Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, D. João VI passou a estimular a vinda de açorianos ao país, para que povoassem áreas não ocupadas.
Entre os açorianos que vieram ao Brasil e acabaram se estabelecendo em Bom Jesus do Itabapoana, constam os antepassados da família Teixeira de Siqueira e o Padre Antônio Francisco de Mello, conhecido como Padre Mello.
Padre Antônio Francisco de Mello no interior na Igreja
Não obstante Georgina Mello Teixeira, a dona Nina, filha do memorialista Francisco Camargo Teixeira, o Zico Camargo, tenha referência de que seus antepassados sejam oriundos da cidade de Porto, em Portugal, ela considera pertinente a hipótese de que seus antepassados possam ser originários do arquipélago de Açores.
Esta tese é baseada no fato de a Festa do Divino Espírito Santo ser uma cultura típica dos açorianos.
Seja como for, o fato é que, segundo os escritos de Padre Mello, que chegou a Bom Jesus do Itabapoana no dia 18 de junho de 1899, a Festa do Divino alcançou nosso município através de Francisco José Borges, proprietário e residente da fazenda Braúna e Antônio Teixeira de Siqueira, dono da fazenda da Barra, de 1860 a 1862.
Segundo o livro "O ITABAPOANA", de Zico Camargo, com a morte de Francisco Teixeira de Siqueira, que residia em Rio Pomba (MG), no dia 03/12/1855, dez dos doze filhos vieram para esta região, movidos pela fama das terras. Segundo, ainda, o memorialista, foi Felicíssima Rosa d'Oliveira Teixeira quem trouxe as relíquias da coroa e do cetro do Divino Espírito Santo, no ano de 1860, com autorização do Bispo de Mariana, tendo a Festa do Divino Espírito Santo iniciada na Fazenda da Saudade, no distrito da Barra do Pirapetinga.
Por outro lado, consta da entrevista de dona Nina ao O Norte Fluminense, na edição de 15 de julho de 2011, em matéria intitulada "A CANÇÃO DE DONA NINA", que a Festa do Divino teria passado a ser regularmente comemorada a partir de 1863 e, quando Padre Mello, vindo da Ilha de São Miguel, a maior das ilhas do Arquipélago de Açores, chegou a Bom Jesus do Itabapoana, em 1899, teria ficado impressionado ao ver, nesta região, uma cultura específica de sua terra natal.
Padre Mello, quando chegou a Bom Jesus do Itabapoana, observou que a data da Festa do Divino Espírito Santo, por aqui, ocorria em agosto, época do fim da colheita do café, sendo este o provável motivo pelo qual a Festa do Divino, que constitui também a 'festa das colheitas" é celebrada em Bom Jesus no mês de agosto e não no mês de maio.
Segundo a Wikipedia, "a devoção ao Divino encontrou um solo fértil para florescer nos territórios portugueses, especialmente no arquipélago dos Açores. De lá, espalhou-se para outras áreas colonizadas por açorianos, como a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América, e diversas partes do Brasil". (cf.http://pt.wikipedia.org/wiki/Festa_do_Divino_Esp%C3%ADrito_Santo)
Entre os dias 31 de maio e 4 de junho passados, ocorreu o V Congresso Internacional sobre as Festas do Divino, na Ilha Terceira, uma das ilhas que compõem o arquipélago dos Açores. No Brasil, existem as Casas dos Açores do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Por outro lado, o município capixaba de Viana está comemorando durante todo o ano, os 200 anos de imigração açoriana no Estado do Espírito Santo. Viana foi o único município capixaba que recebeu imigrantes vindos dos Açores. No dia 26 de maio foi lançado um cd com músicas tradicionais do Arquipélago de Açores.
Deve-se salientar que o açoriano Pe. Mello contribuiu decisivamente para o desenvolvimento cultural de nosso município, nos primórdios do século XX, sendo o responsável, também, pelo erguimento das duas torres da Igreja Matriz, cuja reforma foi concluída no ano de 1931. Podemos, portanto, afirmar sobre a existência em nosso município de uma "açorianidade bonjesuense".
Por outro lado, o município capixaba de Viana está comemorando durante todo o ano, os 200 anos de imigração açoriana no Estado do Espírito Santo. Viana foi o único município capixaba que recebeu imigrantes vindos dos Açores. No dia 26 de maio foi lançado um cd com músicas tradicionais do Arquipélago de Açores.
Deve-se salientar que o açoriano Pe. Mello contribuiu decisivamente para o desenvolvimento cultural de nosso município, nos primórdios do século XX, sendo o responsável, também, pelo erguimento das duas torres da Igreja Matriz, cuja reforma foi concluída no ano de 1931. Podemos, portanto, afirmar sobre a existência em nosso município de uma "açorianidade bonjesuense".
Ilha de São Miguel, do Arquipélago de Açores
VOCÊ SABIA?
1) Antônia da Graça, Júlia Maria da Caridade, Helena Maria de Jesus são três irmãs açorianas que embarcaram no Brasil por volta de 1723 e fundaram importantes e nobres famílias.(http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7ores)
2) O poeta ANTERO DE QUINTAL nasceu na Ilha de São Miguel, no arquipélago de Açores.
3) O arquipélago dos Açores, localizado a cerca de 2.000 km da península ibérica, é constituído por nove ilhas principais divididas em três grupos distintos: Ocidental, Central e Oriental.
As ilhas foram povoadas a partir de 1493 e foram fortemente fortificadas. Tal como no arquipélago da Madeira, a administração das ilhas açorianas foi feita através do sistema de capitanias, à frente das quais estava um capitão do donatário.
No século XVIII, o arquipélago de Açores revelava um grande aumento populacional, o que ensejou no estímulo às famílias açorianas a emigrarem para terras brasileiras.
Desde 1976, os Açores constituem uma região autônoma da República de Portugal.
São Miguel, de onde veio Padre Mello, é a maior das Ilhas dos Açores. Ribeira Grande é uma das cidades de destaque desta ilha, que possui cerca de 746,8 km2 - Bom Jesus do Itabapoana possui 598,84 km² - e conta atualmente com aproxiadamente 137.699 habitantes - Bom Jesus conta com cerca de 35.411 habitantes, segundo o IBGE de 2010.
Ilha de São Miguel, no Arquipélago de Açores
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