Ana Maria Silveira |
Ficamos assustados com os acontecimentos
relacionados aos ataques ao semanário francês Charlie Hebdo. Ao primeiro
impacto veio à tona a defesa incondicional da Liberdade de Expressão.
Milhares de pessoas em todo o mundo foram às ruas para protestar contra os
ataques aos cartunistas do Charlie.
Com o desenrolar das informações chegadas pela
mídia nacional e internacional ficou-se sabendo também que a Religião Muçulmana
não admite a representação de seu Profeta Maior, Maomé, em nenhum tipo de
imagem gráfica ou escultural, como os Católicos, por exemplo, representam seus
Santos.
Foi dito ainda, pela mídia, que não era a
primeira vez que os Muçulmanos se sentiam ofendidos com as representações
impressas do seu Profeta pela imprensa de cultura ocidental. Eles vêm expressando
com protestos e até mesmo com ataques a pessoas e a gráficas esse
descontentamento.
Os
cartunistas do Charlie, numa equivocada “arrogância colonizadora”, continuaram
atacando e desrespeitando o Islamismo. Nada justifica qualquer tipo de
violência seja ela física, ou verbal, ou moral, mas o comportamento deliberadamente
agressivo dos cartunistas franceses culminaram com toda essa tragédia,
perfeitamente dispensável se as pessoas, ditas “civilizadas” soubessem respeitar
às outras, indiferentemente da nacionalidade, religiosidade, cor da pele,
partido político, time de futebol.
Não
satisfeitos, os jornalistas do Charlie, num gesto injuriante e de uma
provocação sem precedentes, insistiram em representar o Profeta na capa da
edição histórica do semanário, desta vez chorando e dizendo: “Je suis Charlie”.
Fazer crítica é uma coisa, agredir é outra
bem diferente. Quando percebemos nossos erros, devemos pedir desculpas.
Nesse
episódio os muçulmanos não estavam se sentindo criticados e sim agredidos. Se
lhes é demasiadamente ofensiva a representação da figura do seu Profeta, por
que não respeitá-los? Não podemos confundir liberdade de expressão com
bullying.
Quando um falso pastor foi à televisão e
despedaçou uma imagem de N.S. Aparecida, minha mãe, que era católica fervorosa,
ficou indignada. Chocada. Adoecida. Aquele gesto a feriu profundamente, a ela,
uma idosa que estava dentro de casa sem fazer mal a ninguém. É mais do que
evidente que o mesmo acontece com os seguidores do Livro Sagrado do Islã quando
veem seu profeta tripudiado.
Antiga, mas
sempre válida para qualquer situação é a Terceira Lei de Newton, também
conhecida como Princípio da Ação e Reação,que nos ensina:”A toda ação há sempre uma reaçãooposta e de igual intensidade.”
Admiráveis
são nossos cartunistas Maurício de Souza, Juarez Machado, Ziraldo, Laerte,
Millôr, Péricles, Luiz Sá, irmãos Caruso, Borjalo, Jaguar, Lan, Ique, Henfil,
Angeli, Gonsales, Claudio Paiva, Glauco, e muitos outros, que nos arrancam --como
reação-- saudáveis gargalhadas.
15 de
Janeiro de 2015
Ana Maria Silveira é filha do ex-governador Badger Silveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário