terça-feira, 26 de julho de 2022

Dr José Andrade dignificou Bom Jesus, o Vale do Itabapoana e a Casa dos Açores

Dr José Andrade, padre Rodrigo Melo, Dr Nino Moreira Seródio, presidente da CAES, Dr Antônio Borges Soares, vice-presidente da CAES, e Orlando Lima Machado, 12 anos, o Menino Imperador da Festa do Divino deste ano

 
O dia 25 de julho foi histórico para Bom Jesus do Itabapoana, para o Vale do Itabapoana e para a Casa dos Açores do Estado do Espírito Santo (CAES), com a visita do Dr José Andrade, Diretor Geral das Comunidades Açorianas. 

Os Açores constituem uma Região Autônoma de Portugal, formada por nove ilhas, e foram de lá que muitos imigrantes e seus descendentes se estabeleceram em Bom Jesus. O mais ilustre açoriano da região é Padre Mello, nascido na ilha de São Miguel, e chegou em Bom Jesus no dia 18 de junho de 1899.

Dr José Andrade esteve em nossa região para inaugurar a Casa dos Açores do Estado do Espírito Santo, em Apiacá, um projeto para o qual o Dr Nino Moreira Seródio levou 9 anos investindo seus recursos financeiros e sua paixão pela terra dos seus antepassados.

Vieram com o Dr José Andrade, uma Comitiva de representantes de Casas dos Açores de outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, num encontro que ficou marcado pelo sentimento de irmandade e de pertencimento à mesma "pátria" acoriana.

Os integrantes da Comitiva ficaram hospedados no Hotel Itavale, em nosso município, ocasião em que ficaram emocionados durante toda a estadia em Bom Jesus, a partir da recepção calorosa preparada com muito carinho pelas dirigentes da CAES.

Dr José Andrade foi nomeado Hóspede Oficial, pelo prefeito Paulo Sérgio Cyrillo, e recebeu a honraria na Praça Governador Portela, por ocasião da solenidade de hasteamento das bandeiras e das boas vindas aos ilustres visitantes. Fizeram-se presentes, também, o prefeito de Bom Jesus do Norte, Toninho Gualhano, e representantes dos prefeitos de São José do Calçado e Viana. O Grupo Musical Amantes da Arte se fez presente e contagiou a todos e todas com destacadas interpretações, finalizadas com o contagiante 
"Hino de Bom Jesus".

Dr José Andrade agradeceu a acolhida e disse que " estou há pouco tempo em Bom Jesus, mas quase morro de saudade", numa referência à letra do hino composto por Salim Darwich Tannus.

Foram realizadas oferendas florais diante dos quatro bustos existentes na praça principal. Todos os homenageados possuem vínculos com os Açores. Roberto e Badger Silveira são descendentes de Manuel Ignácio da Silveira, açoriano oriundo da ilha do Pico. O Dr José Vieira Seródio é descendente de Joaquim Vieira de Seródio, açoriano, procedente da ilha de São Miguel. Padre Mello, por sua vez, nasceu na ilha de São Miguel.

Dr José Andrade visitou, em seguida, a Igreja Matriz, e, em especial, a Capela do Divino Espírito Santo, onde estão localizados os restos mortais de Padre Mello.

Todos foram recebidos pelo pároco Rodrigo Melo, que compartilhou com a autoridade açoriana a Coroa e o Cetro relativos à Festa do Divino Espírito Santo, que ocorre em nosso município desde 1860, e deu origem à tradicional Festa de Agosto. 

A Coroa e o Cetro foram tombados, recentemente, pelo município, como Patrimônio Cultural Material, pois são Símbolos Sagrados do Divino Espírito Santo, integrantes da Festa do Divino Espírito Santo de Bom Jesus do Itabapoana, que, por sua vez, foi tombada como Patrimônio Imaterial e que foi fortalecida com a chegada de Padre Mello, em 1899.

Em seguida, a Comitiva visitou a Capela do Cristo Rei, no Monte Calvário, obra iniciada por Padre Mello, com visão privilegiada da cidade.

Posteriormente, Dr José Andrade conheceu o Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, descendentes do açoriano  Manuel Ignácio da Silveira.

Em seguida, a organização ofereceu um lauto almoço, no Restaurante Alma, localizado no Instituto Rio Life, sediado na Fazenda Itaguaçu, em Calheiros, onde se encontra a bela Cachoeira da Fumaça.


À noite, ocorreu a tão esperada inauguração da Casa dos Açores do Espírito Santo, em Apiacá, no km 8,1 da Rodovia ES-297, s/n, José Carlos (Iuru), com a participação da Lira Operária Bonjesuense, comandada pelo Maestro Nilo Rodrigues, e rica apresentação musical do pianista Luiz Otávio Barreto e dos músicos Herbert Cock, ao violino, Daniel Galdino, ao piano, Anízia Pimentel, ao violoncelo e a jovem cantora Beatriz de Fátima Magalhães Dias.  O cantor e compositor açoriano Francisco Borba Amaro Gonçalves, que musicou a poesia de Padre Mello intitulada "Somos todos operários", interpretou a belíssima canção para o público presente.

Padre Mello, antes de chegar a Bom Jesus, pernoitou no dia 17 de junho de 1899 em Apiacá, onde chegou de trem, na casa do comerciante Francisco Turco, que o trouxe, a cavalo, para nosso município, no dia seguinte.

No dia 26, Dr José Andrade e Dr Nino, foram a Viana, na Grande Vitória, por ocasião dos festejos dos 160 anos da emancipação do município, onde receberam os títulos de cidadãos do município, por parte do prefeito Wanderson Borghardt Bueno, que é um exemplo de gestor público comprometido com a história e com o desenvolvimento cultural do seu povo.

 Segue o texto extraído do site "MUNDO LUSÍADA", dos Açores, relativo ao momento histórico concernente à vinda do Dr José Andrade ao nosso município e à fundação da Casa dos Açores do Espírito Santo.


 

Inaugurada a Casa dos Açores do Espírito Santo, a 7ª no Brasil

Nesta segunda-feira, dia 25, foi inaugurada a Casa dos Açores do Espírito Santo – Caes. A Instituição Associativa Cultural pretende promover a preservação e divulgação da Memória Cultural, Religiosa e Histórica da Imigração Açoriana no Estado do Espírito Santo.

Essa é a 7ª Casa dos Açores do Brasil, representativa da Região Autónoma dos Açores, e junta-se às outras 16 Casas dos Açores já existentes também no Canadá, EUA, Bermuda, Uruguai e Portugal continental.

A nova instituição tem sede no município de Apiacá, mas reúne os municípios do Vale do Itabapoana que tiveram influência açoriana no norte do Rio de Janeiro: Bom Jesus de Itabapoana, Bom Jesus do Norte e São José do Calçado, e o município de Viana, na grande Vitória-ES.

Presente esteve uma comitiva composta pelo Dr. José Andrade, em representação do Presidente do Governo dos Açores, Dr. José Manuel Bolieiro, e os Presidentes das Casas dos Açores no Brasil, que foram homenageados com cerimônia de boas vindas.

Participaram da comitiva representantes de todas as Casas do Brasil que integram o Conselho Mundial das Casas dos Açores. O presidente da Casa dos Açores de Santa Catarina, Prof. Doutor Sérgio Luiz Ferreira; a presidente da Casa dos Açores do Rio Grande do Sul, Dra. Viviane Peixoto Hunter; o vice-presidente da Casa dos Açores de São Paulo, Dr. Roberto de Melo Correia; o diretor cultural da Casa dos Açores do Rio de Janeiro, Dr. Marcos Godinho Borba. Além do conselheiro da diáspora açoriana eleito pelo RJ, Dr. Daniel Evangelho Gonçalves.

Na intervenção do Diretor Regional das Comunidades na cerimônia de inauguração em Apiacá, José Andrade declarou que “inaugurar oficialmente a Casa dos Açores do Estado do Espírito Santo, é uma das maiores honras da minha vida”. “Hoje é um dia histórico para a afirmação da açorianidade no mundo. Sempre que nasce uma Casa dos Açores, a nossa identidade cultural chega mais longe e fica mais forte” afirmou.

A primeira Casa dos Açores foi fundada em Lisboa há 95 anos, em 1927. Em 1952, chegou ao Brasil, com a Casa dos Açores do Rio de Janeiro, que acaba de comemorar 70 anos de fundação.

Segundo ele, a Casa dos Açores do Espírito Santo “nasce num Estado que ostenta o nome da mais representativa devoção açoriana. Nasce num tempo que comemora os 180 anos do povoamento, também açoriano, deste Vale de Itabapoana, que lhe serve de berço. Nasce da vontade genuína de um grupo empenhado de açordescendentes e amigos dos Açores, graças ao espírito empreendedor e à capacidade concretizadora do seu principal fundador e primeiro presidente, o Dr. Nino Moreira Seródio. Presto-lhe aqui uma justa homenagem, com o devido agradecimento, em nome do Presidente do Governo dos Açores. Sou testemunha do seu entusiasmo na condução deste processo” defendeu.

O primeiro presidente da CAES é neto de açorianos, da família Vieira Seródio, da vila da Povoação, na ilha de São Miguel. O seu bisavô, Joaquim Vieira Seródio, veio para o Brasil em 1886. Desembarcou no porto do Rio de Janeiro com três filhos. Como tantos açordescendentes, Nino conseguiu reconstituir a sua árvore genealógica com pesquisa pessoal no Arquivo Regional de Ponta Delgada, quando pisou terra açoriana 126 anos depois a partida do seu bisavô.

Em 2013, iniciou o projeto Memorial do Imigrante, no Vale do Itabapoana, resgatando a história de uma colonização com forte influência açoriana. E contou com outros descendentes de famílias açorianas, como António Borge e Gino Bastos.

Ao final do seu discurso, Andrade nomeou toda diretoria participante da Caes. “A todos e a cada um, muito obrigado por tudo o que fizeram e por tudo o que farão. Este agradecimento é do Governo dos Açores, mas é também, e sobretudo, um agradecimento do Povo dos Açores. Somos um arquipélago com uma décima ilha deste lado do Atlântico. O mar que banha o Estado do Espírito Santo é o mesmo que embala as outras nove ilhas da nossa terra comum”.

A sede da nova casa está a 6 quilômetros da divisa com o Estado do Rio de Janeiro, para abranger, institucionalmente, todo o Estado do Espírito Santo, incluindo, especialmente, o Município de Viana, de profunda relação açoriana.

A prefeitura de Viana, que doou para o acervo um kit de quadros em tecido da artesã Ruimara retratando monumentos históricos da cidade, destacou na altura o trabalho do presidente da CAES, Nino Moreira Seródio, na junção de documentos e registros para recuperar história.

Viana carrega o nome do pioneiro Paulo Fernandes Viana, que, no ano de 1813, trouxe dos Açores 53 famílias que contribuíram para o povoamento do município. Os primeiros que chegaram receberam terrenos, casas, ferramentas, carros de bois ou cavalgaduras. Eles se instalaram nas proximidades do Rio Jucu e seus afluentes, Formate e Santo Agostinho, e iniciaram o cultivo de plantas. Cerca de 210 anos depois da chegada das primeiras famílias açorianas, Viana ainda carrega traços da imigração, seja na cultura, religiosidade e até mesmo nas pessoas, informa a prefeitura.

Já o personagem mais ilustre de Bom Jesus de Itabapoana foi o padre Antônio Francisco de Mello, nascido na Achada, Nordeste, Ilha de São Miguel, que foi pároco de Bom Jesus de 1899 a 1947, construindo a igreja matriz do Bom Jesus e desenvolvendo o culto do Divino Espírito Santo.

A comunidade açoriana no Brasil teve uma semana muito especial, começando dia 22 com a solenidade comemorativa dos 70 anos da Casa dos Açores do Rio de Janeiro, a segunda mais antiga do mundo. No dia 23, foi aberto III Encontro Açores-Brasil, com as Casas dos Açores e os Conselheiros da Diáspora Açoriana dos Estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão e Espírito Santo. No dia 24, um convívio de açorianos e açordescendentes marcou os 70 anos da Casa do Rio com o seu Grupo Folclórico Padre Tomás de Borba. Na segunda, dia 25, a inauguração da nova Casa dos Açores em Apiacá, foi seguida no dia 26 por uma inauguração do Monumento aos Açores, no Município de Viana, ES.


 










Dr José Andrade, Padre Rodrigo Melo e Orlando Lima Machado, 12 anos, filho de Fábio Machado da Silva e Luzia Helena Andolfi de Lima, que será o Menino Imperador, na Festa deste ano, à frente da Igreja Matriz Senhor Bom Jesus, que preserva a memória cultural e religiosa de Bom Jesus.



Orlando Lima Machado, 12 anos, filho de Fábio Machado da Silva e Luzia Helena Andolfi de Lima, será o Menino Imperador, na Festa deste ano, que preserva a memória cultural e religiosa de Bom Jesus.



















Prof. Heliton Dias Pimentel 






























Capela Cristo Rei, idealizada por Padre Mello, no Monte do Calvário Foto: Rosângela Figueiredo 








































































Wanderson Borghardt Bueno, prefeito de Viana, entregou títulos de cidadão ao Dr José Andrade e ao Dr Nino Moreira Seródio, no dia 26 de julho 





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