quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Falando de minha saudade

                              Joel Boechat


                    Cantinho da Saudade


           Homenageio um cantor
           do passado... Que muito
           Amou e foi amado.
           Escreveu essa carta de
           Saudade

Nas espirais da fumaça ...
Um dia
Um róseo vulto eu vi
A bailar naquela quase
Incandescente, brasa cinza...
E branco de nuvens...
Aliando prazer de uma taça,
A um cigarro...

Eu vi...
Corpo de uma Linda Mulher
Me conduzindo a um desejo
Ardente...

Aquele cigarro, retirado de
Uma cadeira dourada...
No cinzeiro, depois da última
Tragada...
Displicentemente no cinzeiro
Para apagar, eu amassava

Foi, para mim, o maior erro
Aquele corpaço que, como
Nas espirais que bailavam
No espaço...
Abandonei no maior susto   
E desespero...
No exílio desse mundo de
Desterro.

Cantor de muita fama
Sentia o Mundo aos meus
Pés

Rei...
sem Reinado, sem  Rainha
Lacaios, cocheiros em carros
Nobres...
Sem escravos e librés

Num cantinho do céu  de
Azul tão  bonito
Mando carta de despedida
A minha Mulher querida

Falo da imensa saudade
Da minha  mocidade
Noitadas, febres de desejos
De violões, sons e acordes
E, de um jovem, os arpejos
Daquela  ansiedade...

Bem perto de mim
Outros que tiveram seus
Amores...  ouvem silentes
O meu canto de  aflição...

Recordo, quase chorando,
A minha última canção

    Devolve o imenso amor
    Que te ofereci
    O sabor de meus lábios
    Que em teus rubros lábios
    Esqueci 

    Devolve tudo o que na febre
    Da paixão escrevi

    Devolva, te  peço ainda,
    A Saudade infinda que
    Sinto de ti...

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