Guilherme Moreira Pizetta3, Raphael Castiglioni Nascimento3, Clenir Sani Avanza1, Gabriel Schulman4,5, Marcia Portugal Siqueira1,6.
1 Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM
2 Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
3 Universidade Vila Velha – UVV
4 Universidade Positivo
5 Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ
6Secretaria de Estado da Saúde Espírito Santo – SESA/ES


RESUMO

Este estudo discorreu sobre o acesso de usuários do SUS às internações por meio do fluxo assistencial regulado e do fluxo judicial. Trata-se de estudo retrospectivo com objetivo de descrever o perfil dos usuários demandantes das internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) solicitadas à Central de Regulação de Internações de Urgências (CRIU) da rede do SUS, entre 2014 e 2015, no estado do Espírito Santo. Os dados e informações foram extraídos do sistema operacional informatizado da CRIU da Secretaria de Estado da Saúde do estado do Espírito Santo (SESA-ES) para análise do perfil dos usuários, especialidade médica requisitada e tempo-resposta para a internação. Verificou-se que, das 20.533 solicitações de internações feitas à CRIU, 458 foram efetivadas por via judicial. Em comparação a 2014, em 2015 houve um incremento de 46% de internações por via judicial. A Região de Saúde com maior demanda via judicial foi a Metropolitana. As principais especialidades judicializadas foram Clínica Médica e Neurocirurgia. Em relação ao tempo-resposta entre a solicitação e a internação, foi observado um tempo maior por aqueles que buscaram acesso pelo Poder Judiciário. Entre as internações que observaram o fluxo regulado, 76% dos pacientes obtiveram a internação dentro de 24 horas, chegando a 97% das internações efetivadas dentro de sete dias, com uma mediana de 0,1 dia de tempo-resposta. Enquanto no fluxo judicializado, apenas 4% dos pacientes haviam conseguido o leito dentro de 24 horas, e, dentro de sete dias, somente 76% das internações haviam ocorrido, com uma mediana do tempo-resposta de 4,1 dias. Este estudo pode vir a auxiliar a gestão hospitalar e a regulação assistencial na melhoria do acesso à saúde.


Nenhum comentário:

Postar um comentário