T e a t r o d e a r e n a
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Joel Boechat- Cantinho de tristes historias
Teatro da vida n
tem palco
É um Teatro de Arena. Artistas...
São lobos rapaces do tempo Muitos leões e hienas ...
Aquele que se ufana de tudo que feze teve na vida
E aos quatro cantos proclama
ter sido o melhor ...
Nem sempre diz a verdade
Não foi o Melhor em tudo
Enquanto um perde, outro ganha
Enquanto um fala, outro ouve
Enquanto um ouve, outro se cala
Procuro soltar aos ventos
As tristezas, dores e mágoas
Mas sinto embargos na fala
E, os meus olhos razos d'agua
Festas, reuniões, homenagens
Procurava sempre a
melhor mesa
Expondo ofuscantes joias
E sua rara beleza...
Na firma do amor, não tive talento
Para gerir os negócios
Sem que soubesse, adquiriram ações
E se tornam meus sócios.
Poder, fortuna , nome
Ficam no fundo da taça
Das noites mal dormidas...
Hoje, num pequeno quarto
Volto as noites sofridas
Tentando curar as feridas...
Disfarçando as cicatrizes
Esquecer uma atriz
Que, no quase vazio teatro,
Fez papel de uma infeliz...
Como vespa, atraída,
A melhor mesa ainda procura
Mas, nem toda feiura é beleza
Nem toda beleza e feiura ...
Não mais bacharéis e iludidos coronéis
Que numa taça de champanhe
Ao final da triste peça
Num brinde, a acompanhe ...
O tampo lhe trouxe o desgosto...
As suas imensas alegrias
Das coisas boas da vida
Agora são nostalgias...
No corpo muitas estrias
E muitas rugas no rosto...
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