segunda-feira, 2 de abril de 2018

Ponta Delgada faz anos hoje!


Parabéns, Ponta Delgada!

Ponta Delgada faz anos hoje! 472! Este ano, em dia da Boa Nova! E tantas boas novas se desejam para a maior cidade da Região, seu motor económico e sua referência de progresso.

Um dia, escrevi este texto, dedicado à cidade de Ponta Delgada, que já publiquei e li em outras ocasiões. Hoje, porém, deixo-o, de novo, aqui, em jeito de homenagem a esta cidade que tanto amo e que em cada dia necessita de um olhar cuidadoso e diferente para lhe dar resposta aos desafios e problemas sempre novos que vão surgindo.

Nem princesa, nem pérola, nem mui, nem sempre isto ou aquilo! Simplesmente cidade! Simplesmente, a minha cidade. Invernos de beirais chorosos e Verões de mar infinito, beijo tranquilo que morre no murmúrio da noite que cai, morna de avenidas e quente de saudades!

Ponta Delgada! Não me foi berço mas é leito onde mergulho os anos e as ilusões, de Santa Clara à Pranchinha, do mar à serra, até aos Arrifes e Relva ou às Fajãs floridas e matizadas do vidro branco que produz o rei dos sabores, e dos laranjais que já foram!
No meu coração uma cidade.

Na minha cidade, um coração que pulsa em cada viver, séculos passados e presente feito esperança difícil, parto quotidiano de futuro melhor! Ponta Delgada, hoje! Ponta Delgada, no viver dos 472 anos. Mesmo com o véu de nuvens, há um Sol que aparece e rega de luz as ruas e esquinas, os cantos dos meus afectos e dos meus sabores! Porque Ponta Delgada come-se como fruto maduro de tempo e lugar que mata esta fome de regresso que multiplica o tamanho das horas das ausências!

Tivesse eu voz, tivesse eu talento e com certeza poderia cantar a gesta de um povo que te fez cidade, de teu nome “por estar situada junto de uma ponta de pedra de biscouto, delgada e não grossa como outras da ilha, quasi raza com o mar” (Frutuoso), na terra onde o trabalhador “levanta a enxada mais alto, a crava mais fundo e com mais vigor lhe extrai a terra já dócil ao grão e já penetrável ao tubérculo” (Nemésio). No comércio e na indústria foste pioneira e sentinela, dos tempos do pastel, fartura de verde espalhada na ilha à aventura das exportações e dos arrojados Homens de então que te vestiram de exotismo em jardins e culturas, com desenvolvimentos nunca antes sonhados.

Nas tuas águas singraram caravelas, veleiros, vapores, paquetes e barcos de pesca. Gente de têmpera rija e coragem indomável fez do teu porto oitocentista um verdadeiro centro Atlântico onde ancoraram barcos e bacalhoeiros,  e amararam aviões no início da saga dos ares. Ainda há dias celebrávamos os cem anos da chegada do primeiro avião, em plena primeira guerra mundial.

Ponta Delgada de Santos (Pedro, Sebastião, José e Clara) e do Santo dos Santos, o Cristo dos Milagres que desde 1541 se alberga no coro baixo do Mosteiro da Esperança; Ponta Delgada das Letras, âncora de Antero, e das artes com Canto da Maia, Domingos Rebelo e tantos outros.

Esta é a Ponta Delgada que eu amo, que sinto e vivo em cada dia. Mesmo que eu nela não ande como queria, ela anda em mim ao sabor dos meus desejos e saudades. Menina do meu viver!

E como desejo que cresças, em harmonia, conjugando passado com futuro, num presente de equilíbrios que nem sempre é fácil.

Que te façam “Jóia da Coroa”, mas que te estimem e ponham os teus interesses à frente de todos os outros interesses. E cada dia será, assim, dia de Boa Nova para quem em ti vive e para quem te demanda.

Parabéns, Ponta Delgada!

Santos Narciso

                            Santos Narciso

Enviado por Antonio Soares Borgesp

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