quinta-feira, 5 de março de 2020

O embaraçoso encontro de Dom Pedro II com líderes Judeus no Rio de Janeiro.





“Em 1887, uma delegação de judeus da Alsácia-Lorena, representando a comunidade judaica do Rio de Janeiro, foi recebida, em grande estilo, pelo imperador D. Pedro II no seu Palácio em São Cristóvão. O monarca surpreendeu a comitiva, falando- lhes em hebraico clássico. Registram as crónicas o embaraço daqueles judeus ao ouvir o Imperador falar na língua da Torá, e não compreenderem nada do que ele havia dito. Passada a surpresa, o imperador repreendeu-os: “Que judeus são vocês, que não compreendem a língua dos vossos antepassados?!”

Apesar do constrangimento, os visitantes saíram com uma boa impressão do Imperador, que a época já tinha fama de ser grande estudioso da Língua Hebraica: “Bem aventurados aqueles que viram D. Pedro II, Imperador do Brasil, e o ouviram falar na língua sagrada. Bem aventurados todos aqueles que o saudaram e foram por ele saudados” escreveu o rabino Israel Isser Goldblum, que visitou o Imperador em São Cristóvão. D. Pedro estudou hebraico durante toda a sua vida e quando foi deposto pelos republicanos em 1889 encontrou alívio para o seu sofrimento no exílio estudando línguas, aprofundando especialmente o conhecimento da gramática e da literatura hebraicas. Um dos seus biógrafos, Georg Raeders, assim descreveu:

“A fim de encontrar consolo em seus anos de exílio, ele também estudou grego e árabe, mas acima de tudo sentia-se atraído pelo hebraico. E a razão disto era que em seu exílio ele se identificava com um povo que também vivia exilado. Fonte: Poésies Hébraïco-Provençales du Rituel Israélite Comtadin. Traduites et Transcrites par S.M. Dom Pedro II D’Alcantara, Empereur du Brésil. Avignon 1891 (Da página do Facebook "Brazil Imperial")


Enviado por Antonio Soares Borges

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