No dia 12 de outubro, o bonjesuense Carlos da Silva Borges, conhecido internacionalmente como Mestre Carioca, recebeu o Reconhecimento como Guardião da Cultura Afro-brasileira nos Estados Unidos da América.
A homenagem foi concedida em Nova York por Sandy Nurse, Membro do Conselho Municipal da cidade; Eufrásio Gouveia, representante da Missão Permanente da República de Moçambique na ONU; e Nara Cardoso Barato, Cônsul do Brasil em Nova York.
O título celebra a trajetória de Mestre Carioca como ponte entre continentes, promovendo a valorização e a preservação da cultura afro-brasileira. Sua atuação destaca-se pela difusão da capoeira, dos ritmos e tradições que unem herança africana, resistência e identidade brasileira.
Natural de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), Mestre Carioca iniciou-se na capoeira sob orientação do Mestre Bom Jesus (Jair), no final da década de 1970. Desde então, tem sido referência na arte e na filosofia da capoeira, levando seu trabalho para Vitória (ES) e, posteriormente, para Nova York, onde fundou grupos e formou novos mestres.
Segundo o registro do jornal O Norte Fluminense, em texto de Gino Martins Borges Bastos, publicado em “Breve História da Cultura e Outros Apontamentos Históricos sobre Bom Jesus do Itabapoana”, a capoeira ganhou destaque no município a partir dos anos 1980, com a atuação dos mestres Bom Jesus, Carioca, Matamba e Macaco. Atualmente, a cidade conta com três grupos ativos:
Grupo ALAC (Apoio e Liberdade da Arte Capoeira), dirigido pelo Mestre Matamba;
Grupo Carioca Capoeira, coordenado pelo Professor Markim, sobrinho de Mestre Carioca;
Grupo EDC (Escola de Capoeiragem), do Professor Marreta.
A capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro em 2008 e, em 2014, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, reafirmando sua relevância mundial. Mais que uma luta, é uma expressão cultural que une canto, instrumentos típicos, como o berimbau e o atabaque, dança, jogo e filosofia de vida.
O reconhecimento internacional de Mestre Carioca simboliza o poder transformador da cultura afro-brasileira e o papel fundamental dos capoeiristas na preservação de valores como liberdade, respeito e identidade.
Para Bom Jesus do Itabapoana, o feito é motivo de orgulho e celebração. A conquista de Mestre Carioca representa não apenas a história de um mestre, mas a força de uma tradição que segue viva, inspirando novas gerações e reafirmando a presença do Brasil no cenário cultural mundial.
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Capoeira no entorno do Lago José Neves em Bom Jesus do Itabapoana |
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