quarta-feira, 17 de outubro de 2012






Crise no Hospital São Vicente de Paulo

HOSPITAL APURA EMPRÉSTIMO QUE PREJUDICOU FUNCIONÁRIOS

RAIO X: 30 dias para resultado no Hospital, 2 dias em entidade privada

"HOSPITAL DEVE SER MUNICIPALIZADO"
Leia entrevista com Jorge Ricardo da Silva Freire



Hospital São Vicente de Paulo


Uma segunda sindicância administrativa foi instaurada no Hospital São Vicente de Paulo, desta vez, subscrita apenas pelo presidente da entidade, dr. Celso Ribeiro.

Segundo a Portaria datada de 8 de outubro passado, vai ser apurado o "empréstimo consignado junto à CEF" que teria ocorrido "no interior deste nosocômio e que vem gerando demandas judiciais que certamente irão agravar o estado financeiro do Hospital São Vicente de Paulo".

Entre os inúmeros ingredientes da crise pela qual passa o Hospital São Vicente de Paulo, há o relativo ao fato de que, há cerca de três anos, por solicitação da direção do nosocômio, dezenas de funcionários aceitaram pegar um empréstimo de cerca de R$5,5 milhões junto à CEF, para que os salários pudessem ser pagos. O fato é que o empréstimo acabou não sendo pago e os nomes dos funcionários estão, até hoje, positivados no SPC.

A comissão sindicante está integrada por Alexandre Cardoso, José Paulo da Silva Neto, José Luiz Oliveira, Layzza da Silva Vaillant e Vanessa Fitaroni de Almeida Rodrigues. Foram nomeados, ainda, "integrantes externos": Celso Leonardo, João Benedito da Silva e Rodrigo Diniz de Souza. O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 90 dias.


ELEIÇÃO PARA A DIRETORIA DO CONSELHO DELIBERATIVO 


Ocorrerá no próximo dia 22 de outubro a eleição para a composição do Conselho Deliberativo do Centro Popular Pró-Melhoramentos que, por sua vez, escolherá a diretoria da entidade.


RAIO X: 30 DIAS PARA O RESULTADO NO HOSPITAL, 2 DIAS EM ENTIDADE PRIVADA


O resultado de um exame de raio X costuma levar cerca de um mês, ou mais, para ser entregue a um paciente, na hipótese do exame ser realizado no Hospital São Vicente de Paulo, enquanto é entrregue cerca de dois dias, caso seja realizado em entidade particular.

Denúncias como esta foram feitas por várias pessoas ao O Norte Fluminense. Segundo uma delas, cerca de "200 exames estariam sendo esperados por pacientes do São Vicente de Paulo". Com esta situação, segundo os denunciantes, pacientes acabariam naturalmente procurando o serviço privado, em detrimento do hospital.
Por outro lado, segundo fonte do hospital, na medida em que o São Vicente não poder oferecer serviços à população, o Consórcio Intermunicipal de Saúde, entidade formada pelos municípios da região, e integrado pelos secretários municipais de saúde, encaminha os serviços para médicos credenciados e não para o Hospital, que é convenidado com o SUS.

Segundo essa fonte, o Consórcio Intermunicipal foi idealizado para fomentar os serviços médicos que o hospital não pode prestar à população. Na medida, contudo, que o São Vicente de Paulo está sem poder oferecer os serviços à população, o Consórcio, ao invés de estimular que os serviços sejam feitos no nosocômio, faz o encaminhamento de pacientes a médicos que atendem fora do hospital. Diante desta situação, segundo esta mesma fonte, a crise do hospital tenderia a se acentuar.

 
QUATRO MESES DE SALÁRIOS ATRASADOS

Os salários dos funcionários do hospital estão com 4 meses de atraso. A direção efetuou o pagamento da segunda metade relativa ao mês de maio, faltando o pagamento dos meses de junho, julho, agosto e setembro. Segundo o diretor do Sindicato, Celso Leonardo, a entidade ainda  não recebeu qualquer informação a respeito da normalização do pagamento dos salários.

AINDA SEM RESPOSTA

Associado André Luiz quer a prestação de contas de março e abril de 2012


O associado André Luiz, que protocolou requerimentos ao presidente do Hospital, no dia 30 de abril passado, até hoje não recebeu qualquer resposta.

Os  requerimentos apresentados solicitaram: a) "cópia da Prestação de Contas do período de março e abril de 2012"; b) "esclarecimentos a respeito da liberação por parte do Conselho Deliberativo no sentido de tomar empréstimo de 1 milhão de reais junto ao Banco Itaú. O que foi feito com tal dinheiro?"; c) "informações acerca da contribuição ao INSS dos servidores. Está sendo feita?"


ENTREVISTA

Jorge Ricardo da Silva Freire: "os serviços do Hospital devem ser municipalizados"

Jorge Ricardo da Silva Freire é bonjesuense, filho de Ivone Gomes Freire e Gessy SIlva Freire. Consultor, de volta a Bom Jesus, há cerca de 5 anos, passou a se inteirar dos problemas do Hospital São Vicente de Paulo a partir do dia 23 de maio do ano passado, quando ocorreu uma manifestação pública informando sobre os problemas do nosocômio.

Segundo Jorge, após analisar detidamente a situação do São Vicente, constatou que diante da situação econômica pela qual atravessa o hospital, crise esta que, segundo soube, não é de agora, "tenho certeza absoluta que o Centro Popular Pró-Melhoramentos não possui mais condições de administrar os serviços do hospital, que está quebrado e praticamente fechado.A única saída é a municipalização dos serviços do São Vicente. A secretaria municipal de saúde possui cerca de catorze a quinze milhões de reais de orçamento. Este valor, acrescido das receitas com o SUS, planos de saúde e convênios, é suficiente para normalizar a situação do São Vicente. Minha sugestão, portanto, é que o poder público municipal se responsabilize pelos serviços prestados, deixando que o Centro Popular permaneça na gestão administrativa do hospital".

Jorge pondera que, na hipótese de a ideia da municipalização não ser aceita, o caminho deveria ser a criação de um Hospital Municipal, ou então, a estadualização do nosocõmio. "Não sendo aceita a municipalização dos serviços, através do São Vicente, entendo que o município deveria  tentar, primeiramente, se articular para assumir o patrimônio da antiga Casa de Saúde, que, aliás, teria ido a leilão, sem aparecer qualquer interessado. A prefeitura poderia aproveitar toda a estrutura existente no prédio da Casa de Saúde, que possui laboratório, sala de cirurgias e UTI, e estabelecer um Hospital Municipal. Se esta ideia também não for aceita, a estadualização do hospital seria uma outra alternativa."

Uma outra proposta sugerida por ele seria a articulação com o Ministério da Saúde para a instalação da UPA 24 horas: "o inconveniente aqui é que uma UPA leva cerca de 2 a 3 anos para ser construída, já que, em geral, está orçada em 12 milhões de reais".

Jorge assinalou, por fim, que "a sociedade bonjesuense não observa transparência nos atos relativos ao São Vicente. Não se sabe o valor real da dívida e a quem se deve. Até agora não tomamos conhecimento de nenhuma prestação de contas. Devemos nos lembrar, por outro lado, que para que o hospital volte a ter atividade normal, deverá receber investimento de verbas públicas. A maioria das dívidas do São Vicente está relacionada a relações jurídicas com o município, o estado e a União. A solução para o Hospital, portanto, será necessariamente política, envolvendo todas as esferas do poder", concluiu.

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