No dia 17 de novembro, quando o céu parecia vestir discretamente o vermelho do sol e o negro das sombras, o Clube de Regatas do Flamengo acrescentou mais um sopro de eternidade à sua memória. Naquela noite, o Conselho Deliberativo voltou-se para a própria história e, com solenidade antiga e brilho novo, outorgou ao Dr. Melhim Namen Chalhub o título de Grande-Benemérito, distinção que não se recebe, mas que se merece ao longo de uma vida inteira.
Dr. Melhim caminhou entre cumprimentos que eram quase abraços: o do Presidente do Conselho dos Grandes-Beneméritos, o do treinador Filipe Luís, que agora comanda o jogo a partir da borda do campo, o do Presidente do Conselho de Administração e, sobretudo, o olhar emocionado de sua sobrinha, a professora Tânia Chalhub de Oliveira, cuja presença parecia costurar o afeto da família ao orgulho de uma Nação.
As palavras do locutor João Guilherme ecoaram como toque de clarim, rasgando o ar com o anúncio que já nasceu histórico. Em seguida, o Presidente do Conselho, Dr. Sérgio Veiga Brito, entregou o diploma, mais que um documento, um rito. Um instante em que o tempo pareceu segurar a respiração para que a homenagem coubesse inteira no coração de todos os presentes.
E assim, diante de testemunhas, memórias e símbolos, não foi apenas Dr. Melhim que recebeu honraria. Receberam-na também sua família, sua terra natal Bom Jesus do Itabapoana e cada rubro-negro espalhado pelo mundo, essa imensa constelação humana que palpita em vermelho e preto.
Porque certos momentos, quando nascem, já pertencem à eternidade.
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