domingo, 23 de setembro de 2018

Ruínas... Escombros que tiveram vida...


                 
                              Joel Boechat


                    Cantinho de pensamentos


Muralhas desgastadas, que parecem
recordar momentos de muitos amores...
Cânticos, madrigais,  rezas e louvores...
Deus sabe!
Se, também,  momentos de sofrimento
e de muitas dores...

Alastrado de  heras alcançando o topo
refúgio  de gaviões que ali têm seus
escopos

Do lado de fora ...
Um gigante Templo? um casarão?

Não havia o lado de dentro!
Só mato e gitiranas rasteiras

Fico absorto em meus pensamentos

Quantas mãos caboclas calejadas
pelos rudes golpes de enxadas
preparando o adobe, tijolos crus para
assentar as pedras e já secos tijolos.

Haveria aí também alguns monjolos?
Para suspende e, na libertação,  não
depender ... da  mão obra escrava?

Altos muros para levantar a
Séde do Poder de um Coronel, rude e cruel
Talvez... de um Santo homem, os anelos
Para construir uma Igreja; para que
O Amor do Pai ali esteja...!

Quantos amores,  sofrimentos, dores
Belas escravas para a sanha do seu senhor,
escravos  do campo,  tratados pela Sinhá
Com carinho, cuidado  e amor ...

Bailes,  saraus, noites plenas...
Acordes de cravos e violas
Ilustres barões de fraques, bengalas
e cartolas
Acompanhando... suas damas
elegantes com vestidos de algumas
plumas e adereços  de penas

Oh Ceus  infinitos... que  cobrem
esses destroços... que já tiveram vida

Tudo ruinas, enfim! ...

Retratos de escombros da vida
E passados distantes das emoções
de ancestrais, vívidas ...

Teria tido ali também alcovas para os
momentos com amantes?

Baús reforçados para guardar joias
de brilhantes?

Pensamento viaja ...

Nessa Viagem  que alhures
se destina
Que  os anos não trazem mais

Só ruína

Construção de forte punho ...

Só tem Deus... Só Deus...
Só nosso Pai.  por derradeiro
Testemunho...

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