quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Veias abertas do Sertão

                             Joel Boechat

         Cantinho de Súplicas... e Esperanças


A mão divina com seu amor
desenterra...
Tudo o que de melhor está
sepultado no solo da nossa
Querida mãe terra...

As minhas mãos, tão enrugadas
Calejadas e molhadas de
Suor...
Unidas, em fervorosas prece
Ao Pai dos Céus, agradece
As dádivas do  Nosso Senhor...

Choro...
Quando vejo o meu sertão
sob um Sol escaldante
Inclemente
Secando e rachando o solo
Do qual vive a  vida severa
e depende tanta  gente

Faço uma súplica ao Senhor!

Senhor dos Céus infinitos
Somos pobres filhos Teus
Tão aflitos...
Pedimos-Te que o peso da
Nossa dívida
Seja menor que o peso da
Luta desesperada que
Travamos dia a dia, pela Vida...

Quando ferimos a Terra
Com rudes golpes de
Nossas enxadas...
Sentimos o Teu Amor 
Menos enferrujadas,
Brilhantes,  dispostas a
Novas jornadas

Pai...
Quem não conhece o nosso
Sertão
E nem sabe que as chuvas
São raras nesse torrão

Podem pensar  que somos
Caboclos indolentes
E nem de leve imaginar
as dificuldades
As quais,  eles não têm
Felizmente...

Para saciar a fome e para
Conseguir, de cada dia,
O merecido Pão
Necessitamos da terra
fértil e do milagre da morte
E Vida do grão

Mas, resta em nós a
Esperança
Ha de chover o bastante
No solo duro de sertão

Sufocaremos nas veias
abertas na terra...
As milagrosas  sementes
Debaixo desse solo, de
Sol tão  ardente

Se este ano tivermos sorte
Das sementes que foram
Emrerradas vivas
Haverá Fartura de grão

As bênçãos da chuva
Na terra
Você que tem  esperança...
E  suplica  aos céus...

Nunca erra...

A mão divina desenterra
O que com suor tu semeias
A vida renasce nas
sementes entao mortas
E Deus te dará
Sementes vivas
A mancheias...

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