domingo, 22 de julho de 2018

O valor maior se alevantou na Liberdade!


Já dizia o poeta português Camões, na famosa poesia Os Lusíadas: "cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta!"

Pode-se dizer que, por ocasião da festa do distrito de Carabuçu, antigamente nominado Liberdade, o espetáculo vindo dos céus e o  Encontro do Carabucense Ausente, com os lançamentos dos livros "A Menina da Serra do Fogão", de Penha Santiago, e "Asfalto & Mato", de Saint-Clair Machado de Mello, consistiram nos valores que mais alto se "alevantaram".

Penha Santiago é poeta e artista plástica. Começou a desenhar aos 5 anos e, aos 12, começou a escrever poesias. É membro da Academia Duque Caxiense de Letras e Artes e do ILAC (Instituto de Letras e Artes de Carabuçu).

Saint-Clair é licenciado em Letras pela Universidade Federal Fluminense e foi professor de Língua Portuguesa por mais de duas décadas. Seu livro constitui uma reunião de contos relativos à sua terra natal e a Niterói, para onde se mudou posteriormente, inserindo elementos de ficção que compõem cenários expressivos, em uma obra que precisa ser lida. 

Penha nasceu no dia 19/01/1945, no alto da Serra do Fogão, filha de Manoel Santiago (nascido no dia 20/1/1920), descendente de imigrantes espanhóis, e Conceição de Oliveira (nascida no dia 08/01/1920). Os avós paternos são os espanhóis Castro Santiago e Teresa Gonçalves, que se estabeleceram na região de Boa Esperança, também em Carabuçu, por causa do café.  Os avós maternos são Emiliano Alves e Izídia Maria José Alves, conhecida como Sinhá Izídia. 

São duas as irmãs: Ângela e Maria Elena.

Penha é casada com Joneci Ferreira Bessa e tem os filhos David, Cristiano, Rafael e Rodrigo. São duas as netas: Júlia e Beatriz.

Ela se recorda da profª. Dorcas de Paula, na Serra do Fogão: " eu tinha cinco anos. Ela me pegava no colo e me dava lápis de cor de papel, me sentava na mesa e me estimulava a desenhar. Eu costumava desenhar até na areia. Ela foi minha grande incentivadora nas artes e literatura".

E continua: "aos treze anos, após a crise do café, meus pais tiveram de se mudar para a Fazenda do Jacó. Estudei no Grupo Estadual Marcílio Dias, dirigido por Olivia Felício. Depois, estudei no Ginásio Liberdade. Graças a Luiz Teixeira Borges, consegui uma bolsa de estudos no Curso Normal do Colégio Rio Branco, através de seu diretor Luciano Bastos. Foi ali que tive como professora outra grande estimuladora em minha vida: a profª Maria Áurea Megre Hobaica".

 Prossegue: "Casei-me no dia 13/01/1971, na Igreja Matriz, em solenidade presidida pelo Monsenhor Francisco Apoliano. Como meu marido foi trabalhar em Duque de Caxias, para lá me mudei, deixando uma eterna saudade de minhas raízes. Fui acolhida com muito carinho e reconhecida por meu trabalho. 

Após me aposentar, em 1992, tornei-me artista plástica e poeta. 
Estabeleci um ateliê onde ministro aulas de artes plásticas. Um de meus alunos, portador de deficiência, que não possui mãos, passou a pintar com a boca. Hoje, ele está com sua auto estima em alta, pois integra uma Associação de Artistas Plásticos e vende sua obras. É uma de minhas alegrias". 

Embora diagnosticada dom o mal de Parkinson, Penha faz questão de assinalar: "sou maior que essa doença. Sinto-me realizada, empodeirada, e pretendo continuar produzindo cultura, para espalhar, cada vez mais, a potência da vida, dos sonhos e da luta".

Penha possui, também, um projeto imediato: "minha próxima meta é lançar um livo sobre a minha infância na Serra do Fogão. Nestes dias de festa de Carabuçu, em que um helicóptero se dispõs a realizar voos panorâmicos, resolvi ir reencontrar meu torrão natal, já que a situação da estrada não permite que se chegue lá, através de veículo. Ao chegar perto, não me contive em lágrimas. O piloto preferiu não pousar, receoso de que eu passasse mal".

Já disse o escritor bonjesuense Delton de Mattos, que toda a história do ser humano é a busca por seu passado. 

Penha Santiago o reencontrou.















Penha Santiago recebeu Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Duque de Caxias, por sua atuação em prol do desenvolvimento cultural do município e por sua atuação na Academia Duquecaxiense de Letras e Artes (ADLA)






Minha Terra Natal

Penha Santiago



Minha terra pequenina
Aninhadinha num vale,
Cercada da linda serra!
Sempre menina, faceira,
Não há outra terra
Que se iguale a ela
Entre todas as estrangeiras!



Minha terra pequenina
Qual ninho de Sabiá...
Que voou...Liberdade ficou...
Bucólica, quietinha assim,
Quem diria que conseras
Ainda guardado
Meu pranto contido, magoado,
Partindo...



Minha terra pequenina,
Carabuçu, até hoje ficou!
Que pena, já não aninha
Os sonhos e esperanças,
Da infância e adolescência minhas!


Carabuçu, quem me dera,
Nunca partido houvera!
Quem me dera poder voltar
No tempo... viver contigo 
Um novo tempo...
Recomeçar.








Saint-Clair Machado de Mello





Telas de Penha Santiago





Vista da Serra do Fogão, a partir da Rua Cel. Antônio Olímpio de Figueiredo

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Profª Dorcas de Paulo alfabetizou Penha Santiago na Serra do Fogão


Olívia Felinto foi diretora da Escola Estadual Marcílio Dias
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Profª Maria Áurea Megre Hobaica marcou a vida de Penha Santiago

Penha Santiago, a Moção de Aplausos e os dois livros editados

Penha Santiago e o esposo Jonecy Ferreira Bessa, ladeados pelas irmãs Ângela Santiago e Maria Elena Primo






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