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Artesã Vera Marina, poetisa Maria Beatriz, Vitória Moraes Organizadora do evento. |
A poetisa Maria Beatriz e sua irmã Vera Marina participaram da Feira de Artesanatos e Livros, realizada ontem na Praça da Cultura, em Laje do Muriaé. Na ocasião, o público também pôde apreciar quadros de fotos históricas do acervo da Associação Cultural e Educacional Flor de Esperança.
Um evento repleto de talento, criatividade e inspiração, que se tornou um verdadeiro espaço de encontro, troca e valorização do trabalho das mulheres que transformam arte em cultura e palavras em resistência.
Em seu discurso, Maria Beatriz declarou: “Falar da minha trajetória é falar de amor à cultura. Ainda muito pequena olhei para as palavras como quem descobre um mundo secreto. Escrever foi para mim uma forma de olhar o mundo e partilhar esse olhar com os outros.”
Ela também ressaltou a importância de unir literatura e artesanato: “No artesanato, assim como na literatura, preservamos tradições, contamos histórias e damos voz à nossa criatividade. Cada peça é única, carrega identidade, memória e afeto.”
Ao falar sobre a fundação do Centro Cultural Maria Beatriz, destacou: “Esse espaço não é meu, mas nosso. É um lugar para que a arte, a literatura e a cultura encontrem abrigo e floresçam.”
Finalizando, emocionou o público ao afirmar: “Minha trajetória não é apenas sobre livros ou artesanatos, mas sobre acreditar que a cultura transforma, cura e une. Ser produtora cultural em Laje do Muriaé é, antes de tudo, um ato de resistência e de amor pela cultura local.”
O momento se tornou ainda mais especial quando Maria Beatriz compartilhou duas poesias dedicadas às mulheres artesãs e escritoras:
MULHERES TECELÃS DE SONHOS
Nas mãos da mulher,
o fio vira canto,
a argila vira vida,
o vazio vira encanto.
Cada ponto bordado
é memória que floresce,
cada traço tecido
é raiz que não se esquece.
Somos mãos que criam,
somos vozes que libertam,
mulheres que, na arte,
tecem mundos que despertam.
MULHERES QUE TECEM LETRAS
Somos mulheres que escrevem,
que bordam com letras o silêncio,
que transformam o sussurro em poesia,
o olhar em história,
o coração em páginas que vivem.
Tecemos palavras como quem tece destinos,
entre rimas e prosas,
entre sonhos e memórias,
fazendo da nossa voz
um mapa do mundo que queremos.
Cada livro é uma revolução silenciosa,
cada página, um passo de coragem,
cada palavra, uma ponte
entre o que fomos
e o que ainda podemos ser.
Hoje celebramos a força da escrita feminina,
a magia de criar, de contar, de transformar.
Porque somos mulheres que escrevem,
e nossas palavras, indomáveis,
voam além das páginas
e habitam a vida.
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