Contratos secretos maculam o Centro Popular Pró-Melhoramentos e o Conselho Deliberativo |
Contratos entre o Centro Popular Pró-Melhoramentos, que rege o Hospital São Vicente de Paulo, e a Faculdade Redentor, de Itaperuna (RJ), estão sendo mantidos em sigilo pelos dirigentes do Centro e do Conselho Deliberativo, em evidente caracterização de irregularidade, geradora de suspeitas.
Segundo fonte do hospital, os contratos secretos teriam sido realizados por antiga diretoria do Centro Popular, e mantidos pelos atuais dirigentes, com a concordância do Conselho Deliberativo, o que indica que as ilicitudes prosseguem desde então.
A manutenção desses contratos secretos constituem o primeiro indício de que há algo de podre no reino da Dinamarca, como diria Hamlet, o personagem de Shakespeare.
Segundo fonte do hospital, esses acordos preveem, entre outras coisas, a transferência do hospital bonjesuense para a entidade de ensino itaperunense.
Não se sabe o que levou os membros do Centro Popular e do Conselho Deliberativo a pactuaram o ajuste, no passado, e o manterem na gestão atual.
Segundo a fonte, uma das cláusulas dos contratos secretos prevê, por exemplo, que os membros dos mencionados órgãos diretivos aceitariam que a entidade de ensino nomeasse sócios-beneméritos para consolidar o controle do hospital.
Outro indício de que há algo totalmente errado na condução do Centro Popular e do Conselho Deliberativo é o fato de aceitarem que o atual presidente do Centro Popular seja um funcionário da empresa, o que constitui violação clara ao estatuto do hospital.
Esse escândalo se prolonga há bastante tempo no hospital: um empregado de uma instituição de ensino assina, em nome do hospital, contrato com o seu próprio patrão da empresa privada.
Apesar dessa transgressão, nenhum membro do Centro Popular nem do Conselho Deliberativo quer enxergar irregularidade nisso, o que revela que compactuam com a ilicitude.
Segundo, ainda, a fonte, para alterar esta irregularidade, por exemplo, o corpo jurídico da empresa apresentou proposta para alterar este e outros dispositivos do estatuto, no interesse da própria instituição de ensino, o que revela que é esta entidade quem comanda de fato, hoje, o hospital.
Não se sabe, contudo, sobre o motivo que ensejou esta situação, e parece que nenhum membro do Centro Popular e do Conselho Deliberativo está interessado em prestar qualquer esclarecimento para os sócios e para sociedade bonjesuense.
Não bastasse isso, ainda segundo a fonte, o administrador do hospital recebe salário do hospital e da Redentor, mas se desconhece os termos desse acerto, que também é mantido em sigilo.
Qual a razão para se manter isso?
A que título, entregaram, ocultamente, o comando de fato do Hospital São Vicente de Paulo à administração de uma empresa privada?
Por que nenhum membro do Centro Popular e do Conselho Deliberativo convoca os sócios e a sociedade bonjesuense para esclarecer o que está ocorrendo nas entranhas do hospital, ou para discutir publicamente as propostas de alteração estatutária?
Esta proposta de modificação estatutária, que será apresentada, em breve, aos sócios, tem, por sua vez, o caráter explícito da hipocrisia.
Propaga-se que o objetivo é a modernização dos estatutos.
O objetivo real, contudo, é o de adaptá-los aos interesses comerciais da instituição de ensino.
O que se profliga são os acordos secretos comandados pelo Centro Popular com a cumplicidade dos membros do Conselho Deliberativo.
Além disso, vivemos em novos tempos, e a "Lava Jato" veio para mostrar isso.
Mas parece que há dirigentes que acreditam que a luta por transparência e moralidade seja algo rigorosamente alheio ao seu âmbito administrativo, mesmo no caso de uma entidade sem fins lucrativos como é o do hospital São Vicente de Paulo.
Não obstante toda a situação narrada, todos os membros do Centro Popular e do Conselho Deliberativo limitam-se a insistir em se auto proclamarem movidos pelo mais elevado sentimento do interesse público.
A História, contudo, será implacável com todos.
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