SÍNTESE DA HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS VERDAN-SUHETT (II)

                 Francisco Verdan Corrêa Neto

              Depois de construídos os edifícios funcionais da novel-cidade (Casa do administrador, Igreja, Escola, Câmara, Delegacia, Cadeia, etc.) e inaugurada a Cidade, cada imigrante recebeu, por sorteio, um lote colonial. Os Dessoies ganharam o de nº 19 e os Verdans receberam o de nº 12. Cada família colonial ficou muito isolada das demais pela mata virgem, pelas serras e pelos vales fechados, cada uma ao deus-dará, o que explica o desastre que logo se dará (1821) e a debandada da maioria dos colonos suíços em direção a Cantagalo.

           A família Verdan era formada pelos patriarcas Jean-Henri Simon Verdan e Marianne Gillard (falecida a bordo e sepultada no mar nas alturas de Cabo Verde) e dois casais de filhos.

          A filha mais velha, Marguerite Verdan casou-se com Claude-François Charles, viúvo e com filhos. A descendência dela é muito grande. A segunda, Marie Verdan casou-se com Ettienne-Jean-François Sermoud; teve 1 filho, enviuvou-se, casou-se novamente, com Henri-Joseph Cocudevez e também teve geração numerosa. Todos os descendentes de Marguerite e Marie são  Verdan. O mais novo, Joseph Verdan, faleceu solteiro, aos 20 anos picado por uma cobra. O único a legar o sobrenome Verdan à posterioridade foi Louis-Narcise Alexis Theodule Verdan.

            Os Dessoies estavam representados pelos patriarcas Jean-Baptiste Dessoies e Claudine... (os documentos da imigração não lhe registram o sobrenome) e 3 filhos Claude-Antoine Dessoies, Marie e anne (esta faleceu ainda durante a espera nos pântanos dos Países Baixos). Claude-Antoine Dessoies casou-se com Jeanne-Françoise Gabry e daí nasceram Cláudio Suhett (casado com Luíza Maria Verdan), Pedro Suhett (Casado com Mathilde Maria Verdan) Rosa Francisca Suhett (casada com João Narciso Verdan) e Emília Suhett (cuja a filha Maria Balma Suhett casou-se com o primo Antônio Verdan Suhett). Em alguns ramos deram até 3 gerações Verdan Suhett. A sobrevivência do sobrenome Verdan ou Suhett dependeu de quem era o pai em tais casamentos. Ainda encontramos Verdan Suete em Colatina (ES).

       Ao longo desta pesquisa identificamos uns 30 casamentos entre primos.

       Curiosidade: Mathilde Maria Verdan e Pedro Suhett tiveram 6 filhos, dos quais 5 casaram-se com primos. E houve muitos casamentos entre primos na Serra do Alvarenga (São José de Ubá/RJ) e no sul do Espírito Santo (Alegre e região). Nesses lugares havia tantos Verdan ou Suhett vizinhos que era mais fácil os namoros se darem entre primos do que com estranhos.

      Veja como se deu a corruptela de Dessoies para Suhett pelos escrivães incipientes e ignorantes em francês daquela época: Dessoies - Dessuai - de Suê - de Suet - Suhett - Sueth.

Alguns anos depois os Suhett (agora já com o nome corrompido) e os Verdan (como ocorreu com a maioria dos imigrantes suíços) já estavam morando no Município de Cantagalo, por causa do café.

 

(continua)

Francisco Verdan  Correa Neto é professor e historiador