segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Castelo sobre as Águas recebe o Jornal O Norte Fluminense e TV Alcance

 



No dia 4 de outubro, o Jornal O Norte Fluminense e a TV Alcance estiveram no Espaço Cultural da Marinha, no Rio de Janeiro, onde visitaram a Ilha Fiscal, um encontro entre passado e presente, memória e mar. Foi mais um registro memorável desses dois veículos bonjesuenses que, movidos por um sentimento de missão, mantêm viva a chama da História e da Cultura.

A comitiva, formada por Isac Nascimento, André Luiz de Oliveira, Paulino José Rocha de Oliveira e Gino Martins Borges Bastos, embarcou numa travessia simbólica: mais do que cruzar as águas da Baía de Guanabara, navegou pelas correntes do tempo.

A Ilha Fiscal, antiga Ilha dos Ratos, é hoje um dos mais belos testemunhos do Brasil imperial.
Seu castelo neogótico, de torres delicadas e vitrais coloridos, foi erguido entre 1881 e 1889 por Adolpho José Del Vecchio, engenheiro do Ministério da Fazenda.

Pensada como posto alfandegário, tornou-se célebre por abrigar o Último Baile do Império, em 9 de novembro de 1889, seis dias antes da Proclamação da República.

Dizia o imperador Dom Pedro II:

 “A ilha é um delicado estojo, digno de uma brilhante joia.”

E de fato é. O projeto de Del Vecchio, inspirado no estilo gótico-provençal e nas ideias do francês Eugène Viollet-le-Duc, foi premiado com a Medalha de Ouro na Exposição da Academia Imperial de Belas Artes de 1890.

Com sensibilidade estética, o engenheiro descreveu a obra como uma construção que deveria “causar impressão agradável aos que penetrassem no porto”, erguida com a harmonia da paisagem e a imponência da Serra dos Órgãos ao fundo.

Além da arquitetura, Del Vecchio cuidou do entorno, mandou plantar coqueiros trazidos da Bahia, imaginando que, com o tempo, dariam frutos e sombra à ilha. Assim como ele, quem visita o local hoje colhe outros frutos: os da memória e do encantamento.

No salão onde outrora ecoaram valsas e passos da nobreza, paira ainda o perfume da História.
O Último Baile do Império, tão luxuoso quanto simbólico, tentava disfarçar o crepúsculo da monarquia. Enquanto os lustres refletiam cristais e esperanças, a República já se desenhava do lado de fora, silenciosa e inevitável.

Entre as relíquias preservadas pela Marinha do Brasil, destaca-se a galeota D. João VI, de 1808, que transportava o monarca com seus sessenta remadores, uma embarcação que ainda parece conter o sopro do tempo.

Hoje, a Ilha Fiscal é parte do Complexo Cultural da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), e segue viva como museu e ponto turístico. A Marinha do Brasil, com esmero e dedicação, mantém não apenas pedras e vitrais, mas a própria memória nacional, expressa também em livros, exposições e ações culturais.

A visita do O Norte Fluminense e da TV Alcance foi mais do que uma pauta jornalística, foi um ato de reverência à história. Diante do castelo que viu o fim de um império, o grupo encontrou o reflexo de uma certeza: é conhecendo o passado que se constrói o futuro.

Entre o mar e o tempo, a Ilha Fiscal segue como metáfora do Brasil, bela, contraditória, resistente.
Um espelho de pedra e vento onde o presente se curva para ouvir o murmúrio da História.






























































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