segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

        C  i  c  a  t  r  i  z  e  s
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Joel Boechat
 
 Cantinho de 
 Poesias e devaneios

                Se esse teu dia foi tão
                feliz ; para  todo , todo
                e sempre , sejam dias
                felizes ...               
                No meu dia  , ficaram
                cicatrizes...

                Não te comovas com 
                O meu pranto
                Pois  quem  te amou
                tanto,  tanto
                Foi um pobre...Um
                Infeliz
                                                                                                                                                           
Recordo, como se fosse agora
Estou aqui,  sentado, no último
Banco da Igreja
Disfarçando , de mãos  postas
Como quem contritamente ora
Para que , as  lágrimas que  de
Meus olhos aljofram...
Ninguém perceba e  ninguém
Veja

Eu, acostumado àquele doce
Encanto
Fico aqui afastado magoado
Intentando secar  as pérolas
Do meu dolorido pranto...
Com  coração despedaçado

Ciúme , nostalgia ,  tristeza ,
Inveja ...
Quero ouvidar para sempre
Esse tristonho dia
Procuro esconder uma vez
Mais meu choro
Enquanto ouço um suave e
Delicado Côro
Entoar uma canção da Ave
Maria ...

Ouço dela, no Altar...
Como que ,  conjugando o
Verbo Amar
Dos lábios da minha doce
Querida criança
Um  " sim "   de esperança
E  uma lágrima...furtiva
Dos olhos caem
Quando os Noivos trocam
As alianças...

É como se fosse um dardo
De fogo
Um   petardo   envenenado
Uma flexa  de afiada lança
Atirada  sem dó e piedade
Que o meu dorido coração
Alcança

Eu, aqui no meu abandono
Queria, nessa hora,  juro !
No  meu supremo sentido
Seu seu dono, seu amante
Seu marido
Ser seu Rei, e a entronizar
Num magestosoTrono ...

Por ironia  desse destino
Cruel
Assisti chorando  ainda ,
a  saída do feliz  Casal...
Partindo  para a  sua Lua
De Mel

Um comentário:

  1. 👏👏👏
    A todo instante aparece alguém para abrir em nós novas feridas.
    Cicatrizar-se é a necessidade de toda hora...

    Padre Fábio de Melo

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