Há histórias que nascem miúdas, quase escondidas, mas que insistem em brilhar até alcançar horizontes maiores do que elas mesmas imaginavam. Foi assim que, no silêncio atento de uma redação, a TV Alcance, obra visionária de Isac Nascimento, farol de comunicação respeitada na região, viu despontar mais um desses lampejos raros. Entre transmissões, roteiros e o burburinho cálido do programa Resenha dos Esportes, conduzido com a serenidade firme de Ebenézer Campos, alguém enxergou que havia um brilho antigo pedindo palco.
A fagulha acendeu quando, nas redes onde o canal também vive, no YouTube e na página do Facebook, já apresentada ao público como Tv Alcance Esportes, surgiu a ideia que viria a tomar corpo: registrar a trajetória de Fausto Gomes da Silveira, o lendário Tim Tim.
Quarenta e cinco anos dedicados à formação de base do Ordem e Progresso FC, em Bom Jesus do Norte. Uma vida inteira moldando passos jovens, corrigindo passes e destinos, inspirando meninos a entrarem em campo não apenas com chuteiras, mas com caráter.
Tim Tim, que cruzou fronteiras e levou consigo o nome da pequena cidade para o exterior, coleciona reconhecimento sem jamais ter pedido aplausos. Seu trabalho é daqueles que brilham no silêncio, como lâmpadas de poste que iluminam caminhos enquanto todos dormem.
E então chegou o 28 de novembro, e com ele o momento em que a memória se veste de gala. No Empório da CAVIL, em Bom Jesus do Itabapoana, o documentário ganhou tela, aplausos, respiros presos, lágrimas soltas. Não foi apenas uma exibição: foi um rito. Um encontro de gerações. Um abraço coletivo numa figura que, com paciência e firmeza, ensinou mais do que dribles, ensinou dignidade, respeito, disciplina, humanidade.
Foi histórico. Histórico como só são os instantes em que a comunidade se reconhece na grandeza de um dos seus. Ali, percebeu-se que Tim Tim não formou apenas atletas; formou homens. Homens que hoje caminham pelo mundo carregando a postura que aprenderam com ele, postura de quem sabe que o jogo mais importante é o da vida.
E assim se entendeu, naquela tarde, que ele não apenas treinou garotos. Tim Tim acendeu estrelas.
E elas continuam brilhando, espalhadas por um mundo que, mais do que nunca, precisa de luz.




























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