Jornal fundado por Ésio Martins Bastos em 25 de dezembro de 1946 e dirigido por Luciano Augusto Bastos no período 2003-2011. E-mail: onortefluminense@hotmail.com
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Parte da nossa história pouco enfatizada
Há 127 anos, no dia 5 de dezembro de 1891, falecia no exílio, em um quarto de um hotel barato de Paris, o Imperador Dom Pedro II.
Suas últimas palavras antes de partir: "Deus, que me conceda estes últimos desejos: Paz e prosperidade para o Brasil."
Mais tarde, enquanto preparavam seu corpo, encontraram em seu quarto uma fronha cheia de terra e o seguinte bilhete: "É terra de meu país. Desejo que seja posta em meu caixão se eu morrer fora de minha pátria."
Pedro morreu sozinho e infeliz, sem a esposa e apartado do país que tanto amou e pelo qual sacrificou toda sua vida. Odiava ser imperador. Seu sonho era ter sido professor.
Mas o dever e o patriotismo foram maiores, fazendo-o abrir mão de tudo aquilo que um homem comum prezava. Morreu com apenas 66 anos de idade, mas com aparência de 90, esmagado pelo dever que nunca saiu de seus ombros.
Seu funeral foi belíssimo, na França republicana, com todas as pompas e honras dignas de um grande chefe de estado. O mundo se comoveu naquela data, enquanto a embaixada brasileira em Paris, vergonhosamente, protestava contra o governo francês.
O governo brasileiro queria, por óbvias razões, deixar o episódio passar em branco. E infelizmente conseguiu.
Enquanto os brasileiros sequer ficaram sabendo da morte de seu soberano, o mundo civilizado se despedia do líder mais sábio e respeitado do século XIX.
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