https://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/03/voce-nao-pode-servir-a-dois-senhores/
Quando um funcionário da Faculdade Redentor foi levado pelos dirigentes do Hospital para ser o presidente do Centro Popular Pró-Melhoramentos, e, por conta disso, passou a assinar todos os contratos do Hospital São Vicente de Paulo com a própria entidade de ensino, toda a sociedade bonjesuense se escandalizou.
O escândalo se deu, por um lado, a partir da máxima bíblica que diz que não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo.
O texto sagrado diz o seguinte:
"Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro". (Mateus 6:24)
Afinal, a pergunta que não quer calar, desde então, é: este funcionário, na condição de Presidente do Centro Popular Pró-Melhoramentos - entidade que rege o hospital - estaria em condições de atender, de modo imparcial, os interesses da entidade de ensino e do Hospital São Vicente de Paulo ao mesmo tempo?
Por outro lado, o próprio estatuto do hospital proíbe que algum de seus diretores receba valores, por qualquer forma que seja, em decorrência da função que exerça no nosocômio. E o atual presidente do Centro Popular Pró-Melhoramentos recebe seus salários por parte da instituição de ensino.
Esse foi um dos motivos que baseou a reclamação feita ao Ministério Público por um sócio do Centro Popular contra os dirigentes do Hospital São Vicente Paulo.
Não se questiona aqui, a validade do contrato com a Faculdade Redentor.
O que se questiona é a total ausência de publicidade do mesmo, assim como a ausência rigorosa da prestação de contas para a sociedade.
A sociedade bonjesuense nada sabe sobre os valores que entram para o hospital, assim como lhe é negada saber para onde são destinadas as verbas que saem do nosocômio.
Outra pergunta que não quer calar: qual foi o acordo realizado entre os dirigentes do Hospital, para trazerem o funcionário da entidade de ensino para ocupar o cargo máximo de direção do Centro Popular?
Era necessário o ingresso desse dirigente no corpo administrativo do hospital?
Há uma máxima latina antiga, muito utilizada na ciência e nos questionamentos utilizado para se encontrar a verdade, que é a seguinte: omnibus dubitandum est, ou seja, deve-se duvidar de tudo!
A partir dessa máxima, questiona-se o que é aparente, para buscar o que está, muitas vezes, escondido da aparência.
O célebre escritor português Eça de Queirós expressou, com maestria, a situação: "sobre a nudez forte da Verdade, o manto diáfano da Fantasia".
Nesta linha de entendimento, deve-se duvidar das palavras proferidas, em geral, para compará-las com as ações dos agentes que as proferem.
Quando se constata a identificação entre o que se diz e o que se faz, percebe-se que estamos diante da verdade aproximada, afinal, o homem é o que faz e não o que diz.
Após essa fase de questionamento, passamos, em seguida, para a aplicação de outra máxima, também bíblica: "a verdade vos libertará!" (Jo, 8, 32)
Devemos, legitimamente, portanto, duvidar das palavras dos dirigentes do Hospital São Vicente de Paulo, quando os mesmos se põem a anunciar a recuperação do nosocômio.
E a dúvida se dá exatamente pelo motivo de se recusarem a dar publicidade ao contrato com a instituição de ensino e de prestar contas dos seus atos!
Afinal, recupera-se o hospital para a sociedade bonjesuense ou para a instituição de ensino?
Se o hospital está sendo recuperado para a sociedade bonjesuense, que provem através de documentos e não por palavras bonitas e emotivas, mas vazias!
Como os dirigente do Hospital São Vicente de Paulo se recusam a cumprir com os deveres elementares de quem administra os bens alheios, permanece a suspeita séria de que eles "se dedicam a um e desprezam o outro".
Hospital São Vicente de Paulo se recupera para a sociedade bonjesuense ou para uma instituição de ensino? |
"O meu questionamento é um hospital sem médico de plantão.
ResponderExcluirDependo do PU." (C,por WhatsApp)
Eu sempre tive um princípio quando se trata com dinheiro público ou de outrem: se estão ocultando alguma coisa, ela não está 100% correta. Quem anda na linha não teme a publicidade de seus atos.
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