terça-feira, 18 de novembro de 2025

O Mestre Daniel de Lima no Sítio Estrelinha de Dona Antonieta

 


Hoje, o Sítio Estrelinha, de dona Antonieta, na Fazenda Visconde, em Casimiro de Abreu, amanheceu em festa. Não é festa de bandeirolas ou música alta, é daquelas que brotam da terra, silenciosas e profundas, quando o dia parece vestir um encanto próprio. Enquanto a chuva cai generosa, desenhando no chão sua partitura líquida, o Mestre Artesão Daniel de Lima conduz suas aulas de artesanato no barro. E é como se a natureza, nesse gesto de molhar o mundo, participasse da criação: cada gota que cai parece acordar um pedaço da argila que logo vira arte.

Ali, todos os alunos moldam, alisam, imaginam. Cada mão que toca o barro toca também algo de invisível e sagrado, num ritmo que nasce mais do coração do que da técnica. São encontros que valem por si: encontros de alegria, de união, de aprendizado e de uma beleza que não se explica, apenas se sente.

A terra, generosa, não se cansa de oferecer. Dá o alimento ao corpo, mas dá também o barro que alimenta a alma quando se transforma em obra. No Sítio Estrelinha, essa troca é poesia: o rústico dialoga com o sublime, e a simplicidade do produtor rural se veste de artista, compreendendo que a vida também pede beleza para continuar viva.

E há mais no ar: um pressentimento doce de futuro. Em breve, será inaugurado o ateliê de dona Antonieta, um novo espaço onde a arte há de ganhar morada, novos contornos, novas histórias. O Mestre Daniel de Lima talvez inspire até o surgimento de novas estrelas, porque no Sítio Estrelinha tudo parece nascer sob uma luz própria.

E assim, no meio da chuva, barro e mãos que criam, o dia segue inteiro, luminoso, como só os dias de criação conseguem ser.











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