O Jardim da ACIL no Sarau Elas em Cena
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| As Mulheres e as Palavras Escritas, Declamadas e Cantadas: Elas em Cena |
No dia 25 de novembro, o SESI de Itaperuna acendeu uma luz especial. Era como se a noite tivesse decidido ouvir histórias, músicas e sonhos, reunidos sob um mesmo sopro: Elas em Cena, o sarau da ACIL, Academia Itaperunense de Letras.
Antes que o relógio marcasse 18 horas, a sala de entrada já pulsava em expectativas felizes. Ali, Lúcia Spadarotto abria ao mundo o seu primeiro livro infantil, uma homenagem terna aos netos Guga e Bê, e, por meio deles, a todas as crianças que ainda brilham com aquele encantamento que só a infância entende. Era um gesto amoroso que se tornava universal, como se cada página dissesse: “a ternura é maior quando compartilhada”.
Uma hora depois, quando o sarau se iniciou, a poesia tomou o palco com naturalidade de rio que encontra seu curso. Lá estavam Lúcia Spadarotto, Suely Coutinho, Abia Dias e Elizabeth Faria, cada uma com seus cinco poemas, vinte interpretações que se ergueram como pétalas vivas, intercaladas pela música de Válber Meireles, cuja voz parecia costurar céu e chão.
Elizabeth Faria, além de poeta, emprestou sua voz a uma canção ao lado de Válber. Abia Dias também se juntou a ele em outra melodia. Havia, naquela combinação, algo de celebração íntima, como se amigos antigos, reunidos sob a mesma estrela, decidissem lembrar ao mundo que a arte é sempre melhor quando repartida.
O público foi vasto, carinhoso, presente. Ali estavam Celina Spadarotto, mãe de Lúcia, suas irmãs Cida e Regina, o ilustrador Cristian Tardin, acadêmicos da ACIL, membros da UBT, antigas professoras, amigas da faculdade e tantos outros rostos que fizeram daquele instante um colar de afetos. Alguns vieram pelo livro, outros pelo sarau; muitos, por ambos. E todos saíram mais plenos do que chegaram.
Ao final do sarau, como estava no roteiro, cada poeta retornou ao palco: cinco poemas para cada uma, e, no encerramento, as trovas, três de Lúcia, duas de Abia, para fechar a noite com aquele sabor de tradição que não se perde, apenas se transforma em música da memória.
O lançamento do livro, retomado após o sarau, prosseguiu como quem respira fundo antes de sorrir. E o sorriso permaneceu também no dia seguinte: pedidos de exemplares continuavam a chegar. Lúcia, emocionada, confessou: “Estou muito feliz com a aceitação do meu livro.” E ainda recebeu a notícia de que uma escritora de São Paulo deseja trabalhar a obra em um projeto literário sobre trovas infantis. A ternura viaja, e encontra quem a escute.
Foi, enfim, uma noite memorável.
E assim a ACIL segue sendo o que sempre foi: um jardim magnífico, desses que florescem poesia nos lugares mais simples, que levam beleza para onde quer que se vá, que fazem da arte uma forma de respirar e da palavra, um gesto que ilumina.
Porque algumas noites não passam, permanecem. E esta, certamente, foi uma delas.


























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