sábado, 21 de dezembro de 2019

Morte do poeta português Bocage

A 21 de dezembro de 1805, morre, em Lisboa, o poeta português Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage.

Bocage havia naascido em Setúbal, a 15 de setembro de 1765.
Mais conhecido do grande público pelas anedotas em que participa, Barbosa du Bocage foi provavelmente o maior representante do arcadismo lusitano, numa época de transição entre o estilo clássico e o estilo romântico.
O grande sonho de Bocage seria imitar Camões.
Tal como o seu ídolo, viajou para Oriente, tendo estado em Damão, onde ainda hoje permanece em pé a casa que ali habitou, não faltando uma placa alusiva ao ilustre inquilino, como poderá verificar vendo o Documentário DAMÃO NA ATUALIDADE, por nós realizado, que poderá visionar no youtube ou no canal televisivo turístico O Leme TV HD.
Ainda durante a sua vida, foi publicado, em 1971, a 1.ª edição das Rimas e encontra-se colaboração póstuma da sua autoria na revista Ilustração Popular (1884), no semanário Azulejos (1907-1909) e no periódico O Azeitonense (1919-1920).

OLHA, MARÍLIA, AS FLAUTAS DOS PASTORES

Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?

Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folgas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que a manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se não te vira
Mais tristeza que a morte me causara.

Bocage



TOPO

Enviado por Antonio Soares Borges

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