Olá pessoa amiga e do bem.
“O Canto do Sabiá Laranjeira”
O que destaca o Sabiá-Laranjeira das outras aves é o seu canto, que se assemelha ao de uma flauta tocada melodiosamente. O interessante é que a vocalização monótona do Sabiá-Laranjeira é uma espécie de dialeto, com notas e repetições específicas; e dependendo do local onde esteja cantando, pode ser escutado a uma distância de até um quilômetro. Muitos chegam a repetir a melodia por dois minutos sem parar. Quando se fala em sabiá com canto imperfeito, estão se referindo ao pássaro que conviveu desde pequeno com outras espécies e, por isso, acaba adaptando seu canto aos dos outros.
Na natureza, pode ser encontrado em todo território brasileiro, em matas, parques e até quintais de grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro, se houver alguma arborização, com exceção da região da floresta amazônica.
Seu habitat costuma serem ambientes abertos, como bodas de matas, pomares, capoeiras, entorno de estradas, praças e quintais, de preferência sempre próximo de água. É um dos pássaros mais abundantes no Brasil, podendo ser encontrado em quase todos os estados litorâneos, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, com exceção da floresta Amazônica. Migra para regiões mais quentes no inverno. Encontrado também na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Desde o decreto assinado pelo ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso, em 2002, o Sabiá-Laranjeira se tornou o símbolo da nação. Bem antes disso, ainda no século XIX, o poeta Gonçalves Dias declarava a diversidade do canto do sabiá no poema Canção do Exílio, onde dizia “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá; as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”.
O pequeno animal de menos de 25 centímetros de tamanho, ganhou até um dia para ser celebrado, a mesma data em que se comemora o Dia da Ave, dia 5 de outubro. De dieta farta e pouco específica, ele pode ser encontrado tanto no chão, procurando por vermes e minhocas, quanto em árvores frutíferas, como um mamoeiro ou uma amoreira. A cor da sua plumagem é a mesma para exemplares masculinos e femininos: a barriga em vermelho-ferrugem, as costas e asas acinzentadas, podendo variar de tom, e o bico amarelado.
De vida longa comparada a outras aves, o Sabiá-Laranjeira pode durar entre 25 e 30 anos. É comum que alguns bandos emigrem no inverno, retornando ao seu lugar de origem quando as temperaturas começam a aumentar. Seu período de acasalamento coincide com o da volta, emitindo seu primeiro canto de atração da fêmea e expulsão de outros machos de seu território com a chegada da primavera, antes mesmo do dia amanhecer. A época em que está mais propenso a achar uma companheira é entre os meses de setembro e janeiro.
No período de reprodução, os sabiás procuram uma fêmea para fixarem suas moradas e prepararem seus ninhos, feitos basicamente de gravetos e folhas finas, chegando a ser reforçado por barro quando necessário. Um casal tem uma média de dois filhotes por ninhada, chegando a ter seis filhotes por ano. Os ovos são chocados por 13 dias e os filhotes permanecem no ninho até completarem 35 dias. Tanto a fêmea quanto o macho são responsáveis pela alimentação das crias.
Pode-se dizer que o Sabiá-Laranjeira é um pássaro fiel, depois que encontra sua companheira, prefere abandonar o bando e viver em seu ninho com as crias e voar com a fêmea. Além de sua beleza física e a melodia de seu canto, o sabiá-laranjeira também ajuda o ser humano de outra maneira, cuspindo as sementes dos pequenos frutos que servem de alimento e, assim, disseminando espontaneamente as espécies vegetais por onde passa.
O Sabiá-Laranjeira é também conhecido como sabiá-cavalo, sabiá-ponga, piranga, ponga, sabiá-coca, sabiá-de-barriga-vermelha, sabiá-gongá, sabiá-laranja, sabiá-piranga, sabiá-poca, sabiá-amarelo, sabiá-vermelho e sabiá-de-peito-roxo. É um pássaro popular, citado por diversos poetas como a ave que canta nas estações do amor, a primavera.
Segundo o ornitólogo Johan Dalgas Frisch existem 12 espécies de sabiás pelo país. Por isso, ele recebe outras denominações de acordo com a região, como caraxué (Amazonas), sabiá-coca (Bahia), sabiá-laranja (Rio Grande do Sul) e ainda sabiá-de-barriga-vermelha, sabiá-ponga e sabiá-piranga em lugares diferentes.
Subespécies do Sabiá-Laranjeira:
• Turdus rufiventris rufiventris - presente no sudeste e sul do Brasil. O ventre possui uma cor vermelho-ferrugem, levemente alaranjado bem forte.
• Turdus rufiventris juensis - presente nos estados do nordeste. O ventre tem uma cor mais clara que os exemplares do sul e sudeste.
“Segundo uma antiga lenda indígena, quando uma criança ouve durante a madrugada e no início da primavera o canto do Sabiá, será abençoada com muita paz, amor e felicidade. Por causa da voz da ave, seu nome é Sabiá, que em tupi significa "aquele que reza muito".”
Fonte Internet
Roger LX
Que incrível aula!!! Tenho o privilégio de ter sábias desde sempre. O canto sempre encanta, e as histórias são muitas... São tão espertos que, para driblar os predadores de seus ninhos ( micos, serelepes) constroem vários, em lugares diferentes, mas colocam os ovinhos no mais seguro.
ResponderExcluirArtigo muito bem escrito. Também adoro o canto flauteado desse cantor das nossas matas - cantor e canto louvados por um de nossos maiores românticos: o
Excluirmaranhense Gonçalves Dias, em sua Canção do Exílio.