sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Getúlio Vargas: O Filho dos Açores e da Terra Gaúcha

                       As Raízes Açorianas de Getúlio Vargas

Getúlio Vargas com seu filho Getúlio Dornelles Vargas Filho, conhecido como Getulinho, que esteve em Bom Jesus do Itabapoana em 1940, segurando a criança 


Foi o açoriano Francisco Amaro Borba Gonçalves, colaborador do jornal O Norte Fluminense, quem lançou luz sobre um elo esquecido na biografia de Getúlio Vargas: suas raízes açorianas.

A mãe de Getúlio, Cândida Francisca Dornelles, era filha de Serafim Dornelles e Umbelina Dornelles. A família Dornelles era tradicional e descendente de imigrantes dos Açores.

Por outro lado, o sobrenome Vargas, vindo da família de seu pai, Manuel do Nascimento Vargas, também tem origem em antepassados açorianos que imigraram para o Brasil. Um dos primeiros ancestrais da família Vargas no país, Antônio de Vargas, nasceu na ilha do Faial, Açores, em 1737, e emigrou para o Rio Grande do Sul, onde se casou e deixou numerosa descendência.

A migração de açorianos para o Rio Grande do Sul, estado onde Getúlio nasceu, foi um fenômeno marcante no século XVIII. Esses imigrantes compuseram grande parte da população local, e sua cultura deixou marcas profundas na identidade gaúcha.

De um arquipélago moldado por ventos e mares vieram os antepassados que, com fé e coragem, ajudaram a semear nas terras do sul do Brasil um modo de ser que unia devoção, trabalho e senso de comunidade. Desses valores nasceria, muitas décadas depois, um homem que marcaria a história do país.

Getúlio Dornelles Vargas, nascido em São Borja, em 19 de abril de 1882, e morto no Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1954, foi militar, advogado e político. Presidiu o Brasil em dois períodos decisivos: de 1930 a 1945, na chamada Era Vargas, e novamente de 1951 até seu trágico desfecho em 1954.

Entre o poder e o povo, entre a austeridade e o afeto, escreveu um dos capítulos mais intensos da história nacional.

Seu legado é vasto e controverso. Fundou a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce, a Petrobras e a Eletrobras, pilares da industrialização que transformaria o Brasil rural em uma nação moderna. Criou também o IBGE e o IPHAN, instituições que moldaram a consciência do território e da memória nacional.

Mas, além do estadista, havia o homem. E nesse homem palpitava a herança dos Açores, silenciosa, mas viva, guiando sua conduta, seu senso de dever e sua relação quase paternal com o povo.

1. A Família como Porto Seguro

Desde menino, Getúlio aprendeu que a família é o primeiro e o último abrigo, lição típica das casas açorianas, onde o lar era fortaleza moral e escola de valores.

Cândida Dornelles e Manuel Vargas ensinaram-lhe o respeito à autoridade e à tradição, a disciplina e a palavra empenhada. Mesmo presidente, manteve o costume de buscar o conselho dos irmãos e o afeto dos filhos.

Nos tempos de poder, recordava a simplicidade da infância, como se as vozes do lar ainda ecoassem no Palácio do Catete.

2. O Espírito Comunitário

A alma açoriana é coletiva. Nas festas do Divino, nos mutirões de colheita, nas orações partilhadas, o “nós” sempre falou mais alto que o “eu”.

Essa mentalidade moldou o estadista. Getúlio criou a Consolidação das Leis do Trabalho, o salário mínimo e a Justiça do Trabalho não apenas como políticas, mas como um pacto de solidariedade entre Estado e povo.

Era a velha ética das ilhas: ninguém prospera sozinho.

3. A Fé que Move Montanhas

Nos Açores, a religiosidade é o fio que costura o cotidiano. Getúlio herdou essa fé contida, quase introspectiva, mas firme.

Em seus discursos, evocava Deus, a Nação e o Povo como uma trindade cívica.

Via na moral cristã um eixo de equilíbrio, não apenas para o homem, mas para a nação.

Sua crença não se traduzia em dogmas, mas em uma ética espiritual herdada de gerações que viram no sagrado um norte diante das tormentas.

4. A Terra como Raiz

Filho do interior gaúcho, Getúlio jamais se desligou da terra que o viu nascer.

Em São Borja, entre o cheiro de erva-mate e o vento do pampa, encontrava refúgio e sentido. Retornava sempre que podia ao sítio do Itu, onde o poder dava lugar ao silêncio e à memória.

Era o açoriano reencontrando o chão, o mesmo apego que moveu seus antepassados a cultivar a terra, mesmo quando o mar ainda lhes chamava de volta.

5. O Patriarca e o Povo

A liderança de Vargas tinha algo de paternal, não o pai autoritário, mas o protetor que vela pelos seus.

O título “Pai dos Pobres”, que o acompanhou durante o Estado Novo, nasceu desse sentimento mútuo de dependência e cuidado.

Na sua figura, muitos brasileiros enxergavam o chefe da grande família nacional, herança direta da cultura açoriana, onde a autoridade é também afeto e responsabilidade.

6. Raízes no Atlântico

Mais do que traços biográficos, os gestos e escolhas de Getúlio Vargas revelam uma herança cultural profunda.

Religiosidade, apego à terra, amor à família, senso de justiça e espírito comunitário, valores vindos das ilhas de pedra e vento que se perderam no tempo, mas deixaram marcas no destino de um país continental.

A herança açoriana, discreta e persistente, atravessou oceanos e séculos para se manifestar no homem que buscou unir o Brasil moderno à alma de seu povo.

Seu filho, Getúlio Vargas Filho, esteve em Bom Jesus do Itabapoana em junho de 1940, onde foi recebido festivamente no Palacete do Malvino Rangel por outro açordescendente: o prefeito José de Oliveira Borges.

Assim, a história se entrelaça, pois Bom Jesus do Itabapoana também tem suas origens formadas por açordescendentes.

Getúlio, o gaúcho de São Borja, foi também, de certo modo, um açoriano, moldado pelas ondas, pela fé e pelo desejo de fazer da pátria uma casa comum.

O açordescendente Getúlio Vargas Filho esteve em Bom Jesus do Itabapoana em junho 1940, onde foi recebido por  outro açordescendente, José de Oliveira Borges, prefeito municipal: a casa comum.

Getúlio Vargas Filho foi recebido festivamente no Palacete do Malvino Rangel, em Bom Jesus do Itabapoana 

Vem aí o 10 Encontro das ROSASLINDAS

                                    Por Anselmo Júnior Borges 


A ideia do grupo ROSASLINDAS surgiu de Fernanda Muniz, uma apaixonada por Rosal que os rumos da vida levaram-na para o Centro-Oeste do país. Então, para que o vínculo com a terra permanecesse, criou o grupo de amigas para manter os laços e raízes criados na vila, que foram aprofundados com o comprometimento de cada ROSALINDA, abraçando causas em prol da comunidade rosalense.

Hoje, o grupo possui 14 mulheres empenhadíssimas nesse abraço a Rosal!

Já foram feitas campanhas de alimentos, tendo sido arrecadados mais de 1 tonelada. Em outro momento, no segundo encontro, a campanha foi de arrecadação de agasalhos e cobertores, que também foi um sucesso. E, nos últimos anos, com o grupo cada vez mais forte e unido, a campanha tem sido em prol da centenária Lira 14 de Julho.

Vale destacar que o encontro das Rosaslindas já faz parte do calendário cultural da vila e tem atraído, cada vez mais, visitantes, pois o ambiente é de música de qualidade, comida gostosa e farta, alegria, fraternidade e respeito.


quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Angel Gaia, Luz de Rio das Ostras: a Jovem que Foi Coroada pelas Palavras

 Angel Gaia, a Coroada do Saber

Angel Gaia Alves da Silva Campos Guimarães, 14, a irmã Maya Gaia, 9, e a mãe Dawany Gaia 

A jovem Angel Gaia Alves da Silva Campos Guimarães, de apenas 14 anos, tem um nome extenso, digno de princesas e rainhas.

Aluna da Escola Municipal Agrícola Carlos Maurício Franco, em Rio das Ostras, foi coroada com o Prêmio Literário do Ensino Fundamental – Rio das Ostras, 2ª edição (2025).

Seu texto, “O amor da minha família”, foi publicado em um livro coletivo cujo tema é: “Amor que cuida... Amor que não se esquece.”

Angel escreveu:

 “Minha família tem de tudo um pouquinho. São engraçados, carinhosos, excêntricos, inteligentes, intensos, magníficos e, o mais importante, eles são amorosos, entre outras coisas que não me recordo.”

Logo em seguida, fala da saudade da bisavó, da avó e da mãe, com a doçura de quem compreende que o afeto é o verdadeiro alicerce da vida.

A alegria se instalou no seio da família com essa bela conquista.

O orgulho da mãe, Dawany Gaia, é imenso. Ela entende o valor da cultura na vida da filha e sabe que, num tempo em que tantos jovens se afastam da leitura e da escrita, Angel é uma exceção: é apaixonada por livros, vive cercada por palavras e sonha em ser uma grande escritora.

“Estou feliz por ver minha filha com ideias tão claras, isso será importante para toda a sua vida”, diz Dawany, emocionada.

A alegria é de Angel, de sua mãe, da família inteira, e também das professoras e da escola que a formou.

A Escola Municipal Agrícola Carlos Maurício Franco é exemplo de educação transformadora: aquela que desperta talentos, constrói sonhos e faz florescer o que há de melhor no ser humano.

A educação, afinal, é o motor das grandes mudanças, o alicerce de toda sociedade justa e luminosa.

E, no centro dessa história, brilha Angel, com sua coroa feita não de ouro, mas de palavras, ternura e sabedoria precoce.














A glória da Banda da Usina Santa Maria: a música que uniu operários e administradores em 1962

A única Banda Mista do Brasil em 1962

Em 1962, o Brasil vivia um período de transformações sociais e culturais. No interior fluminense, a Sociedade Musical da Usina Santa Maria destacava-se como um símbolo singular dessa época. Formada por operários e administradores, era, segundo registro do jornal O Norte Fluminense, a única corporação musical mista do país naquele momento.

A notícia, publicada em 30 de setembro de 1962, relata que o desfile da Banda na parada de 7 de setembro, em Campos dos Goytacazes, foi o ponto alto das comemorações da Independência. A corporação também se apresentou em Calheiros, Rosal e Carabuçu, levando sua música a diferentes localidades e reforçando o prestígio da Usina Santa Maria na região. Além disso, foi convidada a se apresentar em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Guanabara.

A iniciativa partiu do industrial Jorge Pereira Pinto, movido por um notável espírito público e pelo desejo de integrar a comunidade de trabalhadores e dirigentes da usina. Sob a regência do Maestro José Primo, a banda consolidou-se como expressão de harmonia social e cultural, reflexo de uma época em que o trabalho e a arte podiam caminhar juntos.

O registro do O Norte Fluminense, jornal fundado por Ésio Bastos em 25 de dezembro de 1946, revela não apenas a relevância da Banda, mas também o papel histórico do próprio periódico. Há quase oito décadas, o jornal cumpre a função de documentar a vida política, social e cultural de Bom Jesus e região, tornando-se fonte indispensável para pesquisadores e cidadãos interessados em compreender a formação histórica local.

O exemplar que traz essa notícia integra o acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos, instituição que preserva e disponibiliza a memória impressa da região. Graças a esse trabalho de guarda e pesquisa, é possível revisitar momentos marcantes como o da Sociedade Musical da Usina Santa Maria, cuja existência simboliza a união entre o progresso industrial e a sensibilidade artística.

A trajetória dessa banda e o registro do jornal reafirmam a importância da preservação documental como forma de manter viva a consciência histórica e crítica de uma sociedade.

Mais do que lembrar um fato, a notícia de 1962 nos recorda que cada som, cada gesto e cada palavra impressa têm o poder de atravessar o tempo, transformando o passado em memória e a memória em patrimônio.

Jornal O Norte Fluminense. 30 de setembro de 1962 (acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos)


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

GOTTA é destaque na XII Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

 



Celebramos uma conquista especial: o grupo teatral infantil de Campos dos Goytacazes GOTTA, Grupo de Textos Terra de Alegria, foi reconhecido como um dos melhores projetos do primeiro segmento do Ensino Fundamental I, durante a XII Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de Campos dos Goytacazes.

A iniciativa foi apresentada a convite da presidente da Academia Brasileira de Belas Artes e da Sociedade da Cultura Latina do Estado do Rio de Janeiro, Zélia Maria Fernandes da Silva, em um encontro que uniu arte, literatura e o poder transformador da educação.

O projeto nasceu do desejo de incentivar a leitura e a expressão artística das crianças, por meio da contação de histórias e da poesia. A proposta culminou no lançamento do livro Antologia Poética, em que 17 crianças do Projeto GOTTA deram vida às palavras, e nove delas tomaram posse como membros ativos dessa jornada literária.

O lançamento do livro é, para o grupo GOTTA, um sopro de encantamento e realização. É ver as histórias e poesias ganhando asas, saindo das rodas de contação e voando rumo ao coração de novos leitores. Cada página lançada é um pedaço de um sonho coletivo: um mundo onde ler é encantar-se, onde o livro é portal e não apenas objeto, onde a palavra é ponte que liga infância e imaginação.

Nesse universo, contar histórias e declamar poesias é mais que atividade, é descoberta. É o instante em que cada criança percebe que sua voz, seu olhar e seu canto têm o poder de transformar.

Parabéns, Simone Jardim, notável diretora do  grupo  GOTTA, por levar a cultura a tantas crianças e jovens, construindo novas gerações cultas, sensíveis e humanizadas.






 


29 DE OUTUBRO: DIA NACIONAL DO LIVRO


 

(dia da fundação da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, em 29/10/1810)

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DO ESTÍMULO DE ESCREVER AO ESTILO DE IMPRIMIR

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“O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.” (MÁRIO QUINTANA, poeta brasileiro)

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O mundo ainda vai demorar bastante tempo para descobrir um outro suporte tão mágico e encantador quanto o livro. Se descobrir.

Falam em livro eletrônico (“e-book”) -- mas ele não substitui o prazer do toque, do tato, contato. Observe no leitor, nas livrarias e bibliotecas, bancos de praça ou escolares, os gestos comedidos ou relaxados, soltos ou estudados, ao pegar, ao abrir, ao folhear o livro. Repare o declinar dos olhos, o menear da cabeça... Bosquejo de ritual. Rascunho de rito. Esboço de liturgia.

Falam em livros na Internet, mas isso não é o mesmo que um livro na rede -- na rede de embalar, de balançar e balouçar, estirada na varanda na fazenda, pendurada próxima à janela no apartamento.

Na soleira do casebre, no jardim da mansão, uma pessoa com um livro é quase igual àquela outra pessoa com um livro: ambos frequentam o mesmo mundo -- o mundo da leitura, onde se dá a leitura do mundo e, quem sabe, sua (re)construção. Literária/mente e, vezes muitas, literal/mente.

Todos escrevem. Se não com a pena no papel, com os olhos, com o coração, imprimindo na infinita tela da mente o que foi gravado no imensurável da imaginação.

Todos escrevemos. O estudante que escreve é também um escritor -- ou escrevente -- que estuda.

Parabéns a todos que, do estímulo de escrever ao estilo de imprimir, pilotam voos de imaginação e andam pelos caminhos da realização.

EDMILSON SANCHES

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CURSOS - PALESTRAS – CONSULTORIA

Administração – Biografias - Comunicação - Desenvolvimento - História – Literatura - Motivação

ENTRE EM CONTATO: edmilsonsanches@uol.com.br

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terça-feira, 28 de outubro de 2025

Os Ipês de Jardim da Praça Amaral Peixoto

 



Os Ipês de Jardim floresceram novamente na Praça Amaral Peixoto. E merecem um destaque só deles, por tudo o que são, pela alegria, o colorido e a beleza que emprestam à praça. Juntos, compõem um belo quadro com a fachada amarelada do Espaço Cultural Luciano Bastos, o antigo Colégio Rio Branco.

O Ipê de Jardim está sempre florido, às vezes com mais intensidade, às vezes com menos, mas sempre florido. Tornou-se um emblema da praça, que mesmo após tempos difíceis, reencontrou seu encanto. É também um símbolo do velho Colégio Rio Branco, transformado hoje no florido Espaço Cultural Luciano Bastos.

Luciano Bastos, saudoso, tinha um carinho especial por aquele espaço. No Dia da Árvore de 1979, fez questão de celebrar a data plantando uma muda, gesto simples e poético, que hoje parece ter florescido junto com os ipês.

E que novo espetáculo será quando o chão ficar coberto de amarelo! As pétalas espalhadas pelo piso formarão um tapete luminoso, encantando os olhos de quem sabe contemplar a essência da natureza.

O Ipê de Jardim floresce quase o ano inteiro. Ilumina, alegra, colore o caminho de quem passa. Há quem diga que é a árvore mais linda que existe, e talvez seja mesmo.

É uma alegria ver as árvores da Praça Amaral Peixoto sendo cuidadas com tanto zelo. Pequenas joias vivas que transformam o espaço público em poesia. 

A Praça Amaral Peixoto é como o jardim de nossa casa. Inspira-nos a amar a vida, a amar as flores, e a manter, dentro de nós, o nosso próprio jardim sempre florido.

 
Luciano Bastos plantou árvore na praça Amaral Peixoto em 1979 (arquivo: Espaço Cultural Luciano Bastos)

 


 




"Verdadeiros Amigos", por Rogério Loureiro Xavier

 


Olá 🖐 pessoa amiga e do bem. 


*"Verdadeiros Amigos"*

A vida é como uma festa. Você convida um monte de gente, alguns saem cedo, alguns ficam a noite toda, alguns riem com você, alguns riem de você, e alguns chegam muito tarde, mas no final, depois da diversão, alguns ficam para te ajudar a limpar a bagunça. E na maioria das vezes, nem são eles que fazem a bagunça. Essas pessoas são seus verdadeiros amigos na vida.

*"AMIGOS, DEIXO PRA VOCÊS O MELHOR DE MIM." *"RLX"*

*"✍️ ... Rogerio Loureiro Xavier"*

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Oficina de Criação Literária

 


O Fascismo da Virtude: à Direita e à Esquerda


Influenciadora Aline Bardy Dutra Reprodução/Instagram

Segundo noticiam os jornais, a influenciadora Aline Bardy Dutra, conhecida nas redes como Esquerdogata, foi presa em Ribeirão Preto, acusada de injúria racial contra policiais militares.

As imagens que circularam na internet mostram uma cena que, à primeira vista, parece apenas mais um confronto entre autoridade e cidadão. No entanto, há nela um símbolo do tempo em que vivemos.

Enquanto grava a abordagem policial, a mulher ergue o celular como se fosse um cetro, o emblema moderno do poder. Pergunta quantos seguidores os policiais têm, ostenta o número de um milhão e os chama de fascistinhas. Ocorre que os policiais também realizam a filmagem, como prova da correção da ação.

Logo em seguida, a influenciadora é algemada, colocada no camburão e levada à delegacia. Autuada por desacato, resistência e preconceito, foi libertada após audiência de custódia.

Mais tarde, em nota, o advogado afirmou que ela se sente constrangida, quer pedir desculpas e reconhece os excessos. E a história segue seu curso, mas não sem deixar marcas.

Vivemos um tempo em que o número de seguidores é confundido com o peso da verdade, e a popularidade com poder.

A figura do influencer, esse personagem da era digital, acredita, por vezes, poder moldar o mundo pela força do próprio reflexo. A câmera vira espelho, e o espelho se transforma em trono.

Mas há uma fronteira que a vaidade não enxerga: a do respeito.

E a realidade, sempre irônica, insiste em desafiar as teorias.

Neste caso, não foi a instituição militar o alvo mais ferido, e sim a própria imagem da influenciadora.

Diante da câmera, ela se viu refletida, e o reflexo revelou um paradoxo.

Em nome de uma história de luta por igualdade, respeito humano e social, cometeu o mesmo tipo de ofensa que dizia combater.

A própria influenciadora afirmou que os policiais militares não possuem consciência de classe. Foram suas palavras:

“Você não tem consciência de classe, você não tem o direito de me prender.

"Minha sandália vale o carro de vocês"

'Vai tomar no seu ... "

"Você não tem ensino superior completo"

"Você nasceu no Quintino?"

No calor da autoconfiança digital, profetiza:

 “Isso vai me fazer deputada federal, você sabia disso, né?” "Militante presa vai virar deputada federal.”

O episódio escancara uma verdade incômoda: se existe um fascismo de direita, há também um fascismo de esquerda, aquele que, travestido de justiça, recorre à mesma intolerância, à mesma soberba, ao mesmo impulso de humilhar.

Ambos brotam da mesma semente: a incapacidade de reconhecer o outro como igual.

A verdadeira disputa do nosso tempo não está entre direita e esquerda, nem entre fascistas e antifascistas autoproclamados.

Está entre os que, diariamente, agem com autoritarismo sob a máscara da virtude, e os que querem uma transformação verdadeira da sociedade, e que constroem essa mudança especialmente com a vida que levam: uma vida com simplicidade, sem precisar de palcos ou curtidas, apenas buscando ser inteiramente o que são.

O espelho, afinal, nunca mente.

Ele apenas devolve o que está diante dele.


Conferir em 

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Alexander Dugin: O conflito ucraniano foi provocado pelos globalistas; a Rússia é um obstáculo para eles como civilização.

 

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Aleksandr Dugin

Segundo o filósofo e cientista político russo Alexander Dugin, o Ocidente trava uma guerra sempre que sente o avanço de polos soberanos, mas essa resistência é a agonia de um mundo unipolar. Neste episódio de "Conversando com Correa", discutimos por que a Ucrânia é um instrumento no jogo globalista, quão possível é um tratado de paz entre a Rússia e a Ucrânia e se isso dependeria de Trump. Também discutimos a Quarta Teoria Política e se ela seria apropriada para a civilização latino-americana.

No novo episódio de "Conversando com Correa", o ex-presidente equatoriano entrevista o filósofo e cientista político Alexander Dugin, conhecido por sua visão eurasiana e quarta teoria política . O pensador russo afirma que o mundo ocidental deve ser privado do direito de impor um modelo universal de teoria política e acredita que o povo latino-americano, assim como os russos, deve buscar seu próprio modelo de visão política.

Dugin compartilhou com o ex-presidente equatoriano suas observações sobre o conflito russo-ucraniano, que ele considera um "confronto entre a Rússia e o Ocidente coletivo", provocado por nações ocidentais devido a diferenças ideológicas com Moscou. "O Ocidente não aceitou a Rússia em sua civilização porque via uma diferença em relação à civilização ocidental", explica.

Ele argumenta que a expansão da OTAN e a integração de algumas antigas repúblicas soviéticas ao " sistema ocidental hostil à Rússia " desencadearam o conflito, que, em sua opinião, "é simplesmente impossível de parar" enquanto houver um país na Eurásia — onde vivam pessoas com cultura e tradições russas — que seja "radicalmente" oposto à Rússia.

Sobre a ideia de encerrar o conflito partindo do princípio de que Kiev promete nunca aderir à União Europeia ou à OTAN, o pensador russo ressalta que não se pode confiar na Ucrânia e no Ocidente , pois eles já quebraram suas promessas e violaram acordos.

"Enquanto houver potencial para a Ucrânia se tornar o que é hoje — ou seja, uma formação antirrussa e radicalmente nacionalista — as dúvidas permanecerão", argumenta Dugin, explicando a necessidade da Rússia de garantir que a Ucrânia não seja uma ameaça "até que haja um presidente pró-Rússia ou um presidente neutro" com quem possa construir e manter relações. "É por isso que, infelizmente, acredito que não há confiança na Ucrânia."

Um mundo multipolar

Correa lembra que, após a queda do Muro de Berlim, o acadêmico Francis Fukuyama declarou o "fim da história ", afirmando que o mundo caminharia em direção a um "estado homogêneo universal ". Esse conceito, introduzido anteriormente pelo filósofo Alexandre Kojève, era "basicamente um sistema de democracia liberal e capitalismo liberal de consumo", observa o ex-presidente.

Duguin explica que Kojève se baseou em Hegel para desenvolver seu conceito, mas ressalta que para o filósofo alemão o "fim da história" era o Estado, enquanto para Kojève e Fukuyama era a criação de uma sociedade civil e "esse é certamente o problema" , já que Hegel "entendeu perfeitamente" que uma sociedade civil é uma "fase temporária" a ser seguida pela criação de mega-Estados com uma ideia e visão de mundo específicas, que " competiriam entre si para ver qual ideia é mais fundamental, mais universal".

O acadêmico russo acredita que o que está acontecendo hoje no "mundo multipolar", como o surgimento dos BRICS, é uma evidência de que "os Estados-civilização serão os verdadeiros polos do mundo multipolar ". Segundo ele, esses "novos atores nas relações internacionais", que não são mais Estados-nação como eram antes, mas "civilizações emergentes ", são a prova de que "a previsão de Fukuyama de que o mundo se moveria em direção a um Estado universalmente homogêneo falhou ".

Nesse sentido, Dugin nos exorta a " negar ao Ocidente , especialmente ao Ocidente liberal, ao Ocidente como tal, o direito ao universalismo ". Para o filósofo russo, em um mundo multipolar, todas as civilizações devem compartilhar "o direito de ter seus próprios valores " e "seguir seu próprio caminho". O professor enfatiza que valores universais atualmente não existem e que "o que hoje é um exemplo de valores universais é um modelo colonial de expansão da cultura ocidental".

Do ponto de vista de Dugin, a civilização latino-americana , semelhante à da Rússia, China e Índia, também deve desenvolver "sua própria teoria política ", que advém de sua cultura. Tal teoria "certamente não coincidirá com a da Rússia, China ou Islã", mas sim "será um produto da livre imaginação política ", constituindo "seu próprio modelo de visão de mundo", conclui o pensador russo.

O voo dos capelos, o voo da esperança: a cidade que ergueu os olhos ao céu


O que se viu nas escadarias da Igreja Matriz


O que se viu nas escadarias da Igreja Matriz da Paróquia Pessoal Senhor Bom Jesus Crucificado e Imaculado Coração de Maria não foram apenas os belos registros da formatura dos alunos do Centro Universitário UniFamesc.

Os capelos lançados ao alto cortaram o ar como aves negras em voo de liberdade. Tradicionalmente, esses chapéus pretos simbolizam o fim de uma etapa: o momento em que o estudante deixa para trás o tempo de aprendiz para assumir o papel de profissional. Há séculos, o capelo representa a competência e o mérito, uma coroa simbólica que, em vez de ouro, se tece de esforço e superação.

Os capelos lançados ao alto nas escadarias da Igreja Matriz servem como um potente emblema: não apenas o rito de passagem dos formandos, mas o voo coletivo de uma cidade que, após tempos difíceis, volta a erguer-se com fé, estudo e trabalho. O gesto dos jovens ecoa o movimento histórico do próprio município, ambos lançando ao céu o sinal da vitória sobre as limitações do passado.

Há também uma poesia discreta, porém constante, na escolha da arquitetura neogótica como espelho da alma bonjesuense: sólida, bela e voltada ao alto. O tom é esperançoso, mas sem ingenuidade; é um hino à reconstrução, um canto de gratidão e de fé no poder transformador do conhecimento.

O que se viveu ali foi mais do que uma cerimônia. Não foram apenas as alegrias dos formandos, nem o encanto da arquitetura neogótica do templo bonjesuense. O que se viu foi a evidência viva de uma nova era de progresso pela qual passa Bom Jesus do Itabapoana, e isso é motivo de imenso orgulho.

Houve um tempo de sombras em nosso município. A Casa de Saúde Aurora Avelino fechou suas portas, e o Hospital São Vicente de Paulo esteve por um fio. No entanto, quando o Centro Popular Pró-Melhoramentos, liderado pelo engenheiro Paulo Sérgio Cyrillo, decidiu doar, com aprovação dos associados, uma área para a instalação de uma faculdade, talvez ninguém imaginasse a grandiosidade do que se veria hoje.

Hoje, a antiga Casa de Saúde renasce como Casa de Saúde São Carlos, restabelecida pela UniFamesc. A instituição oferece diversos cursos, entre eles, Medicina e Direito, e gera mais de 350 empregos diretos. Em reconhecimento, uma de suas unidades leva o nome de seu visionário: Prédio Paulo Sérgio Cyrillo.



Se, em outros tempos, os jovens bonjesuenses precisavam deixar a cidade para estudar, agora é Bom Jesus que se tornou polo de educação e conhecimento. Rostos novos passaram a integrar a vida da cidade, e o desenvolvimento econômico floresceu: casas alugadas, comércios prósperos, novos prédios, sinais de uma vitalidade que não se detém.

Hoje, nossos jovens podem estudar e trabalhar aqui mesmo, sem se afastar de suas raízes.

O Hospital São Vicente de Paulo, que um dia quase se perdeu, renasceu das cinzas e se transformou em referência em saúde regional. Em seu novo anexo ergue-se até um heliporto, símbolo moderno de um tempo em que o impossível deixou de ser palavra.

O florescimento de Bom Jesus é fruto das mãos que sonham e lutam, das gerações que acreditaram quando tudo parecia distante, e que continuam a fazê-lo.

O futuro está em nossa capacidade de sonhar, acreditar e realizar. Essa é a essência do ser bonjesuense.

Naquele instante de formatura, tudo se misturou em uma celebração única: a alegria dos formandos, o orgulho das famílias e o reconhecimento da UniFamesc por mais uma etapa cumprida. Nessa festa simbólica, o passado se une ao presente, a memória de Paulo Sérgio Cyrillo e dos dirigentes do Centro Popular Pró-Melhoramentos se encontra com os novos passos de uma juventude que constrói o amanhã.

E, junto a eles, celebra também o município de Bom Jesus do Itabapoana, que segue firme rumo a novos horizontes, edificando uma sociedade cada vez mais culta, solidária e humanizada.

Em suma, trata-se de celebrar a vida comunitária, a força dos sonhos realizados e a continuidade da esperança, virtudes que dignificam não só os formandos, mas toda a história e o espírito de Bom Jesus do Itabapoana.




domingo, 26 de outubro de 2025

17º MUNICIPAL DE XADREZ DE BOM JESUS DO NORTE

 O MESTRE NACIONAL JORGE WILSON VENCE

E O BONJESUENSE RAULYSTON É NOVO CAMPEÃO MUNICIPAL!


 

Bom Jesus do Norte realizou no domingo, 26 de outubro, a Grande Final do Municipal Absoluto de Xadrez. O evento aconteceu na E.M. Minervina da Silva Araújo – PROETI sob o comando de Jones Urubatan, árbitro da Confederação Brasileira de Xadrez. O Mestre Nacional Jorge Wilson Martins da Rocha venceu o Torneio, e o adolescente Raulyston Gomes Pereira foi o melhor bonjesuense classificado, sagrando-se Campeão Municipal 2025.

O Xadrez em Bom Jesus do Norte tomou impulso com a implantação da Lei nº698/2022 e neste ano os dois torneios realizados receberam a chancela da Confederação Brasileira de Xadrez e da Federação Internacional, possibilitando a movimentação de rating dos jogadores, que buscam melhor classificação no ranking. Além disso, pela primeira vez na história, além dos troféus e medalhas, a prefeitura concedeu premiação em dinheiro. Foram mil reais distribuídos do 1º ao 6º lugar. O jovem Raulyston, de apenas 13 anos de idade, ficou em 3º lugar no geral, com 5 pontos conquistados em 7 possíveis. Foi o melhor jogador na categoria Sub-15, e tornou-se o mais jovem campeão a pôr o nome na Taça Galeria dos Campeões do Clube de Xadrez Bom Jesus do Norte.

Torneio grande, que valeu rating CBX e FIDE, e com a premiação em dinheiro o poder público municipal, nas figuras do prefeito Toninho Gualhano e da secretária de Educação Vânia Consule, demonstrou todo o esforço em tornar a região conhecida por proporcionar a prática desportiva na modalidade Xadrez. Torneios deste porte trazem jogadores de outras localidades na busca por melhor classificação no ranking nacional, como foi o caso dos jogadores de Itaperuna, Varre-Sai, Manhuaçu/MG e São José do Calçado/ES.

Parabéns ao Jorge, ao Raulyston e a todos os demais participantes!

Fabio Vargas – 26/10/2025