domingo, 12 de outubro de 2025

Padre Antônio Francisco de Melo: memória viva entre nós

                                      Por Professor Dr. Márcio Pacheco



Há figuras que o tempo não consegue apagar. Há vozes que, embora caladas na terra, continuam a ressoar nos corações e mentes daqueles que as conhecem. Assim é Padre Antônio Francisco de Melo, lente, poeta, filósofo açoriano, cujo legado atravessa séculos e permanece vivo, iluminando caminhos e inspirando estudiosos e fiéis.

Em 1999, ao buscar referências que unissem filosofia e metafísica no Brasil, fui informado por Dom Estevão Bittencourt sobre a existência de Padre Melo, um homem cujo nome surgia tímido, mas cuja grandeza era imensa. Mesmo sem conhecer sua história em detalhes, em 2001, fiz uma promessa: se fosse aprovado no mestrado em Metafísica da UFIN, dedicaria minha atenção ao estudo de sua vida e obra. Fui aprovado, e essa promessa se tornou laço espiritual, memória viva de compromisso e admiração.

Ao visitar, em 2002, seu túmulo modesto, dentro de uma capela simples, percebi que a grandeza do homem estava na obra, no exemplo e na memória. Nascido em 1895, falecido em 1947, o Padre Melo enfrentou o esquecimento: reformas, suspensões da festa do Divino Espírito Santo, tentativas de apagar vestígios de seu labor e dedicação. Mas nem o tempo nem o silêncio conseguiram apagar sua luz.

Hoje, seus restos mortais repousam na Igreja de Bom Jesus de Itabapoana, e sua obra, sua poesia e sua filosofia seguem vivas. O Jornal O Norte Fluminense, entre outros canais de divulgação e pesquisa, torna-se assim guardião desta memória, mostrando que o legado do Padre Melo nunca sucumbiu.

Que Deus, por intercessão de Padre Melo, nos conceda saúde — a mim, à minha família, e a todos que buscam manter viva a memória dele —, para que eu possa terminar o livro dedicado à sua vida e obra, honrando o compromisso assumido e compartilhando sua sabedoria com as futuras gerações.

E, em suas próprias palavras, que ecoam como um cântico de esperança e eternidade:

 “Morrer sonhando é despertar na glória; eis a vitória! Morrerei assim.”

Que essa lembrança nos inspire a valorizar o conhecimento, a fé, a poesia e a filosofia, e que o espírito do Padre Antônio Francisco de Melo continue vivendo entre nós, presente em cada gesto de estudo, devoção e amor à cultura e à cidade que ele tanto serviu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário