segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A primeira página...

                             Joel Boechat

                           
                                         

                Devaneios .... em verso e prosa


                                      A primeira página de um simples caderno,
                                        pode revelar se vida foi só de esplendores
                                        De aventuras, de alegrias, sofrimento.
                                        Se foi sombra escura, de um passado  só
                                        de nostalgias.
                                        Se foi bastante fria...
                                        Como frias são as noites de quem vive um
                                        rigoroso inverno...
     
Se houve a gôta de orvalho protegendo o perfume da flor
Se foi grande, divino e Magestoso o seu primeiros Amor
Se lhe causou algum sofrimento, amargura e dor

Se foi um sorriso em preto e branco na fotografia
Da Mulher que, com orgulho, aos seus amigos exibia
A querida escolhida,  para a vida inteira...

Naquela foto 3/4 guardada na carteira
No bolso interno maior da algibeira
Estava escrito
Eu te amo,  meu doce bem,  meu amado

Para que relembrar agora esse passado ?

É porque não existe no mundo
Um Ser humano  que não tenha muito e muito amado
Que não tenha sofrido um desengano
A dor da saudade da separação
E chorando bem baixinho no quarto escuro
da sua solidão...

Um bater descompassado
De um coração dorido e  amargurado...

De quantas vezes suplicou perdão
Por uma coisa à toa.....
Que dita sem pensar...magoa...

Lembranças de seu tempo de juventude
Enfrentando críticas , maledicências
partidas, por ciume ou despeito,
de uma gente rude...

De um jovem de apenas 20 anos
Com muitos anelos e dourados sonhos
E de quando beijava seu rostinho
Colocando os lábios na foto
Com todo o seu carinho...

E, de quando,  no banco da praça
Alisava suas longas tranças
Fingindo ter no dedo uma aliança
De compromisso e de futuro enlace
Exibindo vaidoso, de sua deusa
A belleza e toda  sua graça...
A qualquer pessôa que por ali passasse

Foi feiz e muito apaixonado
Era tão grande, tão grande o seu amor
Que, quando percebia nela um sofrimento,
Procurava colocar um sorriso em sua dor ...

Dar carinho,  uma palavra de alento
Sussurrar  baixinho em seu ouvido o quanto a amava
Esperando dela,  para dar um beijo,
o consentimento

Mas, como num sonho, ela partiu
E o deixou só na solidão...
E devolveu o seu retrato

Mas êle, nao devolveu
Aquele retrato em preto e  branco 
Com dedicatória
Não conseguiu, desse imenso amor
Como um   poeta faz...
Na primeira página de um simples  caderno,
De um grande Amor ...
Contar uma pequena história...

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