segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A TRAIÇÃO DE UM "AMIGO" - MARECHAL DEODORO DA FONSECA


Dom Pedro II e Deodoro da Fonseca eram amigos de longa data. Em 1842, quando deixou sua terra Natal de Alagoas em viagem ao Rio de Janeiro, com 15 anos de idade, Deodoro passou por grandes dificuldades, e pediu uma audiência com o então Jovem Imperador. No dramático apelo ao Imperador disse "que era filho de um Capitão-do-mato sem recursos suficientes para manter a numerosa família, (13 filhos e a mulher, Dona Rosa da Fonseca) e que fizera uma penosa viagem de aventura confiando na magnani­midade do grande Soberano..."
Ouvindo atentamente, Dom Pedro II bastante comovido diante do apelo do angustiado alagoano, determinou que Deodoro fosse abrigado no próprio Palácio Imperial de São Cristóvã, onde foi tratado quase como um membro da Família Imperial. Dom Pedro II matriculou Deodoro no prestigiado Colégio Militar com recomendações especiais, onde Deodoro começou sua carreira no Exército Imperial. Mais tarde, o Imperador ajudou os outros irmãos de Deodoro a entrarem na Carreira Militar. Durante 47 anos de Amizade Deodoro da Fonseca tratava do Imperador quase como um Pai, visitando a Família Imperial no Palácio, onde anos antes foi abrigado, sempre que podia. Porém ao Meio Dia de 15 de Novembro 1889, Dom Pedro II recebe a notícia mais chocante de sua vida, ao ler a carta recebida do major Frederico Solon, onde estava escrita a Proclamação da República Brasileira, a destituição do trono, e exigia que o Monarca deixasse o Páis dentro das próximas 24 horas. A mensagem não continha assinatura do reme­tente, Sua Majestade indagou “O Manuel (como chamava ele a Deodoro) já sabe disto?” “É ele o líder do movimento!” Informou o emissário Solon. Ninguém poderia calcular a profundidade da dor íntima sentida pelo Monarca àquela hora! E o Imperador então exclama furioso quase perdendo a voz “Vocês Perderam a Cabeça!?” Logo em seguida o Imperador, a Imperatriz Teresa Cristina, amigos e empregados da Família Imperial irromperam em prantos convulsos, numa crise de angústia irreprimível, ao saberem de quem partira aquele ato cruel, impiedoso, jamais esperado... Apenas a Princesa Isabel e o Conde d’Eu permaneceram calmos naquele momento, já pensando nas preparações para a partida para o Exílio.



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