Pode-se dizer que o mês de Padre Mello iniciou-se sob o impacto de fortes emoções, por ocasião da exposição "Padre Mello, um gênio da civilização e da cultura", no ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos).
O evento, que foi dirigido pela dra. Nísia Campos, presidente do ILA (Instituto de Letras e Artes dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo), prosseguiu com uma mesa redonda formada pelo Ir. Ederaldo do Carmo, sobrinho-neto de Pe. Mello, e pelo pesquisador Antonio Soares Borges. Fizeram parte da mesma, também, a dra. Lucília Stanzani, de Cachoeiro de Itapemirim (ES), o dr. Sebastião Rodrigues e o dr. Gino Martins Borges Bastos. Novos importantes dados sobre Pe. Mello foram revelados, e serão divulgados em outras postagens.
O dia finalizou-se com o lançamento da segunda edição do livro "Obras Selecionadas de Padre Mello" e um coquetel.
Neste evento histórico, três doações de impacto foram realizadas para o ECLB.
O comerciante Francisco Borges doou um antigo sino que pertenceu à Capela do Cristo Rei, situada no Monte do Calvário, e que foi construída por Pe. Mello.
O pesquisador Antonio Soares Borges doou outras relíquias: manuscritos do padre açoriano, onde está relatada a história de Bom Jesus do Itabapoana, resultado de importante pesquisa de Pe. Mello voltada para a comemoração do primeiro centenário de nosso município, em 1942.
Outra doação de impacto foi a de Ir. Ederaldo. Ele doou o teodolito com que Pe. Mello realizava as medições de terra. Foi com este aparelho que o pároco lusitano compôs o primeiro mapa de nosso município, que foi doado ao ECLB, recentemente, pelo poeta bonjesuense Elcio Xavier.
No próximo dia 6, ocorrerá a Festa na Casa Portuguesa. No dia 13, a Escola de Música JEMAJ prestará homenagem a Pe. Mello em sua sede. No dia 20, será a vez do ILA protagonizar "Uma noite para Pe. Mello", no ECLB. No dia 27, data de nascimento de Pe. Mello, ocorrerá a 1ª Festa Portuguesa Com Certeza, com programação variada.
Dr. Antonio Soares, dr. Sebastião e dra.Suzanyh
Dra. Claudia Bastos, diretora do ECLB, e o Ir. Ederaldo |
Dr. Gino Bastos, Jailton da Penha, André Luiz de Oliveira, Jussara Gomes de Souza e Antonio Gualhano |
DOAÇÕES DE IMPACTO AO ECLB
Francisco Borges doou um antigo sino que pertenceu à Capela do Cristo Rei, construída por Pe. Mello |
O pesquisador Antonio Soares Borges entregou manuscritos de Pe. Mello a Claudia Martins Borges Bastos, uma das diretoras do ECLB |
Ir. Ederaldo do Carmo doou o teodolito com que Pe. Mello confeccionou o primeiro mapa de Bom Jesus do Itabapoana Teodolito usado por Pe. Mello para fazer medições |
Dra. Nísia Campos comandou, com maestria, os eventos no ECLB |
Ir. Edraldo do Carmo: importantes revelações sobre a ação de Pe. Mello, seu tio-avô |
O pesquisador Antonio Soares Borges é considerado o Embaixador de Bom Jesus do Itabapoana, realizando contatos permanentes com Portugal e o Arquipélago dos Açores |
O advogado Dr. Sebastião Freire Rodrigues lançou, há três anos, importante livro sobre Padre Mello editado pelo escritor Delton de Mattos |
A advogada dra. Lucília Stanzani, de Cachoeiro de Itapemirim (ES), realizou profunda pesquisa sobre Pe. Mello |
Dr. Gino Martins Borges Bastos proferiu discurso intitulado "Honra e Glória a Padre Mello", que pode ser lido ao final desta postagem. |
O escritor, radialista e blogueiro Jailton da Penha, ao lado do dr. Sebastião Freire Rodrigues e da dra. Suzanyh Peres Veniali |
A ESCOLA DE MÚSICA JEMAJ BRILHOU, COM APRESENTAÇÃO DE CANÇÕES PORTUGUESAS
A diretora da Escola de Música JEMAJ, Anízia Maria, comandou uma bela apresentação durante o evento |
LANÇAMENTO DA SEGUNDA EDIÇÃO DO LIVRO "OBRAS SELECIONADAS DE PADRE MELLO"
O consagrado escultor carioca Valdieri Martin, radicado em Cachoeiro de Itapemirim (ES), entre o Ir. Ederaldo e dr. Gino Bastos |
Editora O Norte Fluminense, fundada por Luciano Bastos: a serviço do desenvolvimento da cultura e da consciência histórica |
Coquetel |
HONRA E GLÓRIA A PADRE MELLO
Neste mês de abril, em que comemoramos os 155 anos de aniversário de nascimento de Padre Mello, que ocorrerá no próximo dia 27, é correto dizer que tudo em Bom Jesus evoca a memória do padre açoriano. Ele considerava este solo o seu campinho, numa referência a Campo Alegre, o primeiro nome dado à nossa povoação. E "Meu Campinho" era o periódico que ele publicou por um certo tempo e, depois, em forma de artigo, no jornal A Voz do Povo. Pe. Mello nasceu na Ilha de São Miguel, no Arquipélago dos Açores, Portugal, e, desde cedo, manifestou sua vocação para a vida religiosa e também para a literatura, seguindo, com brilho, a pena de seu compatriota Camões.
Com a determinação que, tempos depois, teriam Gago Coutinho e Sacadura Cabral, no hidroplano Lusitânia, aportou no Brasil no dia 4 de outubro de 1895, no navio alemão “Argentina” e, em Bom Jesus do Itabapoana, na data de 18 de junho de 1899. Com a força de sua poesia, sua verve de historiador, a quem devemos o resgate de nossa história, preconizou a construção de um monumento que falasse do passado ao presente, e do presente ao futuro. Pe. Mello é um monumento invisível que continua a falar às gerações futuras.
Pode-se dizer que, até hoje, Padre Mello foi um nome famoso e desconhecido. Graças, contudo, aos esforços de diversos pesquisadores, movidos como pelo sopro da Providência, podemos constatar que Padre Mello passa a ser não apenas conhecido, mas amado e até venerado. Grandiosa foi sua obra, seja na área religiosa, literária, histórica, arquitetônica, social, científica e política. O ex-governador Celso Peçanha, em seu livro de memórias, dedicou a Padre Mello um tópico no mesmo, onde afirmou que nosso município era conhecido como "Bom Jesus de Padre Mello".
Pe. Mello é o açoriano que escolheu Bom Jesus para aqui viver e fazer dele seu novo lar. Foi aqui que ele nos ensinou a fé cristã, o amor às ciências e às letras, a lutar com ardor pelos ideais de construção de uma nova sociedade e a não se curvar diante de poderosos. Foi a este pequenino povo de Bom Jesus do Itabapoana, que ensinou a sonhar grande.
Pe. Mello soube morar num palacete e numa pequena casa, em condições de pobreza, onde passou seus últimos dias, com ares de santidade.
Hoje, seus restos mortais repousam, para sempre, no interior do templo que construiu.
Padre Mello morou, também, por uma época, na casa que existia neste local, que é solo sagrado, antes de se tornar o Colégio Rio Branco, atual Espaço Cultural Luciano Bastos, onde foi professor e autor do hino, onde ele versejou, no estribilho: "Honra e glória lhe demos também".
Quando Pe Mello faleceu, Octacílio de Aquino, seu brilhante pupilo, assinalou: "E, neste dia de amarguras para todos nós, são as promessas risonhas destes berços e são as vozes imensas daqueles túmulos, as esperanças do presente e as sombras do passado, que se apresentam, juntando-se às vozes de todas as famílias, acompanhando conosco as homenagens de respeito, de admiração e de reconhecimento profundo ao vulto preclaro da nossa cristandade, que tanto fez por nossa terra e por nossa gente".
Em outro texto, publicado por O Norte Fluminense, na época, Octacílio de Aquino salientou: "A própria Natureza, antevendo o fim breve de quem como o Pe. Mello fora em todo o decurso de sua vida, devotado à causa do bem, a própria Natureza despiu a roupagem de luz com que o sol a vestira e deixou que, com lágrimas da chuva fria e triste, tivesse curso o seu pranto de mágoa.
E veio o desenlace! Enquanto a alma boníssima daquele ancião ascendia às regiões célicas, a nossa gente ali estava para dar ao extremado pároco o seu último adeus.
Mas o Pe. Mello não morreu! Se a sua matéria voltou ao pó de que foi feita, o seu espírito, alando aos céus, demandou o seu verdadeiro lugar, por isso que, se da terra desapareceu um homem, surgiu no céu mais um santo: Santo Antonio Mello de Bom Jesus!"
Honra e glória, portanto, para sempre, a Pe. Mello!
Bom Jesus do Itabapoana, 2 de abril de 2018
Gino Martins Borges Bastos
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